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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Que não seja em vão

Catando os minutos de uma consciência sã
travando a minha grande batalha interior
lidando com todo tipo de mente insana que,
como a minha, é perturbadora e conflituosa

salto na noite sem fim, descontente e amargurado
sem propósito, sem direção... outro caminho
mais tortuoso do que o do dia anterior.
Não vejo sombras de salvamento, não vejo nada...

um dia depois do outro, como uma imensa punição
mais uma vida condenada ao fracasso, mais uma.
Outra situação desastrosa, outro dia chato e incognoscivelmente ruim
temperando de amarguras e sofrimento a minha já estressada existência.

Claustro, recluso e abandonado nas entrelinhas do tempo
perdido entre o vago e o vazio, sublime condição
desastrosos pareceres de um bocado de tédio
insatisfação plena vigorando no fundo da alma

raivoso, furioso, incomodado, puto com a vida
regrado nas fissuras do âmago com pústulas entreabertas
nos meandros da insanidade me locomovo
a pesados, reticentes e medíocres passos entrecruzados.

Não morrerei de cirrose, não morrerei de câncer, mas sim, morrerei.
Talvez enraivecido, talvez louco ou lúcido, mas colérico
talvez seja essa a causa de minha morte; o desleixo
o desvelar da condição humana, de se interpor em nada

maldito seres que, como eu, são a desgraça das nações
a peste amaldiçoada que trará o fim ao caos
que iniciará o próprio caos e que findará os excessos
com mais do que sempre estão prontos a dar: ódio

somos todos seres imperfeitos tentando ver perfeição em atos hediondos.
Matam por nada, morrem por mais nada ainda
queria eu matar ou ser morto, mas ter a quem odiar plenamente
maldito coração mole que me faz só ver o bem

Mentira, e mais mentiras... não tenho vida que sirva
não tenho vontade que dure... nada é para sempre
nem mesmo o sempre é para sempre e,
onde estarão aqueles que se dizem bons? Eu nunca os vi por aqui

adormecer agora é preciso e com o sono, rogo para que venham esperanças
imploro salvação. Não a do seu Cristo, não a salvação que você prega
quero a minha salvação, o meu desejo de ter sido alguém.
De ter conseguido, de ter vencido, de ter lutado e de não ter morrido em vão...

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