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sexta-feira, 27 de maio de 2011

As Crônicas de Gru (parte II)

“Aqui entre nós, somente Strilg Pirgenti tem noção da imensidão desses inesquecíveis acontecimentos. Embora ele fosse apenas uma criança que acompanhava os pais num resgate de corpos, teve maturidade suficiente para ver e entender toda aquela chacina desmedida. Quando reconto o episódio relembro o cheiro acre e ácido no ar. O cheiro ferroso do sangue, o odor podre da carne decomposta. Lamentável toda aquela perda... todos os amigos, parentes e pessoas conhecidas... mas ao que tudo sempre indica, de outra forma não haveria de ter sido. Quantos não são os caminhos dessa vida? Alegrias e tristezas sempre rentes à realidade de se viver. Essa oscilação constante de saúde e morte faz-me ainda penar. Mesmo depois de tanto tempo ainda continuo a lamentar por isso... não, realmente ainda não me acostumei. Muito me espanta quantos de vocês ainda duvidam desse meu relato. Quantos de seus parentes e amigos não se foram naqueles dias? Quantas não foram as famílias perdidas no tempo, condenadas a vagar pelo nada piedoso esquecimento? Hoje ao menos temos companhia dos forasteiros do distante reino de Terra. Rogo para que, ao menos eles, dêem a devida atenção para essa verdadeira história. Espero que um dia esse relato valha para alguma coisa. Na verdade até sinto isso. Aprendi a ouvir aquela voz que sussurra dentro de meu peito. Aprendi a sentir e a entender alguns dos indícios da vida. Aprendi isso e muito mais com o Herói, aquele sábio homem. Prestem muita atenção ao que vou lhes contar, até porque – queridos visitantes – o protagonista dessa aventura veio também de vosso reino. E muito contou-me de lá. Esse homem – graças às forças divinas – fez  o favor de mudar o curso de nossa história. Se cá estamos hoje – bebendo nessa taverna, longe das muralhas da grande cidade, despreocupados das habituais, mas obsoletas ameaças – é  tudo graças a ele. O mais bravo entre todos os guerreiros que já existiram, o homem entre os homens por todos os nove cantos do Multiverso. Homem sem igual que, por mais extraordinário que fosse, nunca destratou um outro digno de respeito. Generoso, honesto, de humildade sem igual, valoroso, destemido, mais sábio que todos os sábios reunidos em conselho, o proclamador da temperança, nosso único e singular herói. E minha eterna gratidão ele sempre haverá de ter. Em todas minhas possíveis horas para oração, volvo parte destas preces à sua pessoa. Devo-lhe minha vida e grande parte de meu conhecimento e prática. Se hoje – beirando o fim dos meus agitados dias – fui um homem justo e digno de respeito, tudo devo por um dia ter cruzado meu caminho com o dele.

Mas chega de delongas, vamos direto aos fatos, nossos novos amigos visitantes não viajaram de tão longe para nada.

Quando eu era um jovem – um recém adulto – e Strilg era apenas um garoto, nossos reinos estavam abalados. Como sempre, vivíamos os dias de agonia causados pela ganância dos seres. Assim como em vosso reino existe a ânsia pelo poder, aqui também encontramos esse tipo de infelicidade. Como já devem ter sido informados, hoje, possuímos um rei único para todos os três reinos aqui no continente de Trínah. Não era bem assim no princípio da história que vou lhes narrar. Naquela época todos os três reinos de Trínah estavam sob constantes ataques dos povos das ilhas do sul – um grande aglomerado de ilhas esparsas onde vivem ainda hoje os Athanuls: o povo guerreiro do sul. Os três reis dessas nossas terras, depois de séculos de guerras entre si, finalmente em prol de um bem comum, uniram-se contra as invasões estrangeiras depois de assinarem um acordo de paz. Muitos e muitos anos se passaram e as invasões se estenderam pelos séculos. Às vezes chego a pensar se o que nos aconteceu não foi apenas um castigo divino por todas as atrocidades que cometíamos. Existem muitos assuntos envolvidos por trás de toda essa guerra; conspirações, guerras internas, traições e etc. – acreditem-me, vocês não gostariam de viver aqui naqueles dias – mas o mais importante de tudo isso foi como ela se resolveu. Há quase um século atrás, o confronto se cessou repentinamente, praticamente de um dia para o outro, como se nunca tivesse se iniciado. Nossos exércitos estavam preparados para um enorme combate que aconteceria num daqueles dias. Os Athanuls já haviam alcançado nossas praias ao sul e ao leste e estavam agrupados aos milhões para finalmente tomarem nosso território. Embora tivéssemos a vantagem geográfica, nada garantia que venceríamos aquele embate. Nossas tropas se espalhavam por todo o continente, agrupadas estrategicamente para deter e dizimar o inimigo. Igualávamos em número e poder de combate, mas os Athanuls eram conhecidos por nunca morrerem sem antes matar três dos nossos. A história do “três por um” correu nosso continente – espalhando-se como o vento – desencorajando muitos dos nossos homens. Pois então, num único dia – mais precisamente da noite para o dia – tropas inteiras começaram a desaparecer. Milhares de homens simplesmente sumiram. Os aliados dos nossos três reinos – mais conhecidos como Tríade de Trínah foram sendo obliterados um a um. Milhões desapareceram naquela única noite. Dois terços da tríade foram dizimados, mas isso só ficamos sabendo posteriormente. No início, as notícias vinham por mensageiros chegando de todos os lados. Todos traziam as mesmas novas: “as tropas não estão mais lá”. Os mensageiros repetiam seus relatos minuciosamente. Todos eles vasculhavam o entorno dos acampamentos onde antes havia milhares de homens e nada encontravam: “Não deixaram vestígios, nada...” Toda a ilha de Trínah abateu-se temerosa e as péssimas notícias não paravam de chegar. Primeiramente estávamos desesperados, imaginando como morreríamos facilmente nas mãos dos estrangeiros por falta de protetores. Acreditávamos que nossas tropas estavam sendo massacradas pelo próprio inimigo, não pensávamos de outra forma, não fazíamos ideia. Havíamos perdido os melhores guerreiros dos três reinos, estávamos fracos, indefesos. E esse pensamento não era só nosso. As ilhas do sul recebiam as mesmas informações sobre nossa condição. Apressaram-se a reunir o total de seus homens combatentes agrupados em nosso litoral e mandá-los todos de uma só vez numa única investida para, por fim, tomarem todas as nossas extensas terras.

O que ninguém imaginava era aquilo que estava por vir. Nossos mensageiros relataram que em nossas praias, sequer um só ponto de toda a costa sul e da costa leste estava desprovido das embarcações inimigas. Que os guerreiros do sul contavam com mais homens do que um dia houve nessas terras... Imaginávamos, inevitavelmente, um fim rápido e indolor. Da costa até o primeiro dos nossos reinos – o mais ao sul – eram exatamente três dias de caminhada em marcha lenta, mas ao fim do terceiro dia, quando todos já rezavam aos deuses por suas almas, nada, absolutamente nada aconteceu. E, do cair da noite anterior até o alvorecer do outro dia, todos os sons se cessaram. Todos os invasores haviam também sumido..."

domingo, 22 de maio de 2011

Sabe esses dias em que as horas dizem nada...

Não tem nem porquê... nada mesmo. Um dia a gente levanta e vê que tudo está ruim, no outro você levanta e vê que alguma coisa melhorou. Mas tem hora que você levanta e tudo está pior do que de costume. Até aí, seria tudo muito ruim, mas vem coisa pior, ou não... Tem hora que você levanta e aquilo tudo de ruim que você já esperava está lá, e acrescentado de mais alguma coisa. Nessa hora, tudo poderia ser muito ruim, mas o que realmente faz isso ser muito ruim é que você não se importa mais com isso. A gente olha as coisas a nossa volta, sorri para todas elas, mesmo as que te enchem o saco, e continua a viver. O que seria pior, morrer ou continuar vivendo? Acho que pior é continuar se acostumando com isso. Bem que eu queria mudar, mas para mim, um dia, uma hora, ou até mesmo um minuto, nada disso mais tem um significado. Ainda bem que não é sempre. Tem hora que eu consigo me sentir bem, mas ainda não aprendi a me sentir bem comigo mesmo. E isso faz toda a diferença.

Tem dia que eu realmente preferia estar na cama (como já dizia o Biquini), mas fazer o quê, né? A vida continua e se entregar é uma bobagem (Legião). Mas putaquepariu para o mundo! Viver é um saco, mas tem as suas vantagens (se é que posso chamar isso de vantagem), você tem a chance do novo, de ver e conhecer o novo. Você realmente pode se surpreender com algo bom (ou pior ainda do que o de costume). Mas não conte com isso como sendo algo mágico. Temos também as inúmeras desvantagens. A maldita esperança! É, essa mesmo, aquela filha da puta que nunca morre! Então; ela continua a nos assombrar. Sempre está por aí, tentando arrancar-lhe o coro. Já ouviu a frase “viver de falsas esperanças”? Pois é, vai falar que em noventa e nove por centos dos casos não é assim? Eu me pergunto sempre: “por que é que eu continuo tendo esperanças?”

Nunca soube a resposta, mas imagino que seja um coisa inata do ser humano, um sistema de defesa, um programa de manutenção da vida. Acredito que a esperança esteja lá para te fazer continuar vivendo (mesmo que ela sempre te ferre de alguma forma). Você precisa dela para acordar de manhã, sentindo aquela vontade de estar morto, e levantar meio que sorrindo e pensar: “alguma coisa boa ainda pode acontecer”. É mais do que certo a gente sempre pensar assim, mas também é certo a gente se foder dessa forma. Se eu fosse a empresa que fabrica esses programas de manutenção da vida, reformularia esse programa para ser algo que te fizesse acreditar que precisamos continuar vivendo só para ver o dia de amanhã. Nada de falsas esperanças e nem de alegrias descartáveis. O programa seria ativado como a esperança, bem na hora que você acorda com aquela vontade de já estar morto, mas o que ele lhe diria seria: “levante, continue, nada de alegrias, não precisamos disso, não se importe com isso, sorria para que ninguém te pergunte se você está bem, não demonstre aflição e, principalmente, não se importe com o desprezo de ninguém a sua volta, você é melhor do que isso.” Eu chamaria o meu programa de “Desesperança”, uma forma evoluída do já antigo programa que sempre te faz tomar no cu.

Veja bem, nós aqui, eu e a minha esperança, não estamos reclamando, é que as frustrações do mundo nunca se cessam e é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã! E, se você acreditou nessa merda que o Renatão contou, deve estar se fodendo gostoso em algum lugar dessa porra de mundo! Eu, somente eu, acredito que “é preciso zoar o mundo como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, ele é quem sempre zoa com você!” Foda-se o amanhã, as horas já não dizem nada mesmo e o tempo sempre vai continuar a fluir, contra e (se você der sorte) a seu favor! E nessa onda de “hora que não diz nada” eu vou seguindo sem nenhum arranhão (viadinho do Cazuza), na verdade, estou cheio de fraturas expostas e cortes profundos, mas nada que um merthiolate não cure. Mas foda-se, já disse, a hora já não diz nada mesmo! Só ria, faça como o velho e sábio filósofo Bozo sempre disse: “sempre rir, sempre rir...” Mas é melhor rir dos outros antes que eles riam de você!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

As Crônicas de Gru

...havíamos viajado por muitos dias através do tempo e do espaço. Eu e minha equipe tínhamos um objetivo: chegar até Trevas e lá encontrar o aclamado contador de histórias “Gru”, que nos revelaria o paradeiro – ou pensávamos que assim seria – do assim nomeado “Herói”. E lá, registrar toda a sua história.

 A princípio a maior dificuldade foi chegar até Trevas e, naquele gigantesco mundo, encontrar o paradeiro de Gru. Entretanto, sua fama era quase tão extensa quanto do “Herói” e um sempre estava associado ao outro. Sua localização foi imensamente facilitada devido a esse fator. Os reinos estavam em paz naqueles dias e todos estavam solícitos em nos ajudar. Estávamos com todo nosso equipamento para registro das histórias de Gru e ávidos por seus dados. Gru era aclamado naquele mundo não só por ser um famoso cronista, mas também por ter estado em contato direto com o misterioso “Herói”.

Gru Stalti, ex-terceiro em comando das tropas do rei e ex-homem de guerra, era uma figura única em todo reino. Hábil nas palavras como ninguém, Gru nos relatou umas das mais completas e fascinantes histórias a cerca do ser mítico aqui chamado de “Herói”. Seu relato embora longo foi também completo, rico em detalhes. Aqui está transcrita, palavra a palavra, toda sua grandiosa aventura:

(assim que entramos no estabelecimento do comerciante Jamnyr – local dessa gravação. Uma taverna em uma vila bem próxima as muralhas da grande cidade do reino central – encontramos o senhor Stalti sentado num dos cantos do bar cercado por muitos curiosos, todos aqueles já acostumados ao ouvir suas histórias. O cronista já nos aguardava ansioso, disposto a recontar sua aventura ao lado do “Herói”. O lugar era pitoresco e bem característico daquela cultura. Os moradores daquela pequena vila nos acolheram muito bem e tudo transcorreu melhor do que o esperado. Nossos interpretes ajudaram no inicio, mas Gru, como mostrou, sabia muito bem nossa língua e relatou toda a história explicando-nos o que não nos era comum. Armamos os equipamentos de áudio e imagem a sua volta e mal começamos a gravação e Gru já foi contando.)

“Naquele tempo, o frio era quase extremo e, no período noturno – aqui em nossas terras duram um pouco mais do que uma semana dos seus dias – caminhar por aquelas florestas era praticamente insustentável. O vento é predecessor de muitas coisas, de boas a ruins – como bem sabem – mas naquele tempo a única coisa que os ventos traziam eram prenúncios de morte. Não que o frio fizesse tanta diferença aqui no reino de Trevas. Os perigos eram inumeráveis e as chances de sobreviver eram quase que nulas, mas com o cair da treva, em Trevas, o frio simplesmente tomava para si qualquer coisa viva sem a correta habilidade de se suster. Estávamos em guerras, um longo e penoso período de guerras. Naquela época, qualquer homem que se atrevesse a permanecer fora das muralhas da grande cidade era imediatamente abatido. Os que tivessem um pouco mais de 'sorte' morriam congelados.

O que eu vou contar agora é a história mais fantástica que eu já presenciei em toda minha vida. E quão longa ela foi... Nunca me esqueço de nenhuma palavra, pois repeti essa mesma história por quase todos os dias desde que ela aconteceu. E juro, por todos os membros da minha família, todos aqueles que já morreram, juro pela minha vida, eu, o único Stalti vivo, que cada palavra dessa história é verdadeira. Há muitos anos eu a repito e, aqueles que a ouviram mais de uma vez, sabem que eu jamais aumentei um ponto ou uma vírgula sequer sobre o que realmente aconteceu.”

(Nesse ponto alguns moradores locais – fãs das histórias de Gru e em sua maioria jovens – começaram a opinar e comentar sobre suas palavras. Optamos por também transcrever todos esses diálogos para que ficasse registrada a participação e admiração dos participantes, para que também não houvesse cortes em sua narrativa.)

“É verdade... verdade mesmo, eu confirmo! Não vi acontecer como o velho Stalti viu, mas estive lá, no depois da ação e, garanto-lhes, foi a coisa mais absurda por que passei em toda minha existência. Juro pela alma do meu avô Pirgenti, e vocês bem sabem que nunca minto diante do nome dele...”

“Conta logo, Gru! Já sabemos que é verdade...”

“É, Gru! Conta logo! Se essa história não fosse a melhor que você...”

“E a única, Junk (huahuahuahuahua)... a única!!!...”

“É, é, é... é sim, a única... mas como eu ia dizendo, se não fosse a melhor (e única! Huahuahua) que você conta, eu já teria ido embora...”

“Acho que o interessante de sempre ouvir de novo a história é que quem nunca ouviu fica sempre assustado, com aquela cara de absurdo e de descredibilidade, igual a esses aí...”

“Eu, particularmente, gosto muito. Mesmo sendo cheia de coisas horríveis e medonhas, que fazem minhas mãos suarem...”

“Eu seguro as suas mãos, Jinnah...”

“Gente! Vamos parar de falação?! Todo mundo sabe que o velho Stalti nunca começa enquanto todos não ficam calados...”

“É verdade, gente! Lembram aquele dia que todo mundo ficou falando e ele foi embora sem ninguém ver que ele tinha saído?...”

“Então cale a boca, garoto! Quando o velho Gru conta a sua história meu estabelecimento vende três vezes mais...”

“É por isso que você vive gritando todo mundo lá fora pra vir ouvir, né?...”

“Claro! Mas quem sempre paga as bebidas para ele ir se soltando sou eu...”

“Licença, seu Jamnyr, mas podemos ou não começar as gravações da narrativa? Eu sei que o estabelecimento é do senhor e, ah, obrigado pela permissão, mas o senhor podia fazer seus clientes silenciarem-se para que o senhor Gru Stalti comece a contar...”

“O que a Laura está querendo dizer, senhor Jamnyr, é que estamos prontos para filmar a narrativa. Já até liguei as câmeras e a equipe só está esperando o senhor Gru começar...”

“Esse pessoal é mesmo de outro mundo, não é Ryntehr?...”

“Eles não conhecem os nossos costumes, Flumnor, e outra, vieram até aqui só para isso. Dê um desconto para os forasteiros...”

“Desculpem intrometer, é que ouvi vocês falando da gente e... queria me desculpar por qualquer coisa que fizemos ou faremos que vá contra a tradição de vocês. Não estamos acostumados a transitar para fora de nosso mundo e... é que o senhor Gru e suas histórias chegaram até lá, em nossos ouvidos. Como disseram que a narrativa do senhor Stalti é longa, nós decidimos fazer um documentário e filmar...”

“Documentário? Filmar? Tá todo mundo falado isso hoje. Afinal, o que é...”

“Não se esqueça que a tecnologia deles é praticamente obsoleta, Flumnor...”

“Não pessoal, não é não. São maquinas de última geração e...”

“André! Não precisa continuar, já te expliquei que aqui nossa tecnologia...”

“Olha, olha! Silêncio! Ele está pigarreando... vai começar a falar...”

“Laura! Comece a filmagem, já...”

“Silêncio, gente... silêncio!...”

“Silêncio!...”

“Shiu!!!...”

“Silêncio...”

“...”

(e a partir deste ponto, todos se calaram e as crônicas de Gru fluíram ininterruptamente)

Elfa

E nessa alegria de dizer
tudo aquilo que ainda não foi dito
me apresso em afirmar
que algo assim tão bonito
tem que um dia prosperar
e ser reconhecido

que na fineza do seu olhar
me encontro esclarecido
tenho vontade de apertar
te colher como uma flor
mas boa coisa não ia dar
pois não se poda algo tão bonito

não tenho presa
estou mais crescido
mas de que vale o acerto
se esse não for doído?
Tento e até sei que erro
embora não quero que seja sofrido

mas olhe lá, veja você
já disse, sou sempre assim
quem não gosta
vai ter que fugir de mim
mas em seu jeito pude perceber
que gostar é conceber

não me escondo,
não aprendi
sempre me exponho
nunca me defendi
impressionante é como me arrisco
mas... e daí?

Muito exótica,
tenho de confessar
que gosto é esse
que não posso explicar?

Um dia divertido?
Sim, talvez
não vou brincar com o que foi perfeito
eu quero é te ver outra vez

dia sim e dia também
feliz a te encontrar
resumindo:
gostei de contigo estar!

Temos muito por falar ainda
mas elfa, você é a coisa mais linda...