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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Lugar inspirador, dia inspirador


Nessa ou naquela sala,
Creio que no prédio todo.
A embalada voz da profetiza
Inspira meus movimentos.

Tempo fechado prum dia corrido,
Fome bate dentro do corpo.
Cabeça livre de maus grados.
Bem estou co’minha amada.

A vontade vem,
A tinta escorre
O vazio se preenche
De vagas idéias.

Mesmo com toda aquela estridência,
Que cá ouço vinda lá de fora,
Não perco o “meio” foco desta
Minha inspiração vadia.

Fecho o verso impreciso
Não por falta de desprendidas palavras.
Findo simplesmente (toscamente)
Por beirar o fim das linhas desocupadas...

(Havia aqui mais uma linha vaga)

Oração do discurso


Senhor, dai-me clareza
Para entender as vãs
Palavras proferidas nessa
Aula pouco produtiva.
Que Tua luz surja
Como um raio e me
Faça compreender repentinamente
Todo o indizível e
incompreensível discurso
analisado.
Dê-me forças para aprender
Toda essa abstração
Que em toda minha vida
Abstrata não sou capaz
De abstrair.
Proteja minha professora
Do desânimo de meus colegas
E de meu próprio.
Só faça, por favor,
Que mais esse discurso
Chegue ao fim,
amém!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Natural


E nessa ventura sem fim
Bonança, mansidão e calmaria
No acinzentar do novo dia
O frio do céu fechado, calado.
Rebate a arte em verso livre que
Consiste em navegar em celulose,
Pomposo gesto nobre de criar.
Gotas caem ao chão seco
Ventos médios sopram os arvoredos
A pena corre o espaço branco.
Completam os pensamentos as letras
Juntam-se os pupilos a aprender,
Entre quatro paredes, os versos de
Homens livres, homens dos campos
Dissimulados vivendo nas cidades.
Quero’ embora daqui e o ar respirar.
Ler, escrever e ver a Natureza nua
Sem sons estridentes, recorrentes
Quero deixar a fúria em prol da serenidade
Ver o dia escuro e tempestuoso
Do alto de uma bela montanha
Ter ao lado a pessoa amada e
Também a criação, toda ela.
Cultivar e colher todos os frutos
De se estar livre do temeroso
Dia urbano que me entristece.
Oh, amada Mãe, recolha teu filho
Choroso, necessitado da paz
De teus seios fartos de verde!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Falta de alguém


Seria possível ao ser humano sentir tanto a falta de alguém?
Creio eu ser assim: um ser dependente.
Carente?
Sim, muuuuuuito carente.
Eu sei, tem gente que diz que isso é uma patologia, uma doença psicológica. Às vezes penso que sim. Às vezes eu tenho certeza que sim. Entretanto, chego a duvidar da consciência e lembrar que eu não penso. Eu sinto! Ta, me sinto um idiota às vezes. Sinto-me um imbecil apaixonado quase que completamente. Perdido nas horas do dia a pensar. A lamentar. A suspirar...
            Penso com o coração.
            Mas quem fode com minha paz é a minha mente.
            Queria que meu cérebro fosse um programa a ser desligado quando desnecessário.
            Queria que minha mente se ativesse à chuva que cai e nela ficasse entretido até que me chamasses.
            Para minha infelicidade e desassossego sua voz não vem.
Suas palavras não chegam. Meu peito sacode, meu pulso dispara.
O estômago embrulha e a barriga reclama.
Cadê você?
Hein?
Sei que nem sempre podemos presente estar. Realmente sei disso. Meu pesar vem de quando não me ouves. De quando não me lês. De quando não me sentes.
Ouviu? Não?
São meus pensamentos te clamando.
Ouviu? Não?
É o meu sangue jorrando por minhas veias, vertiginosamente impulsionado por meu coração.
Sentiu? Não?
É minha alma tocando a tua. Pedindo um abraço...

(Pausa)

Sim, sim! Você me ouviu, você me sentiu.
Li tuas palavras e elas me confortaram um pouco.
Estou satisfeito?
Não. Nunca! Como me sentir satisfeito com algo que sempre quero mais: você!
Um abraço!
Preciso agora de um abraço. Dói pensar que hoje não o terei. Dói imaginar que amanhã talvez também não.
O que me conforta é saber que teu abraço é meu.
Ao menos meu abraço é só teu.
Não quero um outro abraço qualquer.
Sabes que a mim só importa o teu.
Do primeiro ao último abraço que te dei sempre fui por inteiro teu. Da primeira vez que nos encontramos até o fim da minha vida, tenho como plano mor que seja minha última, minha última paixão, meu último amor.
Quando meu peito tocou o teu – se não da primeira no máximo da terceira vez – nossos corações trocaram de lugar. Desde então bate no meu peito o teu coração e eu teu peito o meu.
E nossos lábios?
Selam esses, nossos segredos, nossos desejos e vontades. Não selam sozinhos. O meu lábio no teu completa – com o abraço – a união de nossa existência. De um beijo ao outro fazemos movimentar em impulsos fortes os átomos de nosso verdadeiro amor. Reacendemos em cada ósculo a fagulha propulsora de nossa paixão.
Como é bom te amar. Sim, como é bom...
Já dizia o poeta: “eu amo amar você!”.
Completo seu verso dizendo que é muito bom ser amado por você. Traduzindo: amo ser amado por seu amor.
O que sinto longe de você?
Sinto-me vazio de tua plenitude, mas me sinto bem (às vezes). Sinto um dia que parece não ter fim. Sinto as emoções pipocando dentro de mim, me chutando, espancando, me maltratando. Mas meu amor resiste, aguenta, sangra, desespera, acalma e me pune, mas suporta. Resiste uma hora, resiste um dia e até já resistiu algumas semanas.
Sacrificaria a vida?
Se fosse para te esperar, sim! Prontamente! Mesmo sabendo que essa resposta implicaria em muito sofrimento e dor. Mas no fim, ficar longe de você só vale a pena por um motivo: reencontra-la!
O que sinto quando estou com você?
A plenitude!
O Amor!
Sinto-me satisfeito!
Completo!