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domingo, 26 de setembro de 2010

O desapego não funciona com bicho

A coisa que mais me impede de escrever, ler ou assistir sobre o sofrimento animal é o descontrole acerca desse assunto. Lembro até hoje do livro que mais me fez chorar, pra falar a verdade, o único livro que me fez chorar: Vidas Secas do Graciliano Ramos! Exatamente na parte da morte da cachorra Baleia. Só de pensar na cena descrita, já fico emocionado. É duro pra mim, admito. Quando escrevo algum conto ou qualquer coisa que seja, tomo o máximo de cuidado para não chegar a nenhuma maldade animal feita por meus personagens. É estranho para mim, mas não tão estranho assim, o fato de eu gostar mais de animais do que de pessoas, mas não tem como não amar seres tão lindos e nobres assim, certo? Perguntam-me, vez ou outra, se eu gostei do filme ou li o livro: “Marley e eu”; minha resposta é curta e clara: “nunca vi!”. E por que não? Oras, eu já sei que o cão vai morrer no final e não quero pensar em ver tal cena. “Sempre ao seu lado”, com Richard Gere; outro que eu não topo ver nem matando! Sério! Não vi e nem verei, não dou conta. Acho que sou tão duro e seco com relação a algumas tantas coisas que quando chega nessas horas – a do sofrimento animal – eu não consigo me segurar e, tudo o que estava reprimido, vem à tona. Uma outra coisa que lembro sempre é o tal do “Christian the Lion”... estava eu, lá, desprevenido, olhando meus recados no orkut, quando encontrei um scrap de uma amiga pedindo para eu ver este vídeo. Ela dizia que era lindo e que eu ia adorar por gostar de animais. Caaaaaaaara... pra que?! Chorei umas boas horas. Não é que o vídeo possua maus tratos, mas era muito triste ver naqueles sujeitos o desapego que eu nunca consegui ter. Eu me punha no lugar deles e pensava: “Eu jamais iria deixar o leão ir embora!”

Isso tudo foi só o que eu vi no mundo fictício, não ouso sequer contar as infelizes experiências por que passei na vida real. Sinceramente, parte o meu coração só de pensar. Cada sofrimento que presenciei, e toda aquela crueldade do mundo humano que vi... claro, não chega nem perto do que muitos de vocês já vivenciaram, mas é triste mesmo assim. Todas essas tristezas, descritas acima, são para falar sobre o desapego. Por mais que eu leia ou pratique-o, tentar deixar pra lá, um ser que precisa tanto de nosso amor, é uma tarefa quase que impossível, uma tarefa de deuses. Sei que não é impossível, mas ainda não estou preparado para perder nenhum dos meus animais. Não sou forte o suficiente para suportar perdas. Mesmo já tendo passado por algumas. Mas qual seria a solução para tão agoniante tarefa, senão suportar e aceitar? E é pensando nisso que tento aprimorar-me para os dias que inevitavelmente virão. Digo a todos que os amam como eu: força e clareza de pensamento. E boa sorte para todos nós. Eu, pelo menos sei que, vou precisar de muita.

?

Adeus à minha inocência, hoje, finalmente eu não sou mais o que eu era. No que é que eu sou diferente? Creio que na preguiça e no descompromisso com as coisas. É, isso vem aumentando... eu devia lamentar, mas estou passivo diante de minhas frustrações. E o que eu devo ou não fazer? Primeiramente, estou observando. Aprendendo e verificando onde estou errando. Em seguida, pretendo mudar coisas há muito não mudadas. Mas com o tempo. Afinal, o tempo vai passar de qualquer jeito... O tempo não será mais o mesmo daqui por diante. Há anos eu reparo no quanto os dias se aceleram. Acho que é nisso que eu me baseio. São nessas circunstâncias que eu apoio toda minha preguiça. Pra que lutar contra o tempo? Hei de ser, hei de erguer...

Não há chamas,
Não há mais forças.
Os dias vindouros já se foram
E eu sequer os vi
Travado em meu corpo
Destituído de gana
Vazio de combustão
Parado e estagnado
Vejo as sombras tomando formas
Vejo a luz que se esvai
Não vejo o tempo,
Se é que ele um dia veio.
Trabalho contra o torpor
Nem sempre saio vitorioso
Na verdade, nem sempre sou derrotado
Mais um dia que se foi
Mais um ano de minha vida
Nada sou, nada serei
Sustento-me em vãs esperanças
Sorrio diante das adversidades
Só não reajo de imediato
Vejo tudo me acertar
Respondo com frustrações
Não ataco, não luto
Sou atingido por cada desacato
Sou ferido por qualquer palavra
Pouco me importo
Pouco quero me importar
Tampouco digo verdades
Não digo mentiras
Somente as invento
Afinal, qual é o meu sentido de vida?
Mais um “sei lá” me atormenta
Onde encontrar respostas?
Já cavei fundo dentro de mim
Olhei para o dentro e nada vi
Não estava em casa
Onde estou afinal?
Quem sou eu?
Pra que estou aqui?
Nada reconheço
Suponho estar longe do fim
Mas que fim é esse?
O dia acabou
Assim como a oportunidade
Lá se foi mais um compromisso
Lá se vai ele
Vai bem rápido, foi partindo
Trágico, confuso, desgastante
E se pudesse, exatamente neste instante
Mudaria tudo de novo
Reflito e reflito
Só nisso me baseio
Nada de peso
Nada de culpa
Uma jogada, um desafio
Pego-lhe na trapaça
Engano-lhe com astúcia
Recomendo sua retirada
Minha vinda está chegando
Estudo, estudo e estudo
Verei até onde posso afundar
Já até toquei o chão
Tomarei impulso para voltar
Mais uma espiada
Mais uma reflexão
Mais um minuto
Mais um dia
Nada disso importaria
Se não fosse comigo
Assim, destravo
Abro e escuto
Ouve o que eu ouço?
Não, está cego e surdo a me sufocar
Mas de lá do fundo eu voltarei
E atacarei sem perdão
Obrigar-te-ei a devolver-me
Cada segundo que tomou de meus dias
Entristeça então,
pois dois não podem sorrir ao mesmo tempo
E será nessa condição
Que quem rirá por último
Serei eu...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ira (o) nia

Não, este texto não é pra você! Para de se achar tão importante e de pensar que tudo que eu escrevo é pensando em algo que você já tenha dito. Tá, acabou que este texto fica sendo pra você sim. É, não teve jeito! Mas lembre-se, não é uma homenagem. Eu começo a falar daqui, porque, uma das coisas que mais me irritam, é o julgamento das pessoas. Falar de alguém é uma coisa, comentar uma característica, também é uma outra coisa; mas falar que tal coisa é do jeito que você enxerga, aí é demais. E o que ocorre nesse caso? Ira! É, é exatamente isso que acontece comigo, entre tantas coisas. Pra que vai servir eu pensar e sentir isso se não divulgar ou externar isso de mim?

Pra falar de ira, tem que começar com uma coisa que a gente se incomode muito e sinta muita raiva. Então, creio que iniciei bem este texto. Julgamento é uma característica de pessoas elevadas, aquelas que sempre têm razão. Elas falam com a verdade nos lábios. Se o mundo fosse construído dessas verdades, nada, repito: nada, no mundo seria mais perfeito! É de se encher os olhos de magia e alegria. Tudo fica perfeito quando essas pessoas profetizam e dizem exatamente o que é. Pra que discutir com seres tão perfeitos? Eu, na minha vã inocência de pecador e imperfeito, já tentei dissuadir pessoas com esse dom. Claro que foi uma coisa ruim, e bota ruim nisso. Mas a perfeição desses seres não acaba aí. É claro que eu também tentei concordar com eles... e adivinhem o que aconteceu? O óbvio, eu digo. Eles continuam a promulgar suas certezas e impor os seus princípios. É um espetáculo e tanto, garanto a vocês. Se um dia tiverem a oportunidade de presenciarem um desses magistrais e indizíveis seres, recomendo: não percam essa chance! (hoje eu me esbaldei na ironia)

É patético eu falar de ira através de coisas assim, mas como calar meus sentimentos devastadores que quase me consomem? Pensei e refleti por algum tempo (uns três segundos) e decidi, por fim, meter o pau neles. Então, se você é um desses que se acham os substitutos de Deus na terra, aproveitem o momento e se julguem, confiram-se. Olhem todas as merdas do mundo e pensem: o que é que eu faço de igual a isso? Se mesmo assim não achar nada de comum entre vocês e realmente ver que não há nada errado com a perfeição (o que é o mais certo de acontecer), obliterem-se da vida. Aja saco pra ouvir cinco minutos de gente que quer saber da gente mais do que a gente mesmo. E outra, se pensa que investigar passo a passo a vida das pessoas, conferindo-nos todos os movimentos, não é cuidar da vida nossa vida, eu dou aqui mais uma dica: se jogue no inferno!!!

Esse texto eu dedico a todos os meus supostos fãs! Queimem!!!

domingo, 19 de setembro de 2010

Consertar e construir

Eu era produto de uma vida sofrida. Muitos me consideravam um nada. Mas convenhamos, nunca ninguém parou para falar comigo direito. Eu vivia ali, no meio de toda aquela confusão. Sabia de minha existência somente pelo quanto eu já havia sofrido. Era duro, mas nada disso me abalava. Gostava de sofrer. Mentira! Melhor seria se eu dissesse que acostumei com isso. É, acostumei. Já não contava quantos dias tinha vivido. Não me lembrava de um dia ter comemorado um aniversário sequer. Não sabia responder a minha idade. Certa vez, um estrangeiro trocou meia dúzia de palavras comigo. Quando me perguntou a idade eu não respondi nada. O silêncio se fez. Um tempinho depois eu perguntei: “quantos anos acha que eu tenho?” Ele sorriu e respondeu: “aposto que mais do que aparenta ter.” O estranho agradeceu-me a conversa e partiu dizendo que voltaria. E é aqui que começa a parte interessante de minha vida. Quando tudo o que eu fazia era viver em meu próprio mundo. Fechado ao convívio e a amizades. Os meus dias eram pesados e perturbadores. Não que tudo o que eu tenha vivido anteriormente tenha sido chato ou desimportante. Quisera eu ser assim, um ser comum. Desprovido de estórias pra contar. Não! Não seria uma boa vida...

Eu estava ali, no mesmo lugar onde sempre ficava depois de realizar os afazeres da manhã. Eu não sabia precisar quanta gente passava por lá todos os dias, mas de acordo com os dados oficiais do porto, seriam trilhões de transeuntes. Eu tinha aquela loja que quase ninguém reparava. Na verdade eu não podia chamar aquilo de loja, afinal, um vão numa parede não podia ser considerado uma loja. E era assim. Eu, meu balcão – que eu mesmo fiz – e a minha caixinha de ferramentas. Eu só precisava daquilo pra poder consertar praticamente qualquer coisa que existisse. Não era muita gente que sabia disso. Acho que nem me davam atenção por essas coisas que eu fazia. Ninguém achava que consertar coisas era difícil. Pra mim não era mesmo. Se me lembro bem, o serviço mais longo que eu realizei, me tomou umas duas horas. Era o tipo de coisa que uma equipe de engenheiros gastaria semanas para conseguir. E mesmo assim eu não precisei de outra coisa senão a minha caixinha de ferramentas. Acham que me deram atenção por isso? Claro que não. Não ganhei sequer um obrigado. Não importa mesmo. Eu já não ligava para as condições das pessoas e nem de modo que tratavam umas às outras. Eu vivia alí, daquele jeito, indiferente como os outros, mas concentrado nos meus talentos. Eu não morava naquele lugar, pra ser mais exato, eu não morava em lugar nenhum. Guardava algumas coisas que eu precisava alí, na loja. Mais nada. Quando queria dormir bem, alugava um quarto num dos milhares de hotéis que existiam alí nas redondezas. Fora isso, dormia sempre ao relento. Em uma das centenas de praças. Onde eu vivia não era proibido fazer isso. O risco era nosso mesmo. Mas ninguém era besta pra se meter comigo. Umas duas vezes chegou a acontecer, mas não é o que eu quero falar agora. Bom, eu estava na minha loja criando algumas coisas com as peças que sobravam dos aparelhos e pertences de meus clientes quando chegou um senhor todo afobado. Ele falava rápido e numa língua que eu não conhecia. Pedi para ele esperar um minuto, fazendo o gesto com as mãos. Tirei da gaveta um tradutor que eu já tinha feito há alguns anos e liguei. O visitante começou a falar novamente e eu fiquei alí tentando traduzir e nada. Pedi para ele parar novamente e comecei a perguntar em qual língua, das que eu conhecia, ele queria falar. Lá pela décima tentativa ele me entendeu. Fiquei surpreso, pois era uma língua que não se ouvia muito por ali, mesmo sendo um local de tantas culturas. Ele me disse: “conserte isso pra mim” e me apontou um cilindro metálico de um material não muito comum em nosso planeta. Sorri dizendo que não sabia o que era aquilo. E olha que eu acabo conhecendo muito mais coisas do que penso saber. Ele explicou que era um tipo de transmissor, mas que fazia coisas diferentes. Peguei o objeto em minhas mãos e fiquei surpreso com seu peso. Era muito denso, muito pesado. Fiquei observando aquilo entre as mãos e fui descobrindo como operá-lo. Em menos de um minuto, descobri como abri-lo e o objeto foi se revelando pra mim. Cada segundo em minha mão era uma revelação nova. O senhor ficou alí parado, como a me esperar. Achei que ele queria o serviço para imediatamente e assim me postei. Estava entretido com o mecanismo e com suas funções e depois de três minutos, após tê-lo fechado, percebi que não tinha defeito algum. Entreguei-o ao cliente e disse: “não existe defeito neste aparelho, está em perfeito estado”. O sujeito o pegou de minha mão e sorrindo respondeu: “sei disso! Estou admirado com a sua eficiência. Quero contratá-lo para um serviço local. É aqui perto e não vai levar mais do que alguns dias.” Espantou-me o fato do viajante falar, agora, em minha língua materna. Antes de voltar ao assunto perguntei: “conhece meu planeta?” Ele sorriu novamente e afirmou positivamente com a cabeça. Ficou em silêncio como se não precisasse me dizer mais nada. Olhei pra ele com calma e disse: “Agradeço a preferência, mas não preciso de nenhum trabalho além do que já possuo.”

— Presumo que não sabe de quanto estamos falando aqui...
— Sinceramente agradeço, não é de meu interesse.
— Não quer realmente saber do que estou falando?
— Tenho a quantia que preciso pra viver, não quero e nem almejo mais.
— Não me refiro à quantia. Estou lhe oferecendo a oportunidade de construir o que sempre desejou construir.

Quem sorriu desta vez fui eu. Perguntava-me: “do que será que ele estava falando?” Até então, nem eu mesmo sabia o que é que eu queria construir. Eu sempre montava as coisas que me agradavam e pronto. Sem mistérios, sem interesses. Por fim ele disse:

— Venha comigo até o porto. Lá eu mostrarei do que eu estou falando. Não tomarei mais do que alguns dos seus minutos. Você avalia o que vai ver e me diz se quer ou não. Só lhe peço isso, pode ser?

Fiquei imaginando o que poderia me fazer aceitar um trabalho que não planejava ter. E movido pela curiosidade acabei por aceitar o convite. Avisei que iria, que me esperasse um instante enquanto ajeitava a minha caixinha de ferramentas. Organizei o balcão como gostava e fechei a loja. Aquele foi o primeiro dos meus últimos dias. E digo mais, se soubesse no que iria me meter, teria feito tudo novamente.

O silêncio e a voz

Sujos e justos versos,
Venham me acompanhar
Palavras mal escritas
Para um dia realizar

Contas de uma estória sem começo
Contos de um dia sem fim
Sopro, devaneio, apreço
Madrugada a fora, fora de mim

Cada voz, uma bela melodia
No silencio crio o meu som
Estagnado feito rocha, um dia,
Hei de cantar se me valer o dom

Tardo, calo e escuto
Prezo, rezo e glorifico
Boa vida, mas em nada confio
Um tombo, um tropeço, nada disso

Ardo em dia quente,
Suponho no inverno estar
Claramente me contento
Nada há de faltar

Por pior que sejam os dias
Por mais quente que esteja a lua
Nada me faz parar, nada,
Pois aqui a vida ainda continua

Entrego-me tosco, ainda calado
“Enmudado” e enlouquecido
Aos braços de quem sempre me sorriu:
Ao nada, aquele sujeito frio

Convenhamos, não há o que dizer
Nesses meus completos desprazeres.
Surge então uma grande gloria
Um grande amor me foi dado

Vejam só, se não é aquela que sempre amei
Unida agora a um novo aliado
Minhas tão belas e lisas cordas
Tocam suprindo os desafinos cantados
Rio de minha voz, aquela tão embolada
Companheira da cabeça e tradutora do nada

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Blog Estimação

Meus caros amigos, o texto que segue abaixo, é da minha honrosa participação neste blog: http://redeestimacao.blogspot.com/
Tenho a satisfação de poder além de contribuir, fazer a minha parte para os nossos amigos animais. Espero que todos que lerem esta postagem, passem por lá e divulguem a todos seus amigos. Ajudem, divulguem, leiam. Obrigado.



Este pequeno texto é para agradecer e iniciar a minha participação nesse blog. A convite de dona Letícia Murta, uma amiga de muito tempo atrás, aceitei alegremente contribuir para esta tão nobre causa. Como negar o meu envolvimento com o ser animal? Como não olhar para essas criaturas que tanto amor me deram nessa vida? Como deixar de afirmar que prefiro os animais e as plantas aos seres humanos? É por estes e muitos outros motivos que eu tenho orgulho em dizer que seu convite, Lets, foi para mim, um achado, uma dádiva. Os meus mais sinceros agradecimentos a você, que tão bem me fez numa madrugada de quarta-feira, com esse convite. São momentos assim que fazem valer a pena relembrar o valor de alguns humanos.

Pretendo contribuir com meus contos e estórias verdadeiras. Das aventuras e das desventuras que passei com esses nossos camaradinhas tão bacanas. Muitos momentos tristes, mas uma infinidade de alegrias sem tamanho. Volto a dizer: é uma honra servir a uma causa tão justa. E nada mais justo do que falar sobre os bens mais importantes da minha vida: os animais. Foi com eles que eu aprendi muitas e muitas coisas. Se tenho um caráter, devo a eles o molde deste. Se sempre estou sorrindo, é porque aprendi com eles que; não importa quando, nem onde, nem em que circunstância, o objetivo da vida é ser feliz. Ah, e demonstrar felicidade é com esse “pessoal”. Já viram demonstração mais verdadeira de afeto? Cá entre nós, eles sim merecem o nosso verdadeiro amor!

domingo, 12 de setembro de 2010

Presunçoso

Não dá pra negar, sou presunçoso! Como não ser, se estou cercado de tanta perfeição?! Isso é o que eu diria se assim o fosse. (Fiquei parecendo uma bicha presunçosa, mas presunçoso o suficiente para a questão) Começo a perceber, que qualquer um que tente expor o seu pensamento, é estigmatizado de presunçoso. Não importa em que você se baseie. Não importa o que eu ache ou não de alguma coisa. Se opino ou tento defender o meu pensamento, me torno irremediavelmente um presunçoso. Se você não tem argumento para refutar o que eu digo (e olha que eu concordo com os outros em quase cem por cento das vezes, só pra não ter que ouvir conversa), não quer dizer que eu seja o dono da verdade. Minha palavra é só mais uma dentre tantas no universo. Quem sou eu para me comparar com grandes homens e personalidades. Se eu escamo algumas dessas pessoas aqui, não quer dizer que eu estou certo, nem que quero ser melhor do que elas. Eu só quero, expor o meu pensamento, minha opinião, a minha verdade. (E, porra! O blog é meu!!!)

Sem mais frescuras, eu declaro aqui: não sou presunçoso, e por mais que pareça arrogante, não sou! Ao menos não desejo ser. Se você continuar achando que eu sou um crápula, metido e nariz empinado, continue. É a sua opinião. Posso combatê-la aqui, usando minhas palavras nada ortodoxas, mas continuará sendo a sua opinião.

Lamento se ofendi algumas pessoas, direta ou indiretamente, não foi o meu intuito (as diretamente foram sim!). Sempre deixo espaço para as pessoas opinarem o que quiserem nos meus textos. Não apago os comentários. E olha que ninguém ainda me xingou o suficiente. Podiam aproveitar agora, a deixa, e descer o pau.

O que percebo é, que além de quase não me importar com coisa nenhuma, tenho ficado mais ríspido em minhas colocações. Estou mais escrachado, mais devoto do “foda-se”! Sei que passo muitas vezes do limite, mas limite é uma coisa que inventaram. Sei que o meu direito acaba quando começa o seu, mas me avisa quando chegar no seu, porque eu não estou me importando muito com isso...

(textos curtos e sucintos, nova onda)

Martírio

Por que as pessoas glorificam tanto as pessoas pelo quanto essas sofreram? Por que isso fica me parecendo uma moeda de aprovação para a eternidade. A pessoa diz o quanto sofreu ou sofre e isso garante a ela uma passagem direto para o paraíso! Caras bacanas como, Jesus e outros tantos mártires da vida, sempre são lembrados por seus sofrimentos (vide a cruz em todas as igrejas). Não posso simplesmente aprender com seus ensinamentos? Tenho realmente que sofrer o mesmo tanto ou um pouco mais pra entrar no tal do “paraíso”?

Acho que isso já é um quesito social: “ele sofre todo dia. É uma boa pessoa!” Ridículo! Tosco! Onde já se viu isso? Se fosse assim eu ia sair de casa dizendo: “vou alí sofrer um bocado, já que eu volto”. Alguém me perguntaria: “pra quê isso?”. E eu responderia: “pra ver se eu arranjo um bom emprego! Pra ver se eu namoro aquela menina que eu tanto quis! Pra ver se o pessoal da igreja gosta mais de mim!”

PUTAQUEPARIU!!! Vão se ferrar. Pra mim, sofrimento, além de ser algo que você opta por sentir, é algo que dá status social. Assim, as pessoas vão se constituindo dentro de uma sociedade arraigada e apegada ao martírio. Pessoas que crescem achando que o certo é sofrer. Que o errado é viver feliz. Pior!, que ser feliz sem ter sofrido antes é o certo. Fala sério!

Eu não sei o que dizer para as pessoas, não sei mais como mentir. Quando ouço o sofrimento alheio eu fico me perguntando: por que é que isso está acontecendo? Por que essa pessoa escolheu isso pra si? Por que, mesmo sabendo que não é necessário sofrer, essa pessoa escolhe irredutivelmente o sofrimento??? Burrice, idiotice, autismo? Não, Status!!!

Falar de sofrimento é um sofrimento. Pra mim, diferentemente das outras pessoas, falar de sofrimento é um sofrimento por eu ter que expor coisas que acho ridículas. Por ter que ouvir comentários de “como é triste (querendo dizer que é lindo) o sofrimento que Jesus passou na vida”! Estou farto disso. Pra mim, este não é o caminho...

Isso me leva a mais uma questão: isso é só a porra da minha opinião! Com certeza, muitas pessoas (quase todas) não concordam com isso. Estou ciente disso. Podem me excomungar se quiserem, pois essa será a sua opinião. Não vou sofrer por isso, mesmo que vocês queiram!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Parabéns Verdinha

Como agradecer a existência de alguém? Não uma simples pessoa, mas uma que me faz sentir obrigatoriamente obrigado a agradecer! Pensei em deixar um depoimento no orkut, ou quem sabe mandar flores e bombons, mas nada seria o bastante. O que pensei, que poderia fazer, para imortalizá-la, ao menos pra mim, foi escrever este texto. Então trago nestas palavras, todos os meus sentimentos de obrigado, Pá!

Eu sempre a conheci, mas nem sempre a desejei. Foi como um “sem querer querendo” que tudo aconteceu. Um sorriso, um olhar, uma conversa despropositada. Seus olhos, meu encanto. Acho que foi deste olhar que tudo começou. O segundo passo eu considero, acredito ser, aquela irresistível mordidinha nos lábios. Sempre me encantei com aquele gesto. O tempo foi passando e, eu diria: incontáveis palavras eu usei. Cada frase, cada resposta e, assim, fomos nos apaixonando. Todas as noites por muitos dias. Perguntava-me todas as noites, antes de dormir: “o que ela tinha de tão especial?”

Até hoje, eu ainda não sei o que ela tem de tão especial. Mas sei de muitas coisas que me fazem considerá-la tão especial. Vou citar apenas algumas; não me sinto confortável ao esconder coisas dela, mesmo não sendo mais minha namorada. Eu diria que isso se deve ao fato de me importar tanto com sua pessoa. Gosto do jeito que ela se importa comigo, como se eu representasse um grande homem em sua vida. Gosto daqueles olhos mágicos e hipnotizantes, aquele verde meio sujo (isso ela detesta quando eu falo, mas eu adoro quando ela se sente irritada). Gosto do seu beijo, suave e quente. Ofegantemente propício para a ocasião certa. Gosto dos seus cabelos lindamente loiros e naturais. Gosto do seu cheiro, gosto da sua pele, gosto do seu toque. Gosto da sua companhia, gosto da suas conversas, gosto do seu apoio, gosto de suas gracinhas, gosto de suas meiguices, gosto de seus dengos e até de suas chatices.

Vejo muitas e muitas qualidades em você, e poucos são os seus defeitos. E mesmo que tenha defeitos, estes não se comparam à enormidade de suas boas ações. Valorizo o seu senso de justiça, mesmo que em muitos casos discordemos por completo. Admiro sua garra, sua força e me espanto com o tamanho de sua energia. Assusto-me em saber que suporta a rotina dura do seu dia a dia.

Eu conhecia muita gente e sabia muito bem o que era uma mulher, mas depois que te conheci, eu pude afirmar com verdade em minhas palavras: “agora eu conheço uma mulher de verdade”. Mulher por ser a feminilidade forte em pessoa. Mulher por ser o doce de pessoa que você é. Mulher por saber amar e se entregar em uma relação. Mulher por ter tido a disposição de ter me aquentado. Mulher, por ser bela e sensível como só você é.

Não dá pra negar que eu estou puxando o saco, mas quem a conhece há de convir comigo, exaltar as qualidades de Patrícia, é o mínimo que se pode fazer para agradecer uma das melhores pessoas que eu já conheci. E se tem alguma coisa que eu lamente em minha vida, uma delas, é não ter sido homem suficiente para aceitar uma vida ao seu lado. Mas, sou obrigado a admitir: tem que ser muito melhor do que eu sou para poder te merecer.

Parabéns, Pá! Espero estar sempre por perto para poder agradecer cada dia feliz que você me proporcionou. Vida longa e saúde para todo o seu sempre. Amo você com a força que posso ter nessa palavra. Gosto do gosto gostoso de poder gostar de você...

Autoconhecimento, solidão, raiva

Olá, amiga de blog e parceira de vida, como vão as coisas por aí? Aqui como sempre, tudo vai bem, ou como eu sempre respondo: ótimo, sempre! Antes de mais nada, perdoe-me a demora, houve um grande imprevisto em minha vida (mais um) e por isso atrasei, até agora, a missiva prometida. Adoeci no dia seguinte á nossa conversa e tudo ficou para depois. Agora quero, sem mais demoras, começar o assunto dessa.

Sabe, por mais que eu faça ou saiba o que fazer, há sempre uma grande incompreensão em meu ser. Luto todos os dias para praticar aquilo que sei. Quanto mais aprofundo em mim mesmo, mais me vejo sozinho. (Não é pra ficar com dó, rs) Por mais que eu esteja em contato com várias pessoas todos os dias, ainda assim, me vejo distante de tudo e de todos. Minhas ideias se afastaram completamente do senso comum. Nunca fui favorável ao senso e agora, depois de cada dia, cada prática, cada investida de minha pessoa, fico mais e mais solitário. Não solitário de sozinho, sem amigos. Solitário por ter escolhido o caminho que sempre temi em percorrer. Por saber que sempre estaremos sós, independentemente de com quem estivermos.

Mas até que não posso negar a felicidade (se é que posso chamar esse não sentimento disso) de ter escolhido este caminho. O caminho é duro, mas é mais verdadeiro. O que mais gosto nele é o fato de não ser um desperdício de tempo. Sei que estou indo para o lugar certo. E todas as coisas que me acontecem, boas ou ruins, eu sei que são provações desse percurso. Agora, que é uma grande barra, isso eu não nego.

Outra coisa que percebo em mim é o fato de eu quase não ter mais sentimentos para com as pessoas. Quase nada mais me afeta, não digo que sou insensível, digo que estou perdendo as características de quem sente. Sei que estou perto de um limite muito tênue e não sei o quanto já experimentei de cada lado. É tudo muito novo, muito assustador e ao mesmo tempo muito instigante. Não sei como parar. Nem sei se iria querer. Gosto de pensar que vou chegar a algum lugar, nem que este lugar seja o fundo do poço. (rs)

Outra coisa que ando reparando deste caminho, é que o sentimento que mais me aflora, é a raiva. Já sentia esse tipo de coisa naturalmente, mas ando sentindo isso com mais intensidade. É estranho pra mim, mas a raiva às vezes me consome. Mas da mesma forma que vem, se vai. Aí, enquanto estou trôpego pelo ódio que vai se esvaindo, me vejo contente de estar sozinho. Fico grato de ter somente a mim. Entendo que posso contar somente comigo.

Não sei o tipo de impressão que eu posso estar passando pra você, minha amiga, mas gostaria muito de ouvir sua opinião sobre; o que você pensa do caminho do autoconhecimento? O que seria a solidão pra você? Estar sozinho é pior ou melhor do que se sentir sozinho? Afinal, se morremos sempre sozinhos, por que é que temos que temer a solidão?

Grato pela atenção, do seu amigo e escrevedor; Pedro H. D. Delavia

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Flor de Lins

Havia um tempo, um tempo onde

as coisas ainda eram somente coisas,
os sentimentos ainda podiam ser sentidos,
era ideal viver com alegria, nem que essa fosse passageira,
chorava e desfrutava as lágrimas da solidão,
gostava de sentir a falta de alguém,
era bom esperar um lindo momento,
via meus olhos brilharem por alguém,
via o brilho nos olhos das pessoas,
acreditava em tudo e em todas as coisas,
o vazio era passageiro e não tão sólido,
viver era mais fácil, pensar era mais simples,
acordar era um sacrifício menor do que hoje,
tinha certeza de que tudo o que via era real,
só o que desenhava era a minha realidade,
ver minha família não dependia de uma grande jornada,
a natureza era só aquilo que me cercava,
o ar era só aquilo que eu respirava,
a água era só para beber e se banhar,
estar em algum lugar era somente isso...

um tempo onde eu via o dia e noite como algo custoso,
um tempo onde eu sabia que o amanhã viria,
um tempo em que olhar nem sempre era ver,
um tempo em que desejar não era sofrer,
um tempo em que o tempo custava a passar,
um tempo em que tudo tinha o seu lugar...

...havia o tempo, havia a esperança, havia vida, havia a criança...
...o tempo que se foi não volta, não, isso não mais me incomoda,
não há saudade, não há ressentimento, eis que surge a flor
a flor que me fez lembrar de todos estes momentos...

a flor-de-“Lins”, que mexeu com todos os meus pensamentos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sobre o nada!

Pensei muito sobre o que escrever hoje. Meu intento é começar este mês arrasando em número de postagens. Pretendo postar, almejo, ao menos um texto por dia. Um total de trinta neste mês. (Eu e minhas metas!) Bem da verdade, eu escrevo todo dia, mas não são todos os dias que eu completo algo útil. E foi assim que eu comecei o meu texto de hoje: divagando. Pensei em escrever algo que me aliviasse do estresse, coisas que eu odeio por exemplo... mas não quero voltar à velha lista (tem muita coisa nessa). Coisas ruins? Nããão! Sabem que eu não gosto de coisas ruins. Deixa eu ver... hum... já que não quero falar de coisas ruins, que tal coisas boas? Hum... também não, não estou inspirado. Nem tão pouco as coisas que amo. Seria um discurso longo e eu estou devendo um texto sobre o amor.

Bom, foi pensando nestes assuntos que eu descobri sobre o que irei falar hoje, e o assunto escolhido foi: nada! Isso mesmo. O nada é algo que devemos dar mais atenção. Quantas e quantas pessoas, que eu conheço, que estão repletas de nada!? É quase que uma epidemia. Mas não culpemos os seres deste mundo (nem de outros), a culpa não é de ninguém senão de nada, nem coisa nenhuma! Assim como nossos pecados, o nada é amplo, complexo e nunca quer deixar de existir. Sendo desta forma, e de outra não podendo ser, ele está entre nós, e por que não dizer: em nós!

Olho a minha volta e, por mais que eu veja algo, sempre hei de ver o nada. Como posso deixá-lo passar despercebidamente, se, não restando mais dúvidas, ele está ali? Analisemos então o nada. O que ele é? Começaria dizendo: coisa nenhuma. Seria redundante de minha parte. Então pensei em uma outra concepção: o nada é tudo aquilo que não se pode ver. Mas mesmo assim há um problema; embora não se possa vê-lo, sabe-se de sua presença. As coisas vão se intensificando e o que penso agora é: o nada, embora invisível, é tudo aquilo que não deixa dúvidas de que, ali, onde não existe coisa alguma, há o total de sua magnificência. Mesmo onde existam todas as coisas, ele está ali.

Convenhamos: refletir sobre o nada te leva a lugar algum. Acontece que, viver sem pensar no nada é como negar a existência de tudo aquilo que nunca existiu. Você vê, fala, ouve, sente, embora tudo isso, não passe de coisa alguma. Volto à velha frase: o que vivemos existe? Se não existe, ou mesmo se realmente existe, o mais importante é que, o nada, está lá. É descabido falar de nada quando, uma vez que pareça não ser nada, na verdade ele é quase que tudo. E nisso eu digo: tudo engloba o nada; e o nada é tudo. Ou seja, quando alguém diz: “eu tenho tudo”; na verdade o que está querendo dizer é: “não tenho nada nem coisa nenhuma”.

Tenho muita coisa a pensar e refletir sobre o nada, mas mesmo assim, não quero escrever mais nada. O assunto é extenso como a vastidão do infinito e, isso me fez lembrar que, o que é o infinito senão absolutamente nada?! Vagueio entre as palavras para descrever a forma do que nunca vi e sempre soube que estava ali. Perda de tempo? Loucura? Eu diria: nada disso!