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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Enquanto eu dormia...

Não posso descrever a mudança eterna de uma alma em apenas um segundo, tão pouco posso considerá-la mudança se, de fato, nem sei se realmente é. Acho graça no cara amargurado que me tornei, cheio de tristezas sem fim e... quem foi que disse que já consigo rir de meu sofrimento? Estou a todo vapor em plena dor, dor do amor, dor da alma, dor do coração, dor da religião, dor da razão, dor, dor, dor... mas, e daí? Sei, realmente sei, não sou nada, mas também sou tudo e mais um pouco. Não para você, não para ele ou ela, mas para mim. Sou todo o limite infinito de mim mesmo. Calei meu descontrole em prol da minha sugestão: “e aí? Fique bem, tá?!” …tá, vou tentar!

Me perdi e ainda estou perdido, mas não vou me encontrar em lugar nenhum se sequer saí daqui de dentro de mim. Não consigo me ver, pois não aprendi a olhar para dentro. Não posso me buscar se estou acorrentado em minhas próprias lamúrias. Reúno forças para libertar-me de meus grilhões, para finalmente poder caminhar meus primeiros passos, meus primeiros novos passos...

Concluí minha jornada? Compreendi minha missão? Sequer levantei para sair de “casa”. Sim, eu quero ver o oco! Talvez eu comece com o oco de mim mesmo. Talvez eu o preencha com o que quer que eu ache devido e veja lá, dentro de mim, o que eu realmente quero encontrar: eu mesmo. Estava dormindo? Creio que ainda estou, mas ao menos agora eu pretendo acordar...

Bom, realmente não tenho muito a dizer, tenho mesmo é muito a fazer... muito a viver... bem da verdade; tenho muito a reviver, re viver... Se entrei falando, saio calado e pensando. Integro-me ao meio e recomeço tudo outra vez, para errar de um jeito melhor, menos catastrófico e melodramático. Acordado? Talvez... mas não sem a certeza de que tudo aconteceu enquanto eu dormia... “ei... acorde!”


Texto inspirado pela crônica de Paulo Mendes Campos, “O sentido, o humor e a dor”: http://recantodasletras.com.br/mensagens/1841551 (recomendação de Vanessa Oliveira. Acertou na mosca... ou bem perto dela, obrigado!)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Filhadaputagem

O podre mundo que nos rodeia sempre nos acolhe com sua doce filhadaputagem. Mentira, deixem-me retratar: “o podre mundo que ME rodeia sempre Me acolhe com sua doce filhadaputagem”.

Nada como começar um texto com glamour, certo? Então, eu perguntaria: “como vai a sua vida?”, mas não quero saber a resposta e tão pouco ouvir: “Bem, e a sua?”. Não quero ter que responder de novo e de novo: “Uma merda, uma bosta, um cu dentro do outro, porque a vida é um inferno que eu não paro de me afogar”. Entendeu? Então, não me perguntem. Mas continuando a falar daquilo que não presta:

Hoje eu fui fazer um belo de um rapel (aquela paradinha de descer dependurado numa corda fininha de um lugar altão) e pra variar, nada podia dar certo. Mas não é que deu quase tudo certo? Mas veja bem, nesse “quase” tem muita merda pra voar no ventilador.

O principal e o que eu quero falar antes de tudo, é que achei que eu ia sentir medo, achei que eu sentiria emoção, achei que eu fosse tremer, temer, sofrer, sorrir, qualquer merda... mas não senti absolutamente nada. Nem medo, nem adrenalina, nem sequer fiquei com o coração disparado. Senti como se minha vida não estivesse ali comigo. Bom...

Minha vida realmente não está comigo. Queria dizer muita coisa, mas não quero dizer mais nada. Não quero escrever também, nem quero ficar aqui no computador (se é que posso chamar essa porcaria de computador) tentando falar com pessoas que se incomodam de conversar comigo. Podiam ao menos parar de me perguntar se estou bem antes de começar uma conversa infrutífera comigo. Porra, se um dia eu estiver bem (nem consigo conceber tal façanha por agora) eu aviso todo mundo, tá?! Pra não restar dúvidas: NÃO, NÃO ESTÁ TUDO BEM COMIGO, MERDA!!!

E vou dizendo, não é por sua culpa também não! É, você mesma, mulher que me fez sofrer. O sofrimento agora está estendido. Elevado a décima potência, e você não merece todos os louros por isso. Ah, ao menos me libertei de você, como você sempre quis, ah é, você não queria, queria pisar em mim por toda vida. Lamento informar: não deu! Abaixa sua bola, quando você tiver capacidade de ver o que fez, vai perceber que quem perdeu tudo, foi você.

E esse foi um resumo (só com partes ruins) do meu frustrante dia. Espero que todos tenham se divertido muito hoje e que se divirtam ainda mais com o resto do feriado. Vou comemorar absolutamente nada hoje, sozinho, bebendo o Brandy do Woodall (foi mal velho, eu te chamei). E aproveitar o ensejo para começar a acostumar com isso: ser sozinho! Valeu (se fodam)!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Nem o silêncio pode falar por mim...

Nem preciso falar que não estou mais escrevendo... nem preciso dizer o retrato de minha dor... na verdade, não preciso dizer mais nada sobre coisa nenhuma... acho que o silêncio vai falar por mim...

O que eu posso dizer, o que eu quero clamar, será então tudo aquilo que eu não direi aqui. Falo de todas as coisas, discuto todas os assuntos, mas em mim, o que prevalece, é a dor extrema. Digo, sinto, evito, me entorpeço em bebida, mas no fim, tudo volta. Mas como disse, não é esse o assunto. O assunto é: nem o silêncio pode falar por mim...

Se disse o que não disse, então consegui falar até o que não consigo dizer
se não me entenderam, se ficaram confusos, acreditem; não me compreendem
se acham que sabem o que é ou não verdade, se sabem sobre o sentimento
digo: não, vocês nem fazem ideia do que é isso aqui dentro, nem quero que saibam
vejo os sorrisos e as alegrias, vez por outra, sorrio também, mas como disse
não, não estou feliz. Não quero ser perguntado se estou ou não bem
não quero outra vez ter que responder a isso...
não quero olhar nos olhos, não quero sorrir e gargalhar
quero me fechar, quero me trancar, aqui, sozinho comigo
gosto de mim, quer dizer, gostava de mim, quero gostar novamente
vou ver o dia nascer novamente. Hoje? Não sei bem ao certo
perto? Não imagino um dia próximo. Amanhã? Não vejo o amanhã
aqui, aqui é mais seguro. Me deixe só. Alimento-me de música
sinto minhas forças voltando pouco a pouco. As melodias estão aí.
Mantendo-me, elevando-me, sustentando-me...
o renascer está próximo, quero viver, quero sim
nota a nota, letra a letra. Tenho o que preciso ter
dinheiro? Tempo? Vida? Alegria? Amor?
Não, tenho o que preciso ter; notas e letras

Sou e estou vazio? Estaria se não estivesse tão cheio de nada. É do nada que nasce um universo, é do caos que nasce a esperança, é no pântano que nasce a flor de lótus... é, sou eu, em algum lugar de lugar nenhum. Não sou quieto, não sou calado, mas calo o meu coração. Paro ele nesse instante. Não quero que bata mais, não quero que morra mais. Fique quieto aqui comigo, assossegue-se. Vamos caminhar... para onde? Para o mesmo lugar de sempre: adiante, sempre adiante...