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domingo, 30 de maio de 2010

O Obscuro, parte II.

Quatro:

Andava de lá pra cá com um pedaço do braço do morto em suas mãos. Sentou-se por fim em um caixote de madeira, ao seu lado, apoiou o seu queixo nas costas da mão do braço morto, como uma estátua do pensador em versão abominável. Refletia, e achava esquisito, entendeu. Estava preocupado, mas... com o que? Nunca se preocupara anteriormente. Mas mesmo assim ficou ali, com o pedaço de carne humana morta a tocar-lhe a barba rala do queixo. Pensou em algo: este cadáver, picotado aos seus pés, ele não desovaria num lugar seguro. Este não. Queria que algo novo e prazeroso. Sorriu com a idéia. Olhou as roupas do morto por sobre uma caixa de papelão ao seu lado esquerdo. Jogou o pedaço de braço por cima da pilha de pedaços de carne. Foi para o canto oposto ao das roupas e pegou do chão uma lata com água limpa. Despiu-se. Lavou-se. Queimou suas roupas antigas. Não usava luvas. Não precisava, não era pego, não tinha registro e sabia que a polícia do seu país era muito ineficiente. Caminhou nu até as roupas do falecido e as vestiu. Um pouco largas aqui e ali em seu corpo esguio e comprido, mas de bom tamanho. Pegou a carteira do morto e partiu dali. Andou instintivamente pra longe daquele lugar ermo. Calculou no mínimo três dias pra que alguém achasse o corpo pelo mau cheiro. Não se preocupava com isso. Estava ansioso pra ouvir nos telejornais as notícias de sua obra. Satisfeito parou em um boteco a alguns quilômetros do local e pediu um café em seu linguajar adequado ao local. Adaptou seu sotaque imediatamente, sem pensar em fazê-lo. Infiltrou-se, não chamou a atenção. Pagou com o dinheiro da sua vítima. Comeu um pão com lingüiça e um pedaço de bolo, só comeria novamente no dia seguinte no mesmo horário, e só se precisasse. Acostumou seu organismo a não precisar de quase nada. Só pensava em matar, nada mais. Sorriu de lado e partiu. Seu cérebro criminoso sabia onde levá-lo. Precisava se mostrar de melhor forma. Queria ser encontrado, não pelas autoridades, estes não eram capazes de tal proeza. Sabia quem o queria e queria muito este alguém. Pensou no desafio, seria mesmo um desafio? Excitou-se. Precisava matar, logo!

Cinco:

Onde estaria seu alvo, seu objetivo? Se fosse em seu lar, só por querê-lo já o teria em seus pés. Gostava de viver em seu mundo. Amaldiçoava seu pai, seus irmãos e de todos os que zombaram dele quando este teve de partir para o plano mortal. Detestava todos. Queria vingar-se, mas sabia que não conseguiria. Só lhe restava judiar muito de sua caça e pensar nisso o fazia menos zangado. Pensou em sua condição, não era mais um, era uma fêmea, fraca e odiosa. Caminhava como havia chegado, nua, pelas ruas escuras. Quando chegou do subúrbio e entrou numa avenida que a levaria para o centro da cidade, os carros que por lá passavam começaram a buzinar-lhe. Ouvia cantada de uns, assovio de outros, e os idiotas mais sensíveis perguntavam se ela estava bem. Por fim, um destes parou em cima da calçada a sua frente com seu carro. No teto deste havia uma luz vermelha e azul rodando freneticamente. De dentro do carro, dois homens desceram encarando seu corpo. As informações vinham ao seu cérebro humano, irritou-se mas entendeu o que estava acontecendo. Um dos homens sorriu e perguntou-lhe o que fazia ali sem as roupas. Nada respondeu. Cerrou os dentes, queria continuar sua busca. Precisava passar desapercebida pelos humanos. Não podiam detê-la, mas a atrasariam imensamente. Viu atrás de si um lote vago, deu as costas aos oficiais e caminhou pra lá. Os guardas a chamavam: “moça, moça, espere...” Não lhes deu ouvido. Queria muito prosseguir. Quando já estava no meio do mato, já grande, olhou pra trás e os encarou. Um deles caminhou em sua direção pedindo que ela não o temesse. Percebeu que ria do infeliz. Não sabia ela o que era o medo. Conhecia o medo pelo relato de quem ela impunha medo e não o oposto. Esperou até o oficial parar na sua frente e antes que este pudesse dizer qualquer coisa, abocanhou-lhe com uma enorme e sobrenatural mordida. Sua mandíbula espaçou-se largamente e seus dentes ficaram enormes. Decapitou o policial em uma só mordida. Agiu instintivamente e adorou a surpresa que até mesmo ela sentiu. Cuspiu longe a cabeça e atirou-se para cima do outro que corria em socorro do companheiro. Um tiro varou-lhe o peito antes de decapitar o segundo. Arrastou os cadáveres para o meio do mato. Tirou a roupa de um deles, vestiu apenas as calças, as botas, e a camiseta que havia por baixo do uniforme. Nada mais pegou, limpou seu rosto com a blusa do uniforme e partiu. A roupa era desconfortável, estranha. Mas sabia que para chegar onde queria tinha de ser assim. Não tinha tempo pra mais nada. Queria findar seu objetivo. Pegou algo no chão, um elástico, prendeu seu cabelo comprido. Saiu de dentro do matagal e correu pela avenida. Precisava encontrá-lo, conseguia sentir seu alvo mais próximo. Percebeu que este já sabia dela, que a esperava. Sorriu enquanto corria, teria ação em pouco tempo. Gargalhou sinistramente...

Pornografia dos meus olhos

Desculpem-me mais uma vez as pessoas (só mulheres) que ofendi com meu texto sobre o controle peniano. Fui ridicularizado por uns, massacrados por outros e... ta, ta, só acharam ruim, nada de mais. Tive algumas perdas sim. Mas prossigamos. Vejam bem, tenho uma pergunta: qual o problema de se pensar sempre em sexo? (não que eu só pense, pratico também e falo bastante sobre isso) Mas mesmo que seja uma coisa que todos fazem, quando me exponho, de uma certa forma, me acham um cara tarado, ou pervertido, ou até mesmo de putinho me chamaram. Pausa pra falar sobre o “putinho”; o legal sobre ser chamado de putinho é que quem me chamou, me disse assim: “o meu ficante é putinho que nem você, um dia eu tava numa boate com ele e dois caras ficaram me cantando, disse isso pra ele e o que ele fez? Foi lá e chamou os caras pra ficarem comigo.” Eu perguntei: “o que você fez?” Ela respondeu: “Fiquei com os três ao mesmo tempo.” (longa pausa dramática...)

Então... EU É QUE SOU PUTINHO??? Ta bom, vai, quem sou eu pra julgar as pessoas? Não condeno ninguém por mais nada (com exceção de usuários de drogas, estes eu tenho uma rixa violenta, mas...), calei-me perante todas as loucuras do mundo. Bom, não me restam saídas. Não quero ser mais um hipócrita que finge ser alguém, eu sou eu, de fato. Não quero expor minha vida mais do que ela já é exposta, mas vivo abertamente. Uma amiga me disse: “se você é assim, por que ainda namora?” Boa pergunta! Tentei responder e a única coisa que me vinha à cabeça era a vontade de não estar sozinho e querer ter uma família. Sou algum idiota por pensar assim? Pois que seja, o fato é que a minha visão de mundo não é muito politicamente correta. Me perguntaram: “e se sua namorada tivesse escrito o texto que você escreveu? E se ela te traísse?” Bom, se ela tivesse escrito o texto, eu seria mais fã dela do que era. Segundo, se ela me traísse, não me incomodaria em quase nada. Já fui traído, muitas vezes. (Isso só dizendo as que eu sei) Não posso exigir a fidelidade de ninguém, e traição pra mim é ser ferido em seu íntimo por alguém que você achava ser uma pessoa amada. Ficar com outra pessoa, pra mim, é seguir nossos instintos, não considero uma traição. Nascemos animais, e por mais racionais que sejamos, alguns instintos permanecem (no meu caso o sexual).

Acredito então que as coisas que penso (vejo) são todas da minha cabeça. Realmente eu posso ser o que está errado, mas e daí? Se você não gosta de sexo, se tudo que você vê a sua volta não são oportunidades sexuais, lamento. Vai assistir novela e ler um romance de banca de jornais. Não! Estes não! Estes só falam de pornografia e as pessoas (mulheres) que lêem isso, pensam mais em sexo do que eu. Sério, estou de completo acordo com o Felipe Neto (cara do youtube que senta o pau em todo mundo), “a mesma vontade que o homem tem de comer a mulher tem de dar”. Não existe verdade mais pura. Você mulher, que fica pagando de santa pra manter seu nome limpo na praça, para com isso. Verdade seja dita: sexo é bom, não há nada melhor. E vocês gostam disso tanto quanto eu. Assumam! Penso que a sociedade e a Igreja vieram coibindo o desejo sexual por muitos séculos. A Igreja com o tosco e já manjado jargão: é pecado. A sociedade (principalmente os machistas que nela vivem) julgando mulheres que dão, como devassas e infiéis. A culpa é de vocês que as mulheres de hoje tenham medo de transar. Por que a mulher que tem muitos homens é piranha e o cara que arranja muitas mulheres é garanhão? (Mera coincidência a analogia com animal, mera coincidência) Se mulher é recalcada, é culpa de vocês. A gente transa menos do que devia, por causa deste falso moralismo. Abaixo os preconceitos e viva a liberdade sexual. Não faz sentido deixar de querer fazer o que você já desejou. Ta na cabeça, pra passar pra ponta do pênis é um movimento! Façam. E outra, só me condenem aqueles que nunca tiveram um desejo sequer por nenhuma outra pessoa. E a estes digo: Para de mentir!

Todo mundo sabe que isso bom, que é o melhor a se fazer em muitos casos. Quer exemplos? Está com insônia? Transe! Está passando mal, com dor de cabeça? Transe! Está com problemas financeiros e dificuldades na vida? Transe! Simples assim! Se transássemos mais, existiriam menos guerras, menos revoltas, teríamos mais poetas, mais músicos, mais paixão nesta vida que acaba se tornando tediosa e repressora. Observe a natureza, seja como ela. Siga o fluxo da vida, pense menos, faça mais. Sejam melhores com vocês mesmos. Não julguem e não sejam julgados. Vivam a sua liberdade emocional e espiritual. Amem mais e odeiem menos. Não reprimam os seus bons sentimentos. É redundante, mas é fato: sentimento é pra ser sentido. Não temam uns aos outros, sejam vocês mesmos.

Me culpem, me xinguem, digam que é tudo coisa da minha cabeça. Eu sei, todo mundo quer a mesma coisa, nascemos com estes desejos em comum. Se forem só os meus olhos que enxergam as possibilidades sexuais, eu assumo a minha culpa, mas me deixem com ela, eu e ela nos damos muito bem.

sábado, 29 de maio de 2010

A Busca I, mistérios...

Coisas estranhas e bizarras acontecem o todo instante. E atenção! Em todos, mas em todos os lugares. O inimaginável não se prende em dimensões, nem há um limite para suas proezas. Quem, em algum dia de sua sã vida não se deparou com algo que infringe as regras da realidade. O que é a REALIDADE? O que é real, o que é imaginação, o que são as LEIS que regem o universo? O que afinal de contas faz sentido? Nada, a mim faz sentido. Absolutamente nada. Nada mesmo! (incluindo aqui, o nada) O que mais me atrai, e naturalmente me abstrai, no existir é o mistério. O que é um mistério? O que é estar vivo e poder pensar? O passado é um mistério? O futuro é um mistério? O presente? Seu íntimo e interior é um mistério? O que há lá fora? O que há aqui, entre nós? O universo é grande pra caralho! Tentar desvendá-lo é suicídio. Tem gente que afirma saber a verdade sobre o universo e assume uma postura de néscio, hipócrita. Eu não consigo parar de querer entender esta merda! Juro! Minha mente deseja respostas. Eu não quero saber o que tal crítico literário disse de tal obra. Não! Isso não me interessa! Existe vida lá fora? Outras dimensões? Deus? Uma força suprema? Um começo? Um fim? Fantasmas? Monstros? Vampiros, lobisomens, bruxas, sacis, chupa-cabras e etc? o que existia na Terra antes de nós? De onde viemos? Pra onde vamos? Por que estou aqui? Isso eu quero saber. Não! Não quero a sua resposta, não me venham com seus (parcos e doutrinados) conhecimentos me dizer o que é o quê. A resposta que procuro é só minha e de mais ninguém. Mesmo temendo saber cada uma das respostas, eu ainda assim quero saber. Eu preciso disso. Eu quero isso! Quero muito! Isso me move, a minha busca. Se a ansiedade matasse, eu estaria extinto. Não suporto viver sem respostas. Tenho muito medo de buscá-las. Temo sim o desconhecido, mas não há nada que eu precise mais saber do que isto. Pra que me serve pensar e ser criativo e ser curioso, se nada posso fazer aqui. Acredito, acredito sim em todos os mistérios do mundo. É bem provável que eu nem mesmo esteja vivo neste exato momento (como na série “Lost” ou no filme “Os outros”). Talvez seja tudo um grande clipe psicodélico, mas... EU QUERO SABER, PORRA! Vou! Vou, sim! Vou gastar cada segundo da minha inútil vida buscando a verdade (foda-se o que você pensa ou seja a verdade, to falando da minha) e conjurando o que pode ser cada coisa deste e de outros mundos. Minha imaginação trabalha a meu favor, me enlouquecendo e me fazendo criar cada vez mais e mais perguntas.

Tenho várias teorias e respostas (muitas delas são muito toscas, mas são teorias) e minha mente não para de imaginá-las e aumentá-las pra mim. Crio milhões de mundos ficcionais que ao meu ver mesclam-se à vida real (que eu duvido que realmente seja real). Bom, estas são as piores das minhas características, uma das coisas que mais me incomodam, mas que também me alegram a viver. Gosto de fato de pensar muito assim, de criar deste jeito, mas tenho que me cuidar para não me sentir muito frustrado com isso tudo. Temo muito isso, mas me encorajo pra que eu siga adiante e siga em frente pra ver até onde eu chego com minhas idéias e loucuras. Quero compreender e me alucino com as probabilidades do mundo. Quero saber de tudo e tudo o que busco é o que não se sabe. O que já foi solucionado (pensa-se ter sido), como a gravidade por exemplo, só me faz querer saber mais sobre o que ainda não foi. Minha busca aumenta e sem direção nem um objetivo, não paro, não sossego, não termino, não me canso, me estresso, me incomodo, me destruo, me recomponho, choro, sorrio, aprendo, desaprendo, construo, destruo, reconstruo novamente, começo, finalizo, volto a recomeçar, me frustro, me regozijo, me entristeço, me alegro, morro, revivo, quero e requero, enfim... não paro. Ou se paro, volto e prossigo. É chato e é incrível, não existe limite, não vejo o fim, nunca vi o começo. Quero por que quero, sou uma criança birrenta que chora até conseguir o que eu quero. Mas meus desejos são tantos e tão grandes que minha mãe não me atende nunca, não por que ela não queira, mas porque ela não pode me dar tudo o que eu quero. Sigo querendo e me alegrando com o pouco que sei. Não me contento, pois sempre quero mais. Acabo por perceber em mim outro vício, mas e se estou aqui pra entender isso também? Claro que estou, se sou assim é para que o fosse mesmo. Não vejo outra solução senão continuar. O místico e o oculto querem ser vistos e admirados, talvez seja somente esta a sua intenção. Crio mais uma teoria, viajo nela por um tempo e continuo digitando. Vou me perder, vou me criar, pra onde vou?

Sabe, sempre disse pra algumas pessoas que me conhecem (se é que são pessoas mesmo e não espíritos) que se tinha uma coisa que me faria abandonar tudo, seria o fato de um dia eu ter a oportunidade de viajar em uma nave extraterrestre para o lugar mais distante do universo. Era só por ir mesmo. Não tinha a intenção de abandonar ninguém nem coisa nenhuma, só ir. Hoje vi um filme cabuloso, o “Contatos de 4° grau”, que me fez pirar e conjurar hipóteses avassaladoras. Passei mal de medo (nem tanto assim) e me pus a escrever constantemente e vejo que uma das minhas missões aqui é escrever. Escrever me faz abstrair absolutamente tudo. Tudo o que começo a sentir se torna algo “escrevível”. Se senti medo, este deixou de existir assim que comecei a escrever, passou a ser uma idéia a ser escrita e uma criatividade a ser explorada. Pois bem, dizia que o filme me fez criar idéias sobre o que é real ou não, ver como o mundo está inteiramente ligado a absolutamente tudo. Os caras abduzidos no filme eram praticamente torturados e voltavam praticamente loucos e traumatizados. Unia-se a estes elementos coisas como: as civilizações antigas, textos sumérios, o passado obscuro, alienígenas bons versus os maus, outras galáxias, Deus, e muitas outras coisas. (Vale a pena ver) O fato é, o que devemos nós, pensar ou não a cerca de coisas assim? Não sei quanto a vocês, mas eu fico muito, mas muito curioso com tudo isso (o medo continua, mas a curiosidade é maior).

Vou vivendo e vendo a cada dia que passa uma coisa mais intrigante do que a outra. As minhas experiências com o sobrenatural foram muito poucas e quase imperceptíveis pra mim. Talvez estejam me poupando (o que não é de todo ruim), talvez nada disso exista e tudo o que sabemos sobre a vida é de fato a verdade nua e crua (...nãããããoooooooo!!!), talvez eu deva abrir mais a minha mente para os parâmetros de vida que ainda não estou condicionado a sentir. Independente do que deva fazer ou não, mantenho-me atento e buscando respostas para as coisas que me deixam tão curioso e perturbado. Se ao longo de minha breve vida verei ou não soluções para minhas curiosidades, não sei, mas tentar e tentar, eu vou.

Creio que esta será minha maior postagem, afinal o assunto é longo, extenso demais para umas poucas linhas e também um único post. E se você, curioso ou curiosa, que pensam assim como eu, que nada deve ser ignorado e deixado de lado sem resposta, mande pra mim suas experiências e vivências e compartilhem comigo suas curiosidades. Não gosto de me sentir só (embora esteja) num mundo tão versátil e cheio de mistérios insolúveis. Almejo criar um grande arquivo de coisas ocultas e misteriosas, coisas inexplicáveis enfim, para futuras consultas. Aposto que isso já existe (tem muita gente muito mais curiosa que eu) e se alguém souber de endereços eletrônicos ou físicos, por favor me avisem. Vai me ajudar em muito em minhas pesquisas.

Escrever está também se tornando um grande mistério, de onde vem todas estas palavras (não é psicografia) que fervilham minha cabeça? Não paro de imaginar, de pensar, quero respostas. Enquanto não as tenho, acumulo mais e mais perguntas e infindáveis são estas. Como dizem, “o que move o mundo são as perguntas e não as respostas” acrescento a esta frase: “as respostas chocariam a humanidade e esta se extinguiria”. Não quero desvendar o universo, quero me perder em seus mistérios...

Mundo Abstrato

O quão abstrato se torna o tempo em que tudo o que é dito nesta nesga abstrai-se da realidade. Uma aula abstrata e inexistente, uma hipnose, uma terapia, um CD de relaxamento. Ouço uma voz no fim do túnel, esta diz que algo inexistente... não, talvez algo impensável... talvez, quem sabe, algo transmutado, discrepante e ininteligível. Sobre o que estou ouvindo? Imagino esta voz? Quão abstrato pode ser o abstrato? O anão mágico prossegue em sua narrativa tristonha e modorrenta, faz perguntas desconexas e irrelevantes. Sabe o anão: “tudo o que a mim faz sentido e que sei mais do que alguém poderá um dia saber”. Só não sabe ele ensinar. Talvez saiba, talvez eu é que não saiba compreendê-lo. Pra mim, a arte de se transmitir informações (mas que gerem uma sabedoria) é um dom, e não existe graduação suficiente que te faça aprender isso (vem do coração). Sei que ouço o silêncio à minha volta, são poucos os gatos pingados que opinam. Estarão estes dominados pelo transe sugestionado do mago? A hipnose se arrasta em um longo, comprido e interminável discurso (praticamente um monólogo). As horas não correm, caminham vagarosamente... por estar escrevendo, me torno atemporal. É como ouvir um rádio tocando bem de fundo, como na casa de um vizinho. Você quer interferir naquele som, mas logo percebe que nada pode fazer, assim, conformado, você segue adiante. Vejo os pombinhos se aninhando alheios a tudo o que ocorre, sorriso e cochichos aqui e ali, “Napaula” angelical ao meu lado, logo depois, “Zampierrando” e “Augustando” outros dois. Belezas, beldades, belezuras, olhos e olhares, ruídos, balbucios e sons. Um vozeirão ecoa ao fundo, uns se recuperam, ou não! Barbies e Babis, Peters e Pans, Gils e Inácios, todos perdidos na sala do nunca. Lá fora o tempo corre, aqui ele estaciona, a ansiedade aumenta, minhas perguntas de “como se escreve o quê?” também à medida que a folha chega ao fim. Um suspiro... mais uma opinião e à frente segue o mago em sua regência fantasmagórica... só terei consciência de ter estado aqui ao ler o que eu escrevi. Fora isso só me resta viajar e viajar nas abstrações abstratas do anão mágico. O tempo correu e agora, cansado e doido no pulso, termino meu escrever, antes mesmo de ver o fim do que acabou de não acontecer. Fui abstraído pelo abstrato.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Controle peniano

Como assim ser controlado por algo menor que você? (ou! Nem é tão menor assim) Bom não é a estória de um homem que é dominado pelo seu membro, é quase isso. Vejam bem, ter pênis todo mundo tem (foi mal, mulherada), agora, quantos de vocês tem uma relação de controlador e controlado? Como disse, não estou falando que eu perdi meu controle, muito menos ultimamente (escrever o tempo todo tira a gente desse contato). O que quero com este texto é esclarecer que nem sempre quero estar no controle dos meus instintos naturais. Ou! Eu fui criado pra querer vaginas, meu pai se orgulhava de me dizer isso: “Filho, quanto mais vaginas (mulheres, ta? O “vagina” é por minha conta) “comer” melhor”. Abaixem as pedras! Eu não sou machista, só gosto disso. Trato todas elas muito bem. Mas aí é que está, eu tentava me desvencilhar disso, queria me afastar destes pensamentos, mas pra que? Que mal tem o meu amigo de menos intelecto estar no controle de vez em quando? Nos somos feitos de instintos também, o reflexo é um instinto (se você não se abaixa quando te chutam a bola na cara o problema é seu). Sei controlar muitos dos meus desejos, tipo: não fico querendo chapar todas em lugar nenhum; não, não vou fumar maconha com ninguém em hipótese alguma e nem beber pra comemorar com ninguém; não vou brigar com alguém só por diversão. E estes são só alguns dos muitos instintos básicos que alguém possui. Então, o que é difícil pra mim é negar sexo, sou muito viciado no sexo oposto. Foi mal, me desculpem as mulheres, me desculpe minha digníssima, mas é uma luta injusta, afinal eu não tenho nenhum vício que prejudique minha saúde, exceto (e isso não prejudica a saúde) este pequeno empecilho. E não vejo nada disso como um problema. Era um problema quando eu queria me controlar de todas as formas possíveis, achando que o que eu fazia (ele fazia) era ruim pra mim. Poxa, vamos lá, né? Chutaria que mais de oitenta por cento dos homens que eu conheço tem em mente algo parecido. E as mulheres não ficam longe, muitas se deixam levar também por seus instintos. Se liga, transar é bom. Beijar também. Parem de encobrirem seus desejos (também não precisam sair realizando todos eles, que seja ao menos com consentimento alheio). Lutar pra que? Você ama? Está satisfeito? Bom pra vocês. Mas se estão desejosos e mesmo não fazendo não param de pensar nisso, então por que negar? Se você é solteiro(a), me desculpa, mas... que porra você está fazendo?! Aproveite sua liberdade e dê espaço a sua libido. Tratem melhor o seu órgão genital. Lubrifiquem-no. Você já tem a(o) sua(o) parceira(o)? Então parem de amarrarem fogo e esperarem a hora certa, o dia certo, o lugar apropriado, metam (ah, a minha ironia me mata) as caras. Não se prendam dentro de jaulas ilusórias e moralistas (nem saiam metendo em todo mundo, também não é assim). O pênis tem direito a viver, de ser livre de todas as amarras, ainda mais quando ereto (você vai estar com pouca circulação sanguínea no cérebro mesmo), deixe-o ficar no controle. Tenha a disposição de se prevenir apenas. Dica: não faça isso bêbado (e olha que isso acontece com muita gente que eu conheço) você pode acabar se equivocando em muitos aspectos, desde a beleza até o gênero. Cuidado!

As verdades são duras e nem todas elas são verdadeiras. Negar falar sobre assuntos assim me prejudicava muito. Precisava desabafar, mesmo que isso chateie muita gente. Tenho direito de falar o que quiser do meu amigo inseparável (não ia ser muito legal me separarem dele). Gosto de jogar aberto, de pensar as coisas como elas são e não só como aparentam ser. O controle peniano é ambíguo. Pode ser encarado como algo que se controla ou algo que te controla. Decida por si só. Tenho certeza que todos já passaram por isso, (não neguem o que lhes foi dado), se não passaram ainda (não neguem o que lhes foi dado), ainda o irão. E... putz! Se você não sabe por onde ir, deixa ele te levar, pode ser que você vá pra um lugar muuuuuuuuuuuuuuuuuito bom!

Acabando com a maldita rejeição

Saber mesmo eu não sei, mas tenho certeza que é! Gostas de sofrer? Não?!?! Então por que está vivo? Por que viver é sofrer? Até que não, vai? Tem coisa boa, deixa ver... hum... ser rejeitado é bom, né? Não? Então por que sempre somos? Vai falar que um dia você já não foi? Se a resposta for negativa, você é o cara que eu queria ser. Bom, o que é a rejeição? Conversando hoje com minha amiga escrevedora Júlia (linda, menina) chegou-se à conclusão (mais da parte dela) que ser rejeitado é ser ferido no seu orgulho. Será? Eu não me sinto orgulhoso o suficiente de ser ferido aí. Bom eu tenho muitos lugares pra ser ferido (to cheio de pontos fracos), mas o orgulho não é um deles. Tenho orgulho de amigos, de situações, de atos, de coisas que faço, mas ser orgulhoso isso eu não sou. Então, eu me sinto mal em grande parte das vezes quando sou rejeitado, não gosto de ser, não mesmo. Já era pra ter aprendido a lidar com isso, não tenho orgulho disso (ironia). Oras! Que atire a primeira moto serra (com hífen ou sem?) aquele que nunca se cortou. É verdade que somos rejeitados em “n” situações em todos os nossos dias, alguma das vezes até não nos apercebemos. Eu tenho uma solução básica pra esse tipo de acontecimento, sei que serei chacoteado por essa opinião, mas mesmo assim a direi. Ria com escárnio de absolutamente toda e qualquer rejeição. Não por desprezo a pessoa “rejeitante”, mas por dizer a si mesmo: “a porra da vida continua”. Você tem que estar de pé antes que o próximo tropicão chegue e te pegue desprevenido no chão. Zombar do que lhe acontece é uma excelente terapia. Digo por experiência própria. Tente zoar com tudo o que lhe for sério demais, me diga o que achou. Afinal, amigos, não dá pra levar a sério a vida, o que é a vida senão uma grande peça de teatro com muitos, mas muitos figurantes?! Saber que rumo tomar na vida, com quem falar, com quem dividir as emoções, isso tudo é subjetivo. A vida é subjetiva. O que é real? O que é verdade? (tem uns que vão responder, mas desconsidere) Poxa, não leve a vida tão a sério, e muito menos uma rejeição, seja ela de que espécie for. Não se abata, lute pelo que acha certo, mas não espere nem a gratidão nem a consideração. Tudo é uma ilusão (ou não). O válido é rir de tudo o que for trágico, triste e indesejado. Pense bem, além de ser rejeitado, você ainda vai seguir no papel de tristonho? Não! Tome o papel principal pra você, surpreenda a si mesmo. Faça o inesperado, convoque as forças do bem para o seu lado e destrua toda e qualquer hipótese de melodrama. Ria de si mesmo, ache graça da sua falta de sorte, se você levar isso a sério, irá se acostumar e será muito foda te abater. Pra que se castigar mais, diante de algo tão ruim? Se a rejeição é um desagrado pra você, desagrade-a com sua ironia, o seu descaso. Ria na cara da porra do seu “rejeitamento” e nunca mais sofra por essa merda. Leva um tempo (to levando o meu), mas você se acostuma. Se podemos nos acostumar com a morte, com o fim, com as doenças (os fracos e frescos, eu não), com as perdas, com as faltas, com tudo... nos acostumarmos com a maldita rejeição vai ser fichinha... eu rio disso! Ra!

domingo, 23 de maio de 2010

Indiferenças

A indiferença e suas conseqüências... bravias e incômodas são as coisas que nos separam de tudo o que puro e sensato. Pra quê escolher caminhos simpáticos e alegres e se um mundo de agonias nos espera? Deixar livre o sentimento e apostar a sorte com o destino é muito mais bacana do que planejar atos, sentimentos e promulgar em nossas vidas um mundo de planos eximiamente bem traçados. Pra quê perder a cabeça e duvidar de nossas decisões se estruturar a vida é muito mais simples. (nada de ironia) (putz! Como sou irônico) Gosto de ter opções na vida, há quem pense que isso é ser volátil, e inconstante. Serei? Que eu seja, mas e daí? O que é a vida senão um abarrotamento de inconstâncias. Só me moldei a este princípio: ser inconstante como a vida é. Não me culpem, não me condenem, sou só mais um entre milhões. Agora, estou batalhando pra adquirir mais uma arma pra enfrentar a vida. Tenho de ser indiferente, como algumas pessoas me são, como algumas circunstâncias da vida se apresentam a mim. Não dá pra aceitar tudo na e da vida, mas se não é assim, a gente se decepciona se magoa. Em outro texto escrevi sobre manter a expectativa baixa ser o segredo da felicidade e fui condenado até pelo autor da frase (né, Gui). Até me chamaram de pessimista e dramático. Pois então o que é preciso fazer e ser? Mudei meus parâmetros de pensamento e hoje acho que ser indiferente seja uma máxima e que talvez, só talvez, assim possa desfrutar de um pouco de felicidade (que também é outra coisa muito subjetiva). Então estou desenvolvendo uma maneira (muito tosca e deturpada) de se viver “outside” dos sentimentos. Sei que não é nada original, nem tampouco um ensinamento místico, é só uma forma que uso (bem mal) pra mim mesmo. Aprender (porque ainda tento e quase nunca consigo) a ser indiferente será uma missão e não quer dizer também que eu vá agir assim o tempo todo. Mas claramente, pra seguir meus objetivos, terei que me anular, sentimentalmente falando, para os outros (externos a mim), o que não deixa de ser uma verdade já concreta, afinal só ouvir o que os outros têm a dizer não é bem ser uma troca entre amigos. “Bastei-me de mim mesmo” e agora me preocupo em alcançar um lugar onde, quem não me quis não mais me terá e quem irá me querer não será querido por mim. Deixo uma vida comum de “troca” a passo a barganhar pela minha atenção. Não muda o fato de quem me ouve continuar a ser ouvido por mim. Muda o fato de que não troco mais meus afazeres por prazeres. Quer falar comigo? Me procura! Se eu tiver um tempo eu te escuto, pois agora sou indiferente.

sábado, 22 de maio de 2010

O Obscuro, parte I.

Um:

Nada que o negro e o soturno não conheçam, mas e tu, ser vil? Conheces o pior de ti mesmo entre todo o mal que cultivaste? Sabes dar nome a teus crimes, a tuas maldades? Se o soubesse, não saberias qualificar o que pior estava por vir. Consideravas-te o mal em pessoa, a representação do ódio encarnada na terra, mas o Obscuro resolveu reivindicar seu lugar entre os mortais e para isso, mandou atrás de ti o mais fraco de seus três filhos. Não precisaria este estar presente para acabar contigo e com tudo aquilo que consideravas tu, sendo o mal. Sabia, a Escuridão, que tu não era páreo para sequer uma fração de toda sua ignomínia. Então, não ocupou-se, o Mal, de preocupar-se de ti. Tu já o tinhas incomodado por demais, só por teres tido a ousadia de tentar te revelar mais vil que ele próprio. Gabavas tu, de tua maldade, de tua crueldade e de todos os teus pecados, pecados estes que nenhum ser vivente jamais havia cometido. Orgulhavas de tuas conquistas, de tua reputação. Pobre e infeliz, estavas convencido de que nada lhe tocaria, que nada lhe perturbaria, estavas seguro de ti mesmo, julgavas-te onipotente. Ah! O escárnio de teu inimigo, o maior de todos eles, ecoou por todo o ermo dos mundos. Não estarias só dentro em breve, serias punido por tudo que fizeste, por tudo que ousas-te. Atenta-te, pois o filho do mal, está atrás de ti. Cada passo que deres, cada golfada de ar, estarás a uma fração de teu fim. E não serás gratificado apenas com a morte e sim com a eternidade de sofrimento e angústia.

Dois:

Ouviu as palavras atentamente e antes de esquartejá-lo fez questão de torturá-lo por mais três dias. E cada dia de sofrimento deste, era como uma nova sentença de morte para si. Era sempre assim, não deixava sua vítima descansar, nem tampouco dormir, infligia-lhe dores horrorosas e quando achava que este ia ceder pela fraqueza, eis que revigorava-se e tornava a conjurar ameaças naquela voz sobrenatural. Esperava o fim do discurso, que era sempre o mesmo, ouvindo tudo com muita atenção, em seguida retomava sua crueldade como se nada tivesse ouvido. Adorava aquela sensação, mais do que qualquer coisa. Mais do que comer, dormir, beber ou até mesmo gozar. Nada era mais prazeroso do que matar. Sentia-se vivo e confiante. Era o que era, e apenas isso. Era jovem, não sabia ao certo a sua idade, os poucos que o viam não lhe davam mais do que vinte e poucos anos. Era uma máquina de matar, não tinha estratégias prévias de absolutamente nada, achava-se o bandido mais sortudo do mundo. Fazia o que fazia sem esforço, nem dificuldade alguma. Não escolhia as vítimas, não tinha padrões, nem ninguém tinham sido uma ameaça a sua carreira. Não sabia lutar, não sabia escrever, não sabia ler, não sabia o que era o amor. Não tinha amigos, não tinha família, não tinha casa, não tinha absolutamente apego a coisa nenhuma. Vivia pra ser o que era, apenas isso. Sua inteligência era fantástica, escomunal, não para um uso comum, mas para observar e entender absolutamente tudo o que necessitava em seu ataque. Sempre era assim, quando cometia suas loucuras, nada o impedia de triunfar. Suas capacidades excediam qualquer expectativa. Não tinha um nome, não tinha uma rotina, era o que era, e apenas isso. Guardava uma coisa consigo, um número, que aumentava sempre, a cada vítima eliminada, somava mais um a este e assim o ia aumentando. Nunca entendia como fazia isso, só o fazia. Não se cansava, não se entediava. Era o que era, e apenas isso...

Três:

Passeava por ali pela primeira vez, sentir a incomodava mais que tudo. Aquelas coisas que enxergava pela primeira vez eram conhecidas como mãos. E o que a faziam ver eram conhecidos por olhos. Como era difícil se adaptar a tudo aquilo, pensar era uma merda. Seu cérebro ia juntando informações e designando-lhe nomes. Coisa mais sem graça. Estava acostumada a ser e não refletir sobre o que era ser. – “Malditooo!” – berrou com sua voz esganiçada e aguda. Uma coisa não mudou. Sabia como odiar. Isso ela conhecia, aquilo era ridículo perto de seu estado natural. Sentimentos eram coisas de mortais, aqueles fracos que fingiam viver. Sentiu falta de ser o que era. – “Merda!” – gritou, desta vez porque odiava ouvir o seu raciocínio, era como se alguém lhe narrasse uma estória. Berrou novamente, pensar lhe incomodava muito. Não queria ser humana, muito menos uma fêmea. Sentia fraqueza naquele corpo, sentiu falta do seu poder. Gritou demoradamente por quanto tempo pode em um só fôlego, estava farta de sentir os sentimentos. Só havia uma solução: acabar com o desgraçado que viera buscar o mais rápido possível. Assim, seu pai a libertaria daquela maldição que era ser mortal. Faria sua alma arder antes de levá-lo a seu pai, só pra vingar tudo o que estava passando. Mais um grito, sua cabeça não parava de falar. Correu, o mais rápido que pode. Ia pegá-lo agora, onde quer que este estivesse...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

As coisas que eu odeio, parte I

São tantas as coisas que eu quero falar e comentar, que não há um espaço reservado em minha tão conturbada mente responsável pela a organização do que precisa ser dito. Acabei de chegar em casa e dentro do ônibus vim pensando (e olha que isso ocupa todo meu raciocínio) o que ia escrever quando chegasse, queria que desta vez fosse algo planejado e não cuspido como tem sido. Então pensei, pensei e por fim concluí: quero falar tudo o que eu penso e o que eu acho que deva ser dito (é a minha opinião, lembrem-se disso). Nesse pensamento todo fiquei mastigando as coisas que eu gosto e as coisas que eu não gosto. Gosto de escrever, e pensei: posso começar falando disso. Mas daí percebi que a lista de coisas que eu não gosto é imensamente maior do que a de coisas que eu gosto. Fechei comigo mesmo. Desci do ônibus desesperado e cheguei ligando o computador. Cumprimentei meus cães e fui abrindo o Word. Taquei o título acima e fui logo acrescentando “parte I” porque são tantas as coisas que eu odeio que em um único texto não caberiam. Só agora que estou escrevendo, neste exato segundo, já marco um ponto em: odeio o escarcéu que meus cães fazem quando preciso me concentrar. Mentira! Odeio o escarcéu que eles fazem a qualquer hora e em qualquer circunstância. Sério, tirando o fato de que eles são os seres mais preciosos que me dedico, não suporto a latição destes. Sempre me perguntei: Se a gente sabe falar e gritar e sussurrar, por que é que eles não podem aprender a latir em distintos níveis de decibéis? Podiam assim fazer o seus aus aus aus, em tom de conversa: “au au au au au (ta ouvindo o povo passando lá fora?) au au au au au (estou, o que a gente faz?) au au au au au (agora nada, papai ta em casa escrevendo) au (legal)” Já até imaginei, com certeza eu os amaria ainda mais.

Ser interrompido ao produzir (fazer o que me der na telha, isso inclui fazer nada e porra nenhuma). Só agora digitando essas linhas o Rafael (o Souza. Ta que ta aparecendo por aqui, hein Tigrão?!) (putz, tigrão ficou gay) já me ligou falando que não haverá aula amanhã cedo pois a faculdade será dedetizada (acrescentar “faculdade sendo dedetizada” na lista de coisas que eu odeio). Beleza, poupou-me o trabalho de ir lá em vão. Isso passa. Daí, vem meu gato (que estava dando um rolé lá fora) e começa a miar pedindo pra entrar. Paro de escrever de novo pra ele entrar...mas falando assim, fica parecendo que eu não os amo. E outra, isso é muito pouco perto do tanto de outras coisas que eu odeio (logo chego nas novelas, a Globo, os emos, as lésbicas e etc.) (MENTIRA!!! As lésbicas eu adoro)

Acordar cedo (já ouço a ovação dos preguiçosos de plantão). Acordar cedo é tão desgraçado que vou deixa pra escrever isso num dia que eu acordar cedo pra poder escrever inspirado.

Dormir tarde! Parece idiotice um cara que não gosta de levantar cedo odiar dormir tarde. Mas pensem comigo, eu sempre (quase) tenho que levantar cedo (parece até uma maldição) logo; dormir cedo é a continuação do meu inferno. O pior é que eu sempre sobro nessa. São raros os dias que eu consigo pegar no sono antes da uma da manha (varia entre uma e duas, mas se estende às vezes até as cinco ou seis).

Odeio “você”, Ser incógnito, que preferiu ser anônimo neste texto, mas que me disse: “o bom escritor deixa características de quem se refere sem identificá-lo”. (Aqui vão suas características, fresco: mais magro do que uma moça e mais fumante do que o “Canceroso” [ta, ta... quase tão fumante quanto este]) Isso tudo só porque ele acabou de me interromper por mais de dez minutos, agora mesmo pelo telefone (mentira, você até que é bacana, Dalton. Oh, ops... foi mal, quis dizer, anônimo).

Isso me faz acrescentar uma coisa: odeio o telefone, seja ele fixo, móvel, por satélite, por sinal de fumaça o que for. Sei que preciso dessa merda (vale neste caso citar uma pessoa loira de olhos verdes, certo?!), mas se não precisasse (eu sei que eu não preciso) não o teria, nenhum deles. Não existe forma mais eficiente do que esta pra poder azucrinar a vida de uma pessoa. (nota mental: planejar minha ausência na sociedade com mais urgência).

Odeio quando a página do Word termina e eu ainda não acabei de dizer o que eu queria (neste caso é porque eu não gosto de me alongar por mais de uma página para que meus textos não se tornem chatos de serem lidos) e assim já estou invadindo a segunda página. Estou ficando tão neurótico com os meus ódios que acabo me irritando. Pronto ta aí mais uma coisa que me enfurece: eu (me odeio)...

Continua...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O Escrevedor

Quando vou escrever algo, penso, dependendo da ocasião, de duas maneiras básicas; uma é quando eu planejo exatamente o que vou escrever, como quando estou escrevendo o meu livro, outra é quando eu começo a digitar, ou mesmo rabiscar algumas linhas, desentulhando o que há dentro de mim. Este texto está sendo feito da segunda forma. Pensei basicamente no que escreveria e a única coisa que não me sai da cabeça é: tenho que escrever pra caralho! O importante, é que, eu não estou fazendo isso por obrigação, mas por inspiração. Minha mente está atolada de idéias e de coisas a serem “cuspidas” pro papel. Estou me sentindo sufocado pelas minhas vontades (ainda bem) e não posso parar pra pensar muito, apenas escrever. Luto ainda com a maldita preguiça e também com a merda da desorganização, mas de vez em quando eu ganho. Como diz o Rafael (Souza), o importante é não desistir. Concordo e ponho o meu na reta... sempre. Aqui está um resultado. Um deles, um dentre milhões. Legal também é que, quanto mais eu escrevo, mas sinto falta de tocar, de desenhar. Ou seja, a vontade de criar vem para todos os lados.

Mas é bom lembrar que no meu antigo texto “Necessidade e decepção” eu abordei (desabafei) a “não colaboração” dos meus amigos “escrevedores”, e disse também que eu não ia desistir de fazer o que eu queria nem que fosse apenas comigo mesmo. Então... está sendo assim, ando contando comigo mesmo. Produção após produção estou sempre comigo mesmo, e como disse meu inestimado professor, Rochinha, ainda esta semana, “melhor companhia impossível”. Vou vivendo assim, o foda é conseguir produzir tudo o que almejo. Não desisti de meus planos (gigantescos) nem parei de tentar arrumar ajuda (tolo), mas eu não parei também de escrever e isso é o que está sendo melhor em mim. O que eu preciso além de mim mesmo? Humm... deixe me ver....ããã...EU, só eu!

Convicto de meus ideais, suprido da necessidade alheia (ou quase completamente), vou caminhando (digitando ou “cursivando”) minhas mais belas inspirações. Toscas ou mal acabadas também, mas boas idéias que vem e que vão, e sendo tantas, pensar que tenho que por pra fora tudo o que eu crio, tenho que ser rápido... mais rápido do que o pensamento (o que é mais rápido do que isso?) pois o que eu não transmuto em palavras, pode ser que venha a se perder no limbo eterno da minha mente sem controle e direção (organização também).

O que sou? Um escritor? Lembrei-me de uma vez, há muitos anos atrás, quando fui me tratar de uma LER na mão esquerda (não era por masturbação, senão seria a direita), numa consulta com um ortopedista. O dito cujo, ao perguntar-me sobre o problema da mão, argüiu-me: “qual a sua profissão?” respondi: “músico” e retrucou: “você tem a carteirinha da ordem dos músicos?” eu disse: “não, não preciso dela pra dar aulas” o cara: “então você não é músico”. Bom até eu explicar pro imbecil que se eu me sustentava com música eu era um músico (até porque, qualquer um que cante “atirei o pau no gato” tira essa merda de carteira da ordem), gastou-me quase que a consulta inteira. Então, pra não ser massacrado por um outro “ortopedista” (neste caso, especializado em profissões e os documentos necessários para se exercer um cargo), vou logo me defendendo que não posso me considerar um escritor (afinal, não vivo disso... ainda), então o que eu sou? “Blogueiro”? (o nominho fodido) Até porque eu também escrevo além deste blog. Por falta de um nome adequado, escolhi um pra mim: sou um escrevedor! Ave escrevedor, ave!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Sentir o sentimento sentido...

Até quando sentir é uma coisa boa? Até quando deixar de sentir também o é? Viver, é aprender a sentir um bom sentimento ou deixar de vivê-lo? O que é o amor? (aí já é demais) Posso ter desejos, posso me deixar conhecer através deles? Meus sentimentos estão muito custosos, muito pesarosos. Às vezes, chegam a doer. Tento deixar de ser um poço de sentimentos e desejos, mas sou traído por mim mesmo aos montes. Pago bois pra fugir de mim mesmo, mas cara! Como sou forte! Me segurar, me manter afastado de mim de minha virilidade, dos meus pecados... por sorte me ocupo por várias vezes de coisas como estudar, ler, escrever, tocar, conversar, mas quando essas coisas não estão presentes....ai, ai.

Duvido de mim a todo instante, mas acredito bastante em mim mesmo? Prolixo? (hein, Lanna?!) Pra que insisto em lutar contra mim, se comigo do meu lado sou imbatível? O pior é que sou imbatível nos dois sentidos, tanto para o que quero, quanto para o que não quero. Vou até o fim do poço, ou até o topo da escada. Não penso pra fazer, não me prendo pra falar, não me seguro pra agir. Vou e sou... eu e sem ninguém... talvez alguém, mas não sei bem quem...

Alguém como eu, que saiba, ou entenda, o sentido de se sentir, talvez alguém queira compartilhar comigo sua experiência. Não? Sim? O que te faz diferente de mim? Por que acha que também não quer e não deseja? O que te faz pensar que pelo fato de não fazer, não tenha pensado mais do que devia? Pensar é um crime? Repensar também o é? Voto pelo não. Mas sim também é bacana. Quais são as normas de conduta que eu devo seguir? Pergunto por perguntar, não sigo quase nenhuma delas. Concordem comigo; sou educado demais, sigo regras demais, me abstenho demais de muitas coisas lícitas e ilícitas, certo? Então não me condenem por sentir, por ter meus próprios vícios e fraquezas. Sou um “sentidor”, um escravo de meus próprios sentimentos. E confesso... tenho prazer em sentir. Quero ter o vento da vida a me soprar a face por todos os instantes.

Me enrasco, me acabo, mas me divirto. Muito! Acabo por me acostumar até com os sentimentos ruins, meus pensamentos maquiavélicos. A solidão nem me incomoda tanto. O amor também não. O vazio já é meu chegado (chego a senti-lo até quando estou acompanhado, cara foda!). O que é importante sentir dentro do coração? (se é que é lá mesmo que a gente guarda este monte de tranqueira) Quero me esbaldar, me afogar nas minhas sensibilidades. Não dou corda aos outros, não estou me fartando o suficiente. Não acho que eu vá me afogar em minhas próprias emoções. E se por ventura vier a fazê-lo, que me deixem ir (como se eu já não tivesse me afogado, diria estuprado, pelas minhas vivências emocionais). Se vou (novamente), é por que o quis, e se por um acaso eu não o tenha querido, já era. Não me importo (putz! Quantas são as coisas que não me incomodam mais, hein?).

Ah, e se um dia, muito distante, num futuro, lerem isto e fizerem alguma teoria sobre a minha vida ou meus escritos, não levem em consideração (né, Haidée?). O que eu sinto é só meu, e toda essa confusão em me expressar é resultado apenas da minha loucura interior. Não cabe a um outrem externo saber mais sobre mim do que eu mesmo. Meus sentimentos, meus, só meus... (ô viciado, sô)

domingo, 16 de maio de 2010

O Homem

Ser um homem, adulto é ou não uma coisa difícil? O tempo vai passando e tudo o que eu vi ou vivi vai se indo e não vejo mais este tempo. Também não o percebo, na verdade não o aceito em minha vida. Poucas coisas mudaram em minha vida desde a adolescência. O tempo passou, sim, mas porque não o vejo como meu? Os dias são estranhos e as coisas não mudaram como deveriam. Não sou um adulto, nem tão pouco uma criança, mas o que eu sou? Não consigo compreender o que eu devo ser. O mundo não me disse o que devo fazer, não, não diz... as responsabilidades crescem, aumentam, mas e daí? Tenho que me tornar um velho ranzinza? Onde devo amadurecer? O que é ser um homem? Devo parar minhas brincadeiras, diminuir minhas fantasias, emudecer a minha alegria? O que é ser responsável, adulto, um homem? Se ser homem é ser isso, matar dentro de mim o que eu tenho de melhor e de pior, não sei se o quero ser. Às vezes não me sinto preparado pra ser um cara diferente do que sou, o que vejo é que de tanto tentar ser o que eu não sou, vou me tornando velho e idiota. Antes sentia alegria nas bobagens que cometia, ser relapso com coisas muito sérias, hoje fico me castigando por ter sido um tolo, por amar coisas que ninguém ama, por viver alegrias passageiras de um modo satisfatório. O que é ser o que eu não sou? Estou sendo isso! É fato. Não gosto de ser assim. Quero deixar os problemas de lado e apenas viver, como quando eu tinha dezoito, dezenove anos. Pode parecer idiotice, mas eu não quero envelhecer, mesmo já tendo mais de trinta anos, e que foda-se isso também, eu tenho minha mente jovem e fresca dentro da minha cabeça. O que me faz deixar de ser jovem é a preocupação de não o ser mais. Mas eu sou. Caio em contradição comigo mesmo. Isso me irrita, ou menos me irritava, mas não mais. Meus sentimentos é que me impulsionaram a viver até aqui, pois serão eles que me levarão mais adiante, mais além, além até do que eu queria viver. Meus sentimentos me movem a escrever, escrevo o que eu vivo, o que eu sinto, o que eu penso. Assim será, por mais um dia, por mais uma noite, por mais uma alegria. Não vou deixar que eu acabe comigo, ou que outros me digam o que eu devo ser. Aposto em mim e na minha capacidade de ser eu mesmo. Gosto de viver como o garoto que sempre fui e não corresponder cronologicamente ao que sou estava me perturbando. Não dou mais vazão as minhas preocupações com relação à minha idade e nem com o que querem que eu aparente ser. Eu sou eu, nada mais. O homem dentro de mim é um ser educado (obrigado mãe), apaixonante e mulherengo (obrigado pai, não há nada que eu goste mais do que o sexo oposto), jovem e extrovertido (obrigado a mim mesmo) e nada me abala a não ser eu mesmo. Pois isso não mais irá acontecer. Tenho sim muitas responsabilidades e a única que me importa a partir de agora é a responsabilidade que tenho comigo mesmo de me fazer feliz. Não sou o que eu não quero ser, se me prejudico ou se me magoou é porque quero que assim o seja. A mim, não a você ou a vocês. A mim! Sou mais homem do que querem que eu seja, mas não mato minhas alegrias e minhas diversões para me enquadrar nos estereótipos sociais. Se incomodo, é com prazer que eu faço. Se te encanto é porque quero que assim o seja. Se te irrito, foda-se. Não dependo da aprovação de ninguém pra ser o que sou. E também não me importo mais em ser aceito ou amado por todos. Minha produção é a minha fonte de energia. Criar ,rejuvenesce a minha alma, renova o meu espírito. Vivo e viverei como o mais belo orgasmo. Dou a mim a vontade e a satisfação de não mais o ser. Sou o que não me importo de ser e não serei o que, um dia, queria ter sido. Homem, garoto, rapaz? Tanto faz... sou somente eu, cheio de alegria, vivacidade, tesão, humor e criatividade. Pedro, prazer...