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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Pela metade

São ruidosas todas as nossas entrelinhas
são descuidados os teus movimentos
e também os meus, que anseiam por ti

traço uma linha entre nós dois
ela não nos divide, nos liga!
Insisto na tua presença, agora

não, tu não vieste para mim
não deste o ar da tua graça
e como sempre, o que mais posso fazer
senão esperar...

não destrate o meu coração
ele zela por ti
desejoso de tuas boas novas

saiba,
ainda tento entender
se cada minúsculo átomo de meu corpo
se cada segundo de meus dias
se tudo dessa vida o que mais me trás a felicidade
é ter a ti,
porque ainda insistes
em duvidar

saiba também,
se sou o teu conforto
se acalento tuas madrugadas
se supro tua falta do novo mundo
se estou contigo
onde e quando for
como ainda duvidas
de teu próprio
amor por mim

certo
tens razão
calo-me
abstenho de meus desejos
amordaço meu desespero
agoniarei mudamente
sofrerei calado
mesmo sorrindo
nesse mesmo estado
esperando

como consegues repartir
ensina-me teus segredos
mostra-me o dom que tens
de amar a metade
de guardar uma parte
de esconder a verdade
ocultar de ti mesmo
a satisfação

não te condeno
não creio que possa ser
não ouso duvidar
tenho que acreditar
preciso aceitar
mesmo doído
abastado
de nada
e muito

estenda-me a mão
daí mesmo onde estás
sinta percorrer por teus dedos
o amor que guardo para ti
umedeça teus lábios
deseje-me em tua frente
segurando tua face
tocando teu rosto
beijando-lhe
macio e suave
o primeiro
de todos eles

não estou aqui em vão
me desdobro em dois
desconstruo a vida em prol
do amor
quero, quero sim
não o teu pedaço
mas a totalidade
do seu inteiro
é assim que tens a mim
sou aquilo que precisas
e quando quer
sujeito-me
por vezes constrangido
a teus amores
e teus desafetos
já aceitei tua parcela
agora conquistarei o que me falta
não me tens pela metade
um amor
só se fortalece
plenamente
nunca pela metade

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Viva o Caos

O que existe de pior no mundo? Não faço a menor ideia e, pra ser sincero, nem quero saber. Sei que a vida é uma grande bosta. Não dessas fodidas. Daquelas bostas gostosas de se viver. Grandes e enormes bostas. Tudo é sempre muito incerto, certo? Trocadilhos à parte, acho que viver é um grande desafio. Não um desafiozinho, estou falando de um puta desafio. Se dar bem nessa porra de mundo é foda. E como a gente se fode nele...

Queria ser daqueles caras que sempre falam bem da vida, que adoram viver, que sempre estão de bem com tudo e com todos. Juro que eu queria ser assim. Mas todos sabem que eu não bebo e nem fumo maconha...

Ofensas à parte... tá, eu detesto maconheiros. Pronto, falei! Bom, como eu ia dizendo, viver é uma coisa que a gente deveria já chegar com pós doutorado. Tinha que existir uma regra lá no céu (ou no inferno, vai saber) que obrigasse a todos que fossem descer (ou subir, vai saber) terem no mínimo essa graduação. Aí, vem um bando de gente que nem eu (sem formação, ainda) e fica sambando aqui nesse chão. Comendo o pão que o diabo amassou.

Assistindo os vídeos do Ronald Rios, eu tenho que concordar quando ele diz que viver nem sempre precisa ser só uma alegria. (algo do tipo) As pessoas não aceitam se foderem o tempo todo, mas todo mundo sempre se fode, mais dia ou menos dia. Taí, mais uma coisa que precisávamos ter quando encarnássemos: vaselina! Pra todo mundo tomar no cu sem muita dor.

O texto tá pessimista, não tá? Foda-se! É pra ser. Eu percebi, que não adianta muito tentar fazer uma vida perfeita. Não importa o quanto você se esforce, sempre vai acontecer algo de ruim. Também não estou dizendo que tem que ficar reclamando, chupando o dedão do pé, fazendo birra. O negócio é rir de qualquer merda. Se fodeu? Ótimo, aproveita que já tá lá dentro e rebola! (pesado, eu sei)

“A vida é bela! Tem gente que confunde bela com fácil! (Mafalda)” e é nesse pensamento que tenho que basear a minha história. Vivendo cada dia sabendo que, mais cedo ou mais tarde, a piroca vai entrar. (o ministério dos desprazeres adverte: ande sempre com seu gel penetrante à mão)

Caramba!!! Vamos todos rir o tempo todo! Rir que quem morrer (morreu? Antes ele do que eu!), rir de quem te chuta (por favor, acerta na outra bola?!), rir de quem te ferra o tempo todo (ainda ferro com vocês também), rir das desgraças do mundo e de tudo que sempre é uma bosta.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Entorpecido

Entorpecido
a mente confusa
percorrendo linhas
automaticamente
não muito o que dizer
sem um rumo pra tomar
apenas
digitar
digitar


outra vez
pronto a esperar
na madrugada
inversa dos meus
dias
em busca do
amor


olhos fechados
cérebro confuso
costas envergadas
tudo atrapalhado
levantei
excitado
e não passou
disso


a excitação agora
é outra
a emoção
do mistério
ela virá?
E isso...
é sacrifício
ou apenas
ossos do ofício?
Me entrego


privei-me de pensar
de explicar
de convergir
ainda estou aqui
a digitar
digitar
pronto para
amar
...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Dami à 150

Já tem um ano que eu escrevo esse blog, na verdade, um pouco mais. E hoje eu faço uma comemoração dupla. Esse será o meu texto de número cento e cinquenta e irei oferecê-lo à pessoa que me fez começar tudo isso.

Então, a história é a seguinte: eu escrevia um texto ou outro de vez em quando, no papel mesmo. Tenho alguns espalhados pela casa, em cadernos ou folhas separadas. Mas desde de os dezoito anos eu comecei a escrever um livro, (que até hoje eu nunca terminei) mas que venho aperfeiçoando (acho que já estou na quarta versão) desde então. Quando eu escrevia a sua terceira versão, comecei a ficar preocupado se estava ficando bom ou não toda aquela jornada inacabada e passei a mostrar para alguns amigos e alunos. Uma das pessoas que eu mostrei o projeto, e das que mais se interessou, foi a minha inestimada amiga Damiana. Ao menos uma vez por semana eu levava para ela tudo o que já tinha escrito (nunca era muito, o suficiente) para que me desse sua sincera opinião. E como ela era a mais entusiasmada, a que mais me dava apoio, era para que ela lesse que eu me dedicava a escrever ao menos uma folha por dia. E foi a época que mais rendeu esse livro. Como disse, o livro ainda não está pronto e ainda há de ficar. Bom, nessas e outras, já estávamos falando do fim do curso e a Dami sempre me dizia que era bem provável que voltasse para Luz. Calma, não, ela não era nenhum fantasma que voltaria para o além, Luz é o nome da cidade dela. E pensando nisso, eu comecei a elaborar a ideia de ter um blog, onde ela pudesse ler o que eu escreveria do livro. A ideia foi deixada de lado por um tempo, mas depois voltou com força total. E logo nas primeiras postagens eu já explicava que tudo tinha começado com ela. E depois de mais de um ano, como não voltar a falar da minha amiga que, coincidentemente, está a milhares de quilômetros daqui? Não está em Luz, mas está mais longe ainda. E outra, o blog realmente está cumprindo o seu papel. Pois além de amiga, muito amiga, ela ainda é minha leitora, quase sempre fiel!

Quem diria que eu conseguiria chegar até aqui? Não parece muito, mas para mim tem um gostinho todo especial. Quando eu cheguei ao texto número cem, eu achava que nada mais me deteria, mas demorei muito para conseguir chegar a cinquenta textos depois. Foi difícil, suado e dolorido, mas estou aqui. E não estaria se ninguém me lesse. Pessoas tão amigas e tão especiais como dona Damiana. Não desmerecendo nenhum dos meus outros amigos leitores, mas é que a Dami, é a Dami. E, como eu disse, se não fosse por ela, talvez eu nunca tivesse um blog.

Damiana, agradeço sempre por todas as suas leituras. Agradeço a nossa amizade universitária que, graças a Deus, se estendeu até hoje, além da academia. Agradeço pelo tempo que fomos amigos presentes. Agradeço por ainda ser tão minha amiga, mesmo estando longe pra cacete. Enfim, devo agradecer a sua existência e a sorte de ter te conhecido. Não esquecerei também de agradecer por ter me aturado, por ter me motivado e por gostar tanto de mim. Pode ter certeza que é recíproco. (mas eu amo mais! rs) E encerro pedindo para que não se intimide ou se desmotive a começar o seu novo projeto. Nós sabemos o bem que irá lhe fazer. E, como disse, vou adorar ler suas aventuras nesse fim de mundo. Espero que fique bem, que se fortaleça sempre, que nunca deixe de inspirar seus amigos e motivá-los, e também a si mesma. Obrigado por chegar comigo até aqui!

E como sempre nos despedimos:

- Fica com Deus, Dami...
- Deus também...

Manhã

A manhã que se levanta
nunca é a mesma que se vira

com os olhos pregando
o sono interrompido
mesmo assim mais disposto
aguardando

uma noite dormida
em pelo menos dois meses
não tinha sempre que ser assim?

Já vou me acostumando
aos dias que virão
por enquanto tudo fácil
nada de incertezas

no que é certo sabemos
que o amor constrói
que tentamos e muitas vezes
conseguimos
ultrapassamos limites
desde que queiramos

e vejam que bela manhã
acordado finalmente
como no século passado
inacreditavelmente; escrevendo

pronto para as madrugadas que virão
ansioso por elas
ansioso por ti

bom dia, bela manhã!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A um oceano daqui

A hora virou
e até voltou
voltou uma hora
terminou-se o bom horário
da madrugada escura
das noites claras

e vendo os dígitos
vermelhos do relógio
se transformando
e as horas passando
arrastadas
fiquei atento
convencido de que daria certo

meu coração se apertou
nada do sono vir
nada de coisa nenhuma
nem uma notícia
mas tudo bem
se estava tranquilo
era porque nada havia de ter acontecido

o dia clareou
meu sono veio chegando
coloquei o despertador
para o meio dia
mas acordei quinze minutos depois
dormi de novo e em dez minutos
estava de pé e agora um pouco aflito
desisti do sono

liguei a máquina e fui escrever
escrevia e enquanto digitava
procurava vestígios dela na grande teia
sem notícias aqui
nenhuma notícia ali também
nada
o tempo já estava estourado
pensei de tudo
do melhor até o pior
torci para o melhor

deixei recados por todos os lados
terminei o meu texto
postei e fui deitar
a cabeça latejando
pelo esforço
pela falta de repouso
estremecia o corpo
não estava relaxado
custei a conseguir
mas fui congratulado com
um lindo sonho
com ela, claro
levantei assustado
suado
molhado e ainda
preocupado

havia dormido uma hora e meia somente
onze da manhã
enquanto ligava novamente
a aparelhagem para checar as janelas
verificava se havia chamadas
no telefone
nenhuma ainda
quase exatamente ao meio dia
ela me chamou pela janelinha virtual
sorri de uma orelha à outra
senti os batimentos aumentarem
estava tudo bem
pois

ela me contou rapidamente
do voo e das primeiras impressões
e o melhor foi saber do poema
“o melhor que eu já escrevi para alguém”
a conversa acabou repentinamente
e não voltou até mais tarde
mas voltou
para minha felicidade
estava ela aborrecida
pois vivia os meus dias de destruição
mesmo alegre com novidades
não podia deixar de se queixar
da falta de sorte em tentar
comunicar-se com os seus
falamos menos ainda do que
da primeira vez

ela teve que ir
mas nada disso me tirou a coragem
estou desperto
atento
compreendo suas intenções
entendo suas dificuldades
e para que eu serviria
se não fosse para apoiá-la
compreendê-la
simples
não é preciso muito esforço para
gostar de você

na verdade
só precisei te querer
o resto todo foi feito por você
a ansiedade está aqui
cutucando
mas eu sigo
sem reclamar
eu tenho que aceitar
é o minimo
que poderia fazer por alguém tão
especial quanto você

não se preocupe comigo
não se aborreça por nada
curta sua jornada
seu apoio estará sempre aqui
aguardando
esperando
prontificado
preparado

relaxe
viva
não se incomode
sei que voltará
sei que virá
espero o momento certo

afinal
não estamos tão longe
e mesmo que longe
ainda teremos
nossos corações
sempre tão perto
nossos pensamentos
sempre tão sincronizados
e também as nossas vidas cruzadas
verso a verso com você
muito o que dizer
pouco para se ler
e qualquer coisa
basta chamar
estás somente
a um oceano daqui...

Libertação

Pelado como sempre, adentrando à madrugada solitária... esperando a poeira abaixar e ela ainda nem se assentou. Tentando entender todo esse furor que ocorreu repentinamente. Fazendo análises e mais análises sobre toda essa confusão. Refletindo (juro) bastante sobre a última semana. Procurei qualquer falha ou brecha em algo que poderia ter-me feito imaginar se estaria realmente me apaixonando. Que tudo não passava de coisa da minha cabeça. Mas não encontrei nenhuma falha. Tudo muito lindo, muito liso, muito perfeito. Muita coisa para ser digerida, muita coisa para ser entendida. Muita coisa... mas vamos a alguns pontos antes de continuar a parte boa de gostar de alguém:

Julgue-me como quiserem, tenho agora um novo ponto de vista acerca das coisas. Não me importo mais com o que quer pensar de mim e, se antes eu já me importava pouco, agora não me importo nada. Eu sou esse aqui e não aquele que você pensa que eu sou. Não, você não é melhor do que eu e estou cagando e andando para suas futilidades. Isso não é direcionado a ninguém em específico e, ao mesmo tempo, a todos vocês, um por um. É a libertação da minha própria prisão. A minha libertação. Cansei de procurar alguém para ser. Para parecer. Nunca parei para pensar que eu já sou tudo isso. Não quero a opinião de mais ninguém. Principalmente a sua.

O que eu escrevo aqui no blog é para ser lido sim, mas não escrevo para ninguém senão eu mesmo. Escrevo também para agradar aqueles que estimo, aqueles que respeito. Esses, eu faço questão de dizer: tal texto é para você. Os demais, quer gostem, quer não, não dou a mínima. Não ouse dar pitaco no que não lhe pertence. Se não gosta do que eu escrevo, é simples: suma daqui. Eu construí o meu espaço e esse espaço é só meu. Só aqueles especialmente selecionados é que são bem vindos. Tenha certeza disso!

Hoje não é um dia qualquer. Muita coisa vai me fazer lembrar desse dia para sempre. Simplesmente porque eu quero. Matei muita coisa em mim para transformar esse instante numa eternidade. Não vou voltar atrás, não vou retroceder. Tenho uma escolha finalmente. Escolhi batalhar para ser eu mesmo. Não me fale de coisas que eu detesto, certamente que irei criticar todas elas. Não pense por mim, não sinta por mim, não ouse, não se atreva. Essa é a minha vida, o meu blog. Tudo o que está escrito aqui é, por mais mentiroso que pareça, verdadeiro para mim. Eu faço essa bagaça existir, e eu manterei essa joça funcionando. Eu trabalho duro, muito duro para fazer aquilo que, a maioria dos que reclamam, nunca fizeram na vida. Eu trabalho arduamente segundo a segundo para construir isso aqui: a minha vida! Não é da sua vida certa que estamos falando. Estou falando das minhas incertezas. Esqueça que você existe para mim por um segundo e se pergunte: quem tem que se importar com você mesmo? Resposta: ninguém além de você. E aqui não é diferente. Quem manda nessa porra sou eu.

Se a minha vida é fodida. Se eu como o pão que o diabo amassou. Se eu estou em dívida. Se estou amargurado ou feliz. Se erro ou se acerto. Se me desculpo ou se lhe mando a merda. Se tudo isso acontecer ou se nada disso for verdade. Isso tudo é meu. Nada aqui é de alguém além de mim. Cuidar daquilo que é seu, é uma regra outorgada por mim, aqui, nesse espaço. Repito: caiam fora se não estiverem de acordo. Se achou agressivo tudo o que eu disse, eu quero mais é que você 'se exploda'. Lamento a todos aqueles que realmente me estimam, nada disso é para vocês, exceto, é claro, se estiverem contra! Você tem o direito de pensar o que quiser de mim, mas presta atenção: guarde a merda desse pensamento para a única pessoa que quer saber dele; você mesmo. Não ligo, não importo. Eu faço acontecer, quando eu quero e do jeito que eu quero. Pode ser que você pense que isso ou aquilo é melhor para minha vida, mas não quer dizer que isso seja uma verdade. Eu abandono, nesse exato momento, o que quer que eu tenha pensado – ou falado – de melhor para a vida de alguém. Quem sabe de você mesmo é você. Não tenho opiniões sobre a sua pessoa e, se as tive, abdico imediatamente. “Cada um por si e Deus contra todos”, nunca essa frase me valeu tanto. E qualquer dúvida sobre o que eu escrevi, lembre-se: atocha a dúvida no seu...

“Absurdo, absurdo, absurdo!!!” Não, não é absurdo nenhum. Só estou tirando o peso das costas de cada um que já pensou o que seria bom ou não para mim. Só estou cancelando o direito de algum filho da puta de vir aqui, ao MEU lugar, e falar que estou sendo isso ou aquilo. Que deveria fazer isso ou aquilo. Não! Chega! Eu vou trabalhar naquilo que eu gostou. Vou limpar o rastro de bosta que deixei para trás. Consertar o que acho necessário e picar o pé na bunda do que eu não me importo. Quer aconselhar alguma profissão para mim? Quer me dar a sua opinião sobre se devo ou não seguir em minha carreira? Se devo ou não buscar o meu sonho? Se é imaginação demais fazer o que estou fazendo ou querendo? Se é assim ou não que eu deveria fazer? Diga tudo, tudo isso, para alguém que ainda esteja disposto a lhe ouvir, a se influenciado. Não perca mais seu precioso tempo comigo. Vou lembrá-lo: eu sou eu, e não você. Se toca!

Escrevo o que penso e o que quero. Vivo de música e viverei do que escrevo. Me afundo na bosta, me ralo no chão, caio, tropeço, reclamo, choro, desisto, me deprimo. Mas EU faço isso, não você. Ninguém está aqui comigo. A merda é minha, o chão é meu, o tombo e o choro são somente meus. Não me estenda o braço, não me dê a mão. Eu sei me levantar. E é isso que estou fazendo agora: levantando. Eu te ajudo a levantar (se você merecer), mas não se atreva a tentar me acudir quando não estou pedindo. É um ultraje o quanto o ser humano se sujeita a outro ser, só por estar fragilizado ou mesmo confuso. Caramba, somos seres perfeitos em nossas imperfeições. De todos os seres vivos da face da Terra, os que mais necessitam de ajuda o tempo todo, somos nós. Eu digo a mim e aos que se arriscaram a me ler até aqui: sejam independentes! Se virem! Aceitem as chibatadas da vida e, depois de esmurrar o carrasco, continuem em frente.

Muitos me condenam porque eu cuido dos bichos que peguei das ruas. Tem uns que até chegam a me perguntar por que é que eu não ajudo uma criança. Eu respondo: é porque, seu filho da puta, eu ajudo quem eu mais gosto e quem eu mais acho que precisa. E se você fosse alguém que fizesse algo além de falar, VOCÊ, seu corno desalojado, ajudaria essa criança! Vai falar para sua mãe ajudar alguém, quem sabe assim ela consegue ter a felicidade de ter criado alguém direito, alguém com honra e com educação. A minha mãe me criou direito. Eu aprendi tudo o que ela me ensinou e ainda aprendo. O que me faltou dela, aprendi com meu pai; e todo o resto eu aprendi me ferrando de um jeito ou de outro. E continuo a aprender. E pretendo continuar fazendo isso. Então, verme, antes de falar sobre o que eu faço (você se prende a esses bichos, você tem bichos demais, assim você não pode ter uma vida decente, nem pode viajar, não pode fazer nada, se diminuísse esses animais teria menos gastos, por que você não dá esses bichos pra alguém? Por que não solta na rua?) lembre-se que: primeiro, você vai até lá, e faz algo por alguém ou alguma coisa (que precise). E que essa coisa seja o maior dos sacrifícios da sua vida. Depois, você pode 'aconselhar' alguém. E o próximo que 'sugerir' para eu por os meus bichos – que, detalhe: EU cuido – na rua ou 'dar' para alguém, lembre-se e lembre-se bem: sua mãe podia ter feito o mesmo com você e no entanto ELA decidiu que cuidar dessa merda, que ela chamou de filho(a), era o maior sacrifício que ela poderia fazer por alguém tão desprezível. Que vontade me dá de atravessar alguém quando ouço esse tipo de frase.

Voltamos a estaca zero: cuidar da própria vida é bom? Não!, é obrigatório!!! Ser o mais autossuficiente possível é importante? Nossa, se é! Fazer bosta e se foder faz parte do passeio? Claro!, por que não? O que acontece comigo e quem é o responsável por isso é alguém além de mim mesmo? Numa palavra: não!!!

Explicado tudo o que eu penso sobre cada um que pensa algo sobre mim, volto à parte boa de se estar feliz, renovado, libertado e objetivado. Trata-se de saber dar o melhor de si a alguém. E isso não é apenas minha promessa, é também uma constatação. Não exijo ser recompensado. Esse agora é o meu estado. O que eu puder fazer, oferecer, construir e batalhar, eu irei arranjar. Salvo a amizade, aquela eterna que combinamos, todo o resto deve ser conquistado. Não medirei esforços. Eu não me e lhe decepcionarei. Não faço só por você, faço primeiramente por mim mesmo.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Grande pequeno Buk

Então eu pedi a ele,
meu bom amigo,
“leve com você, já que vai passar lá por perto”
prontamente ele aceitou
fiquei feliz por não ter que ir tão longe só para isso
entreguei o volume e o dinheiro

depois que ele foi embora
estava me sentindo bem melhor
ele é um bom amigo
nossos assuntos são bacanas
gosto de conversar com caras inteligentes
e o Moreno é um superamigo

depois de um tempo enrolando dentro de casa
arrumei para sair para o trabalho e percebi que
não estava mais com o grande Buk para ler
minha ansiedade aumentou mas percebi que ainda
possuía o pequeno Buk pra quebrar o galho
carreguei aquele volume com mais facilidade
mas com bem menos empolgação

enquanto o manuseava facilmente, dentro da condução
fiquei me perguntando por que é que eu me interessava
mais por sua história do que por seu trabalho
não encontrei o motivo, mas acho que
quando li a sua história, eu acabei entendendo mais
a sua obra.
E mesmo assim, queria ler mais sobre ele do que
ele mesmo...

quanto ainda tenho dele para ler
praticamente tudo
mas é bom demais
e mesmo sendo ele
um escritor maldito
um infeliz
nada me faz querer ir embora
seja pequeno ou grande
você é importante
para minha formação
e se as vezes copio você
sei que é em vão
nada superará o Mestre

Fósforo ou isqueiro???

Então...


tinha uma menina né

uma que eu gostava muito


dessas que a gente se apaixona instantaneamente

do nada





a gente se falava o tempo todo


toda noite até de madrugada

e de repente

ela surtou


achou que era um fósforo


depois um isqueiro


e quando eu menos percebi



ela tinha se queimado!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Rebuscados e simples

Cada conversa nossa é um acentuamento de ideias que fluem como água. Uma palavra minha, duas dela e assim, construímos um mundo mágico de ficção verdadeira. Seus comentários e trejeitos. Sua alegria e seu bom humor. Seus medos são os meus encantos. E como gosta ela de sentir calafrios! Meia hora de conversa é o suficiente para eu criar, em meu cérebro atormentado, milhares de aventuras. Sua versatilidade é impressionante. Calma e pacata, consegue expressar muitas formas de escrita. Do mais simples ao mais prodigioso. E sua vontade alimenta a minha, desespera o meu ser. Exasperado, ansioso por suas palavras, não consigo frear minhas emoções, que vagam de dentro para fora e trazem as dela para cá, aqui, dentro de mim. Gosto por que gosto e sinto por que sinto, e por que não? É bonito é divertido, sei que é arriscado, mas, “do que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar”, se um K?

Se eu ando pela casa cantando, loucamente, as vezes até gritando, não é por que senão por tua existência. Ouço uma canção, qualquer que seja. Incluo imagens tuas nas harmonias. E cantando imagino melodias que, um dia, se tornarão uma bela música para teus ouvidos, que traduzirá dias e dias de solidão. E nada tenho a reclamar, pois quem podia melhor me completar e satisfazer? O que ninguém ainda conseguiu estará prestes a se moldar. Ou não, é apenas uma questão de visão. Realmente despreocupado. Sei que sempre a verei do meu lado. Seja perto ou longe, seja concreto ou insólito, real ou criação, o que importa é que é, e, nada mais. Deixo outros moídos de inveja, mas sem intento, não quero viver outro momento que não o seu. Uma conversa pequena de algumas horas, todos os dias, foi o bastante em nossos corações. Esses, cheios de vontade, de verdade e paz. Hoje, posso perceber, como se há anos conversando com você, que não é mais uma questão de sim ou de não e sim de quando.

Um poema, um conto, uma crônica e talvez um grande romance. Não daria uma biografia? Tudo o que me fala, tudo que de ti leio, tudo é um vetor para uma bela história de amor. E nesse jorro de imaginação e criatividade, chego a perder a minha idade que deixarei encostada num canto. Vivas!, a uma completude saudável. Enumere os desalentos entre nós. Nada? Se sim, o que importa? Nada supera a fantasia. Isso supre nossas necessidades. O que não for suprido, será expressado em letras, palavra por palavra, todas essas experimentações. Caos, seja bem vindo! Encontras-te um lar. Pode ser aconchegar. Nesse meu tormento nada precisa ser em vão, tudo é muito bom. Uma simples ação pode se tornar uma grande obra. Sento e começo a escrever.

Não precisa ficar calada. Seu silêncio não será vendido, lembras? Tens a minha palavra. Tudo o que pensas, pode tornar poesia. Basta, para tanto, que não se acomode, somente escreva. És uma beleza. Sei que sou raro, mas sou como tu. Almas que se completam. Amigos que se adoram. Escrevedores que galgam a pequenos passos um caminho. Podemos caminhar pela mesma estrada? Podemos criar juntos. Podemos tudo e mais um pouco. Não precisamos de atenção. Somos a atenção um do outro. Vá em frente, minha doce verdade, produza aquilo que só você ira ver. Conte para mim todos os detalhes. Aproveite a viagem, aproveite a liberdade. Junte todas as informações indispensáveis para seu trabalho. Bote tudo num papel. Escreva sem parar. Nada irá adiar mais esse destino. E quando esses dias acabarem não será o fim da sua jornada. Será o início da nossa estrada. Aquela que percorreremos juntos, de mãos atadas, olhando para uma mesma direção.

Findo o verso, nessa prosa poética. Acalmo meu pensamento e sustento-me de palavras. Viciado assumido de teus versos, viciado em você. Embriagas de mim enquanto tenho overdoses de ti. Queria morrer desse jeito... feliz... Vou-me então e continuarei a aguardar, esperarei o dia derradeiro, aquele em que eu irei me entorpecer de você.

Invisível

Sim

impossível ver

improvável perceber

mas,

se está escrito,

deve-se apenas se ater

àquilo que pretendo

o meu motivo

provar que

por trás de cada

segredo oculto

existe

uma razoável

sugestão

de que

o oculto

não é nada mais

do que aquilo

que você desistiu

de entender...

de procurar...

de encontrar...

se estiver invisível

pode ser que

isso só aconteça

para você.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Algum tipo de poder...

Estava à toa na vida, pensando em algo de bom para fazer. E isso para mim, naqueles dias, era uma coisa bem complicada. Estava desempregado, quase sem grana nenhuma e beirando a fome. Eu bem que queria estar trabalhando, construindo, ajudando alguém e até mesmo me divertindo com amigos. Mas eu estava tão 'deprê' que não animava a fazer mais nada. E não me restando coisa nenhuma, fui fazer o que todo cidadão desempregado infeliz comum gosta de fazer numa noite chata: assistir TV.

Estava tranquilo esperando minha TV abrir a imagem – ela era tão velha que eu tinha que esperar de vinte a quarenta minutos para que ela funcionasse normalmente – para poder ver o programa, que até então, eu estava só ouvindo. Um lixo de programa, é claro. O que mais um ser humano comum pode esperar dos programas televisivos de hoje? Ainda mais TV aberta. Enquanto esperava, pensei em comer alguma coisa. Olhei a geladeira e encontrei ali: um vidro de groselha, duas garrafas de água, uma caixa de ovos com dois dentro, um pote de manteiga pela metade, meio pacote de pão e um pedaço de queijo duro e embolorado. Não tive dúvidas. Levei para cozinha o que eu ia comer. Primeiro limpei o queijo tomando cuidado para não tirar demais as partes estragadas e não sobrar nada; depois peguei duas fatias de pão, adicionei fatias finíssimas de queijo e coloquei-o no micro-ondas para derreter – e matar o que sobrasse de germes daquele alimento. Programei trinta segundos e quando estava faltando quinze, o aparelho desligou. Apagou. Verifiquei a tomada, depois os botões, depois o fusível e por último os disjuntores. Nada. Provavelmente queimado. Bom não me importei com isso e tirei meu pão lá de dentro, que já estava suficientemente aquecido.

Sentei-me na cama, de frente à televisão, e comecei a devorar meu pão com queijo. No meio da terceira mordida a TV que já estava quase se abrindo apagou. Gritei furioso e de boca cheia: “Maldição!!!”. Porém, antes de me levantar e procurar o defeito da porcaria da TV, terminei de comer o pão com muito desgosto. Levei o prato para a cozinha e assim que acendi a luz, daquele aposento escuro, ouvi um estalo e vi um flash. A lâmpada havia se queimado. Voltei para o quarto e procurei o defeito da televisão. Cocei a cabeça, desconcertado, e comecei a juntar os fatos. Alguns meses antes, quando estava para ser mandado embora e precisava já de dinheiro, havia ocorrido algo semelhante. Matutei, matutei e por fim percebi que alguma coisa estava acontecendo. Sentei na mesa da sala e liguei meu velho computador. Ligou da forma correta – o que quer dizer que demorou muito. Iniciou-se e estava eu lá, a digitar, quando ele começou a travar. “Tudo bem”, pensei “computador velho é assim mesmo”. Esperei um pouco, pacientemente, aguardando que ele voltasse e eu pudesse salvar o que já tinha escrito. Passou alguns minutos e ele voltou. Dirigi a seta do mouse até o 'salvar' e antes do clic, a porcaria toda desligou-se. Apertei o power novamente. Ouvi um barulho e um estalo e nada. Angustiei-me. O que era aquilo?

Voltei para o quarto deitei-me. Joguei os chinelos de lado e me cobri com um lençol. Não se passaram dois minutos e a luz da casa sumiu. Levantei mais mal humorado do que de costume. Tropiquei até chegar na cozinha, procurei uma caixa de fósforos e risquei um. Fui riscando um atrás do outro até encontrar uma vela. Acendi a maldita vela e ainda me queimei com a cera. Fui até o painel de força, liguei e religuei tudo e nada. Só podiam ter cortado minha luz. O que seria normal para aqueles tempos de recessão.

Voltei para cama e desisti da vida. Estava quase pegando no sono quando uma ideia surgiu de repente. Num pulo estava de pé. Peguei a vela e procurei na gaveta perto da escrivaninha uma coisa. Depois de revirar todas as gavetas, na última, eu encontrei a lanterna. Essa eu havia comprado no mês anterior com meu último dinheiro do seguro. Estava novinha em folha e até pilhas novas eu possuía. Era o teste final. Coloquei as pilhas recém-tiradas da embalagem dentro da lanterna e liguei-a. Aquele clarão iluminou muito bem tudo o que eu apontava. Deitei segurando a lanterna apontada para o teto. Fiquei ali um tempo e, antes que minhas suspeitas fossem por água abaixo, a lanterna tremeluziu seu faixo e apagou. “Perfeito!” exclamei exaltado. Vesti minhas calças e minha blusa, calcei os sapatos e fui para rua. Atravessei a rua correndo e fui para o banco perto de casa. Tirei meu cartão – que eu sabia que estava zerado – e introduzi no caixa eletrônico. Comecei a fuçar nas opções esperando aquilo acontecer e, antes de receber o aviso de 'saldo insuficiente', o caixa apagou. “Perfeito!” comemorei em voz alta.

Saí do banco renovado, disposto a aprender mais sobre aquilo. Sempre lia histórias em quadrinhos na minha adolescência mas nunca pensei que seria desse jeito. Eu realmente possuía algum tipo de poder. E estava pronto para testá-lo mais vezes. Quando era criança, imaginava-me podendo voar, carregar coisas pesadas, ricochetear balas, atravessar paredes com os punhos, dissolver coisas com o pensamento... tudo, menos que meu poder seria o de estragar qualquer coisa elétrica e eletrônica. No caminho por onde andava, havia estacionado um carro com o alarme disparado. Nem pensei duas vezes. Encostei no teto do carro e esperei a mágica acontecer. Acho que devido a minha empolgação o efeito veio mais rápido. O veículo calou-se de imediato. Começava a entender o meu dom, mas ainda assim, pensava se não seria somente uma coincidência. Nada melhor do que continuar testando. Olhei à minha volta e avistei um orelhão. Retirei o fone do gancho e verbalizei: “estrague”, e a porcaria ficou muda no mesmo instante.

Estava irradiante. Contente de possuir 'poderes', mas depois de vários testes – todos eles muito bem executados – percebi que eu não possuía uma finalidade. “Pra que serve essa merda?” Continuei caminhando pela rua e a medida que andava, apontava para os postes de luz e dizia “apague” e ele se apagava. Fazia isso agora só por diversão. Não precisava mais tocar. Apenas apontar ou dizer. O efeito já era imediato. Enquanto me divertia, ficava tentando imaginar formas de sair da merda. Precisava ganhar alguma coisa com isso. E nesse exibicionismo todo, fui deixando um rastro de destruição por onde passava. Quando olhei para trás, do alto da avenida que eu acabara de percorrer, vi o que eu tinha feito. Tudo apagado, estragado, destruído. E vendo aquela cena, parei, sentei e pensei: “grandes poderes trazem grandes responsabilidades”. Jargão a parte, eu percebi o que tinha em minhas mãos. Aquela dádiva. Aquele estranho poder. Fiquei ali, sentado, por um bom tempo, refletindo, tentando descobrir o que fazer com aquilo. Venderia meus serviços? Quem iria querer alguém para destruir algo – algumas pessoas me passaram pela cabeça. Pensei até numa roupa bacana para usar quando estivesse em ação. “Ação?” repeti a palavra. Não sabia ao certo o que eu queria ou o que estava planejando. Só sei que, assim como meus poderes, uma ideia surgiu do nada. Levantei, bati a mão nas calças limpando-me e olhei para cima, admirando aquele céu estrelado. E foi ali que eu percebi o que faria. Usaria aquele poder para fazer algo de útil. Algo que, agora, eu poderia fazer. Não seria mais um inútil. Todos iriam saber sobre mim e conheceriam meus talentos. Promoveria aos habitantes do planeta o que eu melhor saberia fazer: instauraria o caos!!!

Continua...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A vagar...

Não sei se me mato ou se só morro
e eis que minha felicidade desabou
num único segundo de exaltação
eu, ela, o que aconteceu? Meu Deus!

Minha mente sem piedade pôs-se a fervilhar
imagens transtornadas, loucura ou fachada?
nada no seu lugar e eu, perdido
desesperado e incapacitado

rastejei nas terras da inutilidade
você tão longe e eu aqui tão forte
queria me teleportar, para o seu lugar
tomar para mim sua dor, poupar seu coração

Não, não ria de mim,
se estou assim, aflito e acometido
é por não ter o que fazer
me perdoe se só consigo isso produzir:

escrever... agora me sinto inútil novamente
descontente com o que sou
nem sei para onde vou, tentar relaxar?
Como?, se não paro de pensar

tá certo, você disse que está bem
mas como eu posso descansar sem ver?
Olha o mal que eu causei, nem sei como redimir
fugido e estremecido. Puído e fragilizado

não sou um pobre coitado, tampouco
mereço tua atenção, se acabo de lhe causar sofrimento
nesse tempo curto que te conheci
tanto já sorri, agora, peço... volte

apareça novamente, contente como sempre foi
diga que não foi mais do que um susto
que tudo o que aconteceu não foi por você e eu
volta para eu te ver irradiante

doravante mais uma alegria e
não esteja perdida a nossa vida
melhore do que quer que tenha tido
destrave o meu coração paralisado

não quero estar entediado para todo sempre
que será uma premonição acontecida
caso não houver nessa vida uma previsão
do quão bem podes tu ficar
termine com minha euforia de mais um dia
não quero terminar essa noite a vagar
esperar mais um outro sinal... esteja bem... e lembre-se: volte

A doce K

Ela ali e eu inspirado
nada ao nosso redor
estávamos cercados por nossos gracejos

se houvesse um incêndio
morreria queimado por estar
hipnotizado lendo-a pela tela

o que é isso que você me faz?
Trás consigo o explendor
e, por favor, para de me agradar assim
desse jeito, não se livrará mais de mim

disse a ela “queria poder cancelar
o tempo que nos separa” e logo em
seguida concluí “mas é esse tempo
que nós aproxima”, verdade dita

um total de todos os minutos
foi o tempo que gastei lembrando-me dela
e ansioso, quase desesperado para poder
varar a madrugada aqui ao seu lado

“nada de verdades”, me instruiu
“gosto de doces mentiras”, e pensei
“até mentir vou precisar para conquistá-la”

postei-me a trabalhar e dediquei-me
a mais um importante passo dessa nova questão
mentir, sem desiludir. Pôr nas entrelinhas
o óbvio de nossa situação

calafrios a parte, o bom de me corresponder
é saber que, se sim ou se não, para manter
o que mais gosto em você, devo lhe avisar
se vai ou não se apaixonar
um amigo para sempre irá possuir
e juntos vamos construir algo que dure
algo que supere o impossível
aquilo que é indizível
nos alicerces de nossa amizade
surgirá uma verdade
que por si só
será a mais bela
uma doce verdade

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O espaço

Traio-me nos pensamentos
nas atitudes
o que eu quero afinal de contas?
Para quem eu choro?
Uma tristeza sem fim
um dia a mais
um outro dia sem paz
não relaxo, não vivo
estou sendo punido?
Isso tudo é por minha falta de foco?
Onde posso buscara a paz verdadeira?
Queria poder caminhar
sem me arrepender
sem precisar olhar para trás
não ver passar mais alguém
não perder outra pessoa
o que vale uma vida
se ela não está sendo bem vivida?
Ouço minas lamúrias
ouço meus choramingos
mas quem se importa afinal?
Cansado...
ainda não estou derrotado
sei que um dia vou encontrar
mas penso então;
mereço?
Posso?
A quem mais devo judiar?
Quem mais eu devo enganar?
Até onde posso chegar
sem viver uma grande ilusão
se no meu coração só existe um espaço?
O maior de todos eles
aquele onde alguém deveria estar
e eu não sei ao certo
se verdadeiro ou correto
mas tento em vão
encontrar, em algum lugar
alguém que possa estar aqui
dentro de mim
para ocupar toda minha atenção
suprir toda minha emoção
enchendo-me de paixão
e deixar-me em fogo
alguém que me acenda novamente o amor
destrua minha dor
de estar vazio e em solidão
querendo ou não
não vou deixar faltar o seu lugar
seja você quem for
só peço novamente,
não me deixe sempre a lhe esperar
é claro que quero lhe encontrar e dizer
o quanto esperei por você
e cada verso que escrevi
no intento de ter
de conseguir conquistar você
e no meio de uma tarde quente
descontente e infeliz
busquei mais uma vez por um nome
o nome poderoso que me completará
queria ter mais o que dizer
queria poder ser melhor
antes de te conhecer
mas a chama que arde em mim
é apenas uma fagulha
quase apagada...
desiludida...
e nessa vida,
o que tenho para conhecer,
só teria graça se antes
visse você
se compartilhasse um caminho
uma direção
o que me resta
de tudo o que vi e sofri
não são apenas lamentos
são palavras que expressam
meu tormento
uma sucessão de glórias
e alegrias
e nada disso vai um dia valer.
Nada se compromete.
Elas vêm e vão
e nenhuma me deixou tentar
postá-la naquele lugar especial
o hall do meu coração
que agora, pouco iluminado,
desabitado
espera se acender e ter
alguém que me faça crescer
um verdadeiro amor
onde eu consiga repousar
e me despreocupar
e somente ser feliz
como um dia já previ.
Venha logo então
preencha seu espaço reservado
até então desocupado
esperando você
anjo

Loba em pele de cordeiro

Não via outra forma de comunicar-me com o lobo
na verdade; loba
aquela voraz e predadora.
Gabava-se a loba de não ter (ou não saber expressar) sentimentos
“Bela merda!” pensei comigo
mas sabia ela como enfeitiçar
sabia? Ah! Sabia...

um dia ela me apareceu,
do nada, a me procurar...
se soubesse de seu temperamento 'bombástico'
é certo que teria me arriscado?
Tolo que sou, teria sim!
Minha tolice as vezes supera minhas expectativas.
Mas fomos juntos, passear
eu e a suposta cordeiro.
Teatro primeiro
comer depois (não comeu a chapeuzinho, ainda bem)
mais uma bela caminhada e,
por fim, um gesto de carinho
(anota esse aí, porque foi raro)
eu gostei, confesso
não esqueço que lobos podem sim ter sentimentos
(mas foi só naquele momento)

nunca mais eu vi outra demonstração
até consigo entendê-la
bem pouco, mas consigo.
Não queria vê-la infeliz, mas acho que não era uma condição
creio que se tornou um estado
o carinho, como eu disse, não mais vi
o tempo passou e, por mais duas únicas vezes eu a encontrei,
me cansei.
Antes, ela de mim
brava ao telefone, brava ao digitar
amarga por assim dizer

descobri uma coisa que enfurece lobas:
perguntas!
Mesmo que seja daquelas: “como foi o seu dia?”
fiquei com medo (como diz minha poetisa)
que reação mais estrondosa!
Acho que se estivesse presente
tomaria uma tijolada.
Parei para me perguntar:
“Por que é que eu queria alguém assim?”
sempre pensei que um bom relacionamento
uma boa amizade,
vem da troca.
Você dá o que tem de melhor e recebe o melhor do alguém.

A loba despertou um sentimento ruim em mim,
aquele sentimento de ter que tomar cuidado com tudo
com o que eu falo, com o que eu pergunto, com o que eu penso e peço
com tudo que seria banal para qualquer outro...
pisar em ovos para agradar a loba...
deveria agradar a loba?
Bom, se mesmo sendo loba,
ela soubesse como tratar-me, seria algo feito com prazer
mas...

e a cena final foi assim:

O lobo em forma de cordeiro pôs-se a bradar
a reclamar e a urrar, tão fera quanto nascera
“arruinaste meu final de semana! Irrita-me com tuas
interpelações! És um asno?”
pobre loba...
por que desperdicei meu divino tempo contigo?
“Seria um asno se continuasse a
zurrar atrás de ti! Abandono-te pois,
ao menos até que tenhas respeito.
O mesmo que dei a ti.
O meu pobre final de semana só não foi arruinado
porque tenho outros com boa educação,
aquela que perdeste de vez!”

e para não ser devorado
corri léguas de seus pavorosos
insultos
e, até então, nada soube da voracidade oculta
da loba em pele de cordeiro...

Poetisa

Era um dia qualquer
e foi num outro dia qualquer que eu a conheci
menina, bem mulher, em postura, não em formosura
rostinho angelical, como toda boa garota

quedei-me em um pequeno momento
e foi o bastante, aquele tão pouco
muito representou. Seria ela?
Como saber o que e de quem?

Parei de me perguntar bobagens
mas não pude deixar de tentar vê-la
e olha; que incrível! Ela também me buscou
e por sinal, foi ela quem me achou.

Uma mensagem, um sinal e por fim
uma bela e magistral conversa
demorada, condescendente e real
do pouco que li, muito gostei

bela personalidade, canceriana como eu
poetisa oculta, escondida, disfarçada,
tramando em linhas seus belos desenlaces
desvendando-se nos versos que muito cativou-me

somente três me foram dados, pequena amostra
simples, comedidos, mas potentes como raios
suas palavras me fizeram refletir
onde ir, para quem escrever, até onde ler...

ontem eu a li, hoje sequer se mostrou
mas comigo, em cada uma de minhas linhas,
esteve. Uma companhia literal
uma doce e suave gentileza de poetisa

bela parceria, um desejo de fato
nada como uma alma incentivadora
tanto nas palavras quanto na beleza
e que riqueza de talento, de desenhos a acontecimentos

quantas coincidências,
versos meus e versos seus, nós compartilhamos
a arte vive em nossas vidas e como disse; que bela parceria
escrevendo todos os dias, lendo-a e sendo lido
um músico esquecido, um futuro escritor
vendo-a a todo tempo, que alegria poderia ter
ao ler minha amiga poetisa
tímida e reticente, mas adoravelmente penetrante
cativante e solícita de alguém
quem?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O bem que você me faz

Quando caiu a noite percebi
que nesse tempo todo eu pensei saber
que apenas amava você

mas como posso com tudo isso
se a um pedido teu eu não resisto
teus olhos, aquele brilho
lumiar de minha alegria em meu auxílio

ver você e compreender o valor
o dom do amor, de gostar
de querer e ter você, sempre por perto
e valorizar

nossas brincadeiras e nossas diversões
caminhos curtos e vividos por nós dois
se bem que certo, posso dizer:
que agora amo muito mais você
e assim estamos mais felizes com o que ficou.

Conto contigo, mesmo nos dias que me destrata
nos dias que realmente está muito chata.
Suportas-me também, indiferente a qualquer
ofensa minha. Me trata com todo o seu carinho
seu sorriso alvo e torto,
aquele que tanto criticas, mas que
de fato, de todos, é o sorriso a que eu mais recorro.

Felicidade não existiria se não tivesse você
e tão pouco poderia saber sobre o amor
se um dia não tivesse te amado errado
e presenciado a força do nosso novo estado

amor esse que não se dissolve,
que não se consome,
que engrandece e aparece
através de qualquer superfície
fosca ou tosca
ele sempre estará por lá.

Podemos brigar, nos xingar
nos maltratar e até tentarmos nos matar
mas você e eu sabemos
que podemos do mundo desaparecer
que ainda assim ficará
aquilo que nunca morrerá
a verdadeira forma de amar

ciúmes vencido, mas então diluído
do pouco que restou, o que ainda sobrou
foi apagado pela força do gostar
e agora se purificou, se acalmou
e se fortaleceu dentro de nós, você e eu...

não é combinado, não é planejado
mas existe e é tangível
e como é incrível o quanto aprendemos
um com o outro
o quanto nos ouvimos
o quanto nos adoramos
o quanto nos precisamos e,
mesmo que ausentes,
ainda nos bastamos.

Fico feliz ao te ver do meu lado
fico cansado de brigar e tentar te ajudar
fico desanimado se tudo dá errado
mas o que mais poderia querer
se ainda, depois de tudo, ainda tenho você?

Não há homenagem que chegue
não existem palavras que bastem
nada jamais será o suficiente para
descrever todos os dias que estive com você.
Ano após ano, mês a mês, dia a dia
e como poderia
sorrir se você chorava?

e se hoje não te beijo
e se hoje não te namoro
e sequer te devoro
talvez é porque assim que deveria ser
e é assim que o é
e não troco nada disso
não troco por absolutamente nada, nem por um feitiço,
cada um dos segundos que passei com você

se vivemos como amigos
amigos que se namoraram
que se amaram
e que se amam e se amarão
não vejo porque não
ser feliz
por ter tido você,
e por ainda te ter
cá dentro do peito
todo o meu respeito
minha admiração
meu deslumbre de conhecer
alguém como você

e esse alguém,
que é tão especial,
não poderia fazer-me
mais mal

não um mal ruim
o bem de todo mal
a saudades que sinto
quanto necessito de suas bobeiras
de todas aquelas besteiras
que nos divertimos rindo
feito bobos
como bebês...

e pensando no que escrevo
e tendo vivido ao seu lado
e sabendo de tudo que me representas
concluí que, se alguém,
um dia irá me faltar,
seja em qualquer lugar,
esse alguém será você.
O meu eterno amor
que sequer acabou
que sempre viveu comigo
e agora, como seu amigo,
não fujo da obrigação
de dizer assim, em vão
o quanto amo você

e para sempre serás amada
por todos os dias nessa estrada,
a estrada da vida, de nossa jornada...
inacabada

conte sempre comigo
seu melhor amigo
o cara aqui que, em questão,
morreria por essa paixão

e se um dia uma estrela no céu brilhar
brilhará também em meus olhos
a doçura do seu olhar
e se por desventura essa estrala se apagar
não mais existiria lugar a viver
sem ter você e terei que fugir...
longe de mim perder quem mais amei.
A pessoa que encontrei
e sorri e que chorei
e que próximo pude viver
do que um dia se chamou
amor.

Que brilhe para sempre a sua Strella, meu eterno amor!

"Dancerar"

Então eu olhava para aqueles pés
eram pés de valsa que se esgueiravam
enquanto ia para lá e para cá

seu corpo miúdo e esguio me encantava
naquele doce balé suave e hipnotizante
acompanhava o deslizar de seus pés

pés descalços, pele bronzeada, e sola branca
um pé a frente do outro, olha ela!
como me delicio com seus movimentos

o chão frio e liso, sua pele em contato
trabalhava atenta àquilo, gostava, se divertia
empurrava a enceradeira para frente, para trás

o mais importante eram seus finos movimentos
em câmera lenta eu ilustrava a cena com pensamentos
via o seu mover como uma onda calma

primeiro seus dedos, delicados e pomposos, se contraiam
quando seu calcanhar apoiava o peso para trás
depois relaxavam-se e alongavam-se para frente

e a mágica acontecia e, enquanto a via,
pensava no caminho que seguiria para ditar
a sua dança, o seu gingado giratório maquinal

e que bela ela me parecia, com seu bailado
de mulher feita, de beleza sobre o piso
refletida no brilho que produzia e me sorria

dance, embale e se esbalde no sentimento
viva a cada momento de seu tempo uma sensação
no balançar do seu calcanhar e no vai e vem
do seu labor, com graça e desejo, te vejo
a despertar o interesse de mostrar
o quanto pode modificar o trabalhar
de um instrumento que não quer se calar
em seu zumbido alucinante e quase constante
eletricamente eletrizante o despertar
do dançar e mover-se de cá para lá
a me embalar nesse seu encerar

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Vasilha, a maldição da minha vida

Mal sabia eu que aquele pequeno e insignificante pedaço plástico
poria em eterna maldição a minha vida toda.
Aquele objeto sem valor, sequer sentimental,
não poderia destruir para sempre os meus sonhos.

Não os meus sonhos concretos e reais,
aqueles sonhos que lhe acompanham com o sono.
Sono esse perturbado desde que ela chegou aqui: a maldita vasilha!
Veio por que pedi? Recebi algo que esperava muito?
Não, não! Simplesmente veio para me azucrinar.

Não foi tão bom nem tão ruim
não foi nada, para lhes ser bastante sincero
como podem me dizer que um presente é algo para ser cobrado?
Como posso viver sendo punido por ter em meu poder a porra de uma vasilha?

Sim, fui punido. Amaldiçoado, um ser execrável...
precisa de tanto assim? Realmente uma vasilha faz tanta falta?
Se os fins são o de controle e desculpas para lhe aporrinhar
a resposta é: sim! “Quero que me devolva a vasilha”
“Não é minha! Ela está precisando!”

Quem precisa de uma vasilha? Depois de muito pensar,
descobri: Oras, quem só tem aquela vasilha na vida!
Talvez essa seja a única pessoa do mundo a possuir
uma única e preciosa e rara e maldita vasilha

pois que seja, pois que morra a vasilha, mas...
Não! “quero minha vasilha de volta” e eu digo: “como?”
falando sério, juro, não entendo. Na verdade entendo sim
e é mais do que óbvio que o motivo dessa lengalenga toda
é único: você só quer ouvir a minha voz!

Hoje é, graças ao meu bom Deus, o fim de toda uma saga
saga essa que está sendo justificada por um objeto plástico
objeto esse que será devolvido e será novamente de seu dono.
Aí, eu lhe pergunto: qual será a desculpa para me acordar?

O que o retentor de tal objeto mágico não previu
foi que essa vasilha é encantada com poderes incríveis
e que sua magia, não só atinge quem recebeu o presente
mas volta para quem o mandou.
A maldição da vasilha volta para seu dono
em dose triplicada porque, agora, irá deixar-lhe
de mãos atadas. Já pensou, ó vizir, que seu amuleto
de aporrinhação não mais está aqui para incomodar-me?
Então faça exatamente o que eu digo:
abaixe lentamente esse gancho do telefone,
recoloque-o no lugar e dê um passo para trás.
Muito bem! Agora volte para seus afazeres que eu volto para os meus
ah, e não se esqueça: nunca mais me ligue!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Que não seja em vão

Catando os minutos de uma consciência sã
travando a minha grande batalha interior
lidando com todo tipo de mente insana que,
como a minha, é perturbadora e conflituosa

salto na noite sem fim, descontente e amargurado
sem propósito, sem direção... outro caminho
mais tortuoso do que o do dia anterior.
Não vejo sombras de salvamento, não vejo nada...

um dia depois do outro, como uma imensa punição
mais uma vida condenada ao fracasso, mais uma.
Outra situação desastrosa, outro dia chato e incognoscivelmente ruim
temperando de amarguras e sofrimento a minha já estressada existência.

Claustro, recluso e abandonado nas entrelinhas do tempo
perdido entre o vago e o vazio, sublime condição
desastrosos pareceres de um bocado de tédio
insatisfação plena vigorando no fundo da alma

raivoso, furioso, incomodado, puto com a vida
regrado nas fissuras do âmago com pústulas entreabertas
nos meandros da insanidade me locomovo
a pesados, reticentes e medíocres passos entrecruzados.

Não morrerei de cirrose, não morrerei de câncer, mas sim, morrerei.
Talvez enraivecido, talvez louco ou lúcido, mas colérico
talvez seja essa a causa de minha morte; o desleixo
o desvelar da condição humana, de se interpor em nada

maldito seres que, como eu, são a desgraça das nações
a peste amaldiçoada que trará o fim ao caos
que iniciará o próprio caos e que findará os excessos
com mais do que sempre estão prontos a dar: ódio

somos todos seres imperfeitos tentando ver perfeição em atos hediondos.
Matam por nada, morrem por mais nada ainda
queria eu matar ou ser morto, mas ter a quem odiar plenamente
maldito coração mole que me faz só ver o bem

Mentira, e mais mentiras... não tenho vida que sirva
não tenho vontade que dure... nada é para sempre
nem mesmo o sempre é para sempre e,
onde estarão aqueles que se dizem bons? Eu nunca os vi por aqui

adormecer agora é preciso e com o sono, rogo para que venham esperanças
imploro salvação. Não a do seu Cristo, não a salvação que você prega
quero a minha salvação, o meu desejo de ter sido alguém.
De ter conseguido, de ter vencido, de ter lutado e de não ter morrido em vão...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Mensagem pronta é o caralho!

Fui postar meus últimos dois escritos e, como de costume, sempre acesso pelo Orkut os meus blogs. Aproveito e dou uma lida nos recados (scraps). E hoje veio bem a calhar; encontrei o motivo necessário para o que eu queria escrever há algum tempo: EU ODEIO RECADO PRONTO!!! A estes, podem-se incluir PowerPoint, mensagens engraçadinhas, fotos de bichinhos, piadas, qualquer coisa que se pareça com isso. O que a pessoa quer provar pra você? Que ela pensa em você e que lembrou imediatamente da sua pessoa quando viu aquela porcaria escrita??? Deus! Estou farto disso também, juro! Chega de receber mensagens idiotas de bom dia, boa noite, aniversário, natal, ano novo, morte da bezerra, qualquer merda dessas! Poupem-me, deixem-me em paz. Mensagem pronta é o caralho! Detesto essa merda. Se a intenção era dizer que gostava de mim, que pensava em mim ou que, até mesmo só mandou pra encher o saco; o que eu leio é: “sou ignorante demais para escrever qualquer coisa que preste para você! Sou incapaz, sou imbecil, sou uma pessoa que não consegue juntar duas palavras para formar uma frase!!!” Pronto! É exatamente isso que eu penso de pessoas que me mandam, dia e noite sem parar, essas merdas de mensagens prontas. É insuportável. O pior é que essa porra vem cheia de desenhos e algumas ainda tocam músicas. E pra piorar ainda mais, a mensagem ocupa, em quase cem por cento das vezes, mais do que uma tela inteira. Eu pergunto: pra quê isso? Pode ser, e tenho certeza disso, que alguém vai gostar disso, mas não eu. Não gosto e ainda completo: eu apago absolutamente todas sem ler sequer uma palavra!

Queria que o inventor dessas mensagens ardesse no inferno. Queria que a família toda dele pagasse por isso também. Não venham me falar que tal frase é bonita, que tal citação é legal, que tal autor disse isso ou aquilo. Se quiser, escreva com seus próprios dedos. Use aspas para indicar o que alguém disse e fale que aquilo não é seu. Mas se você escreveu com suas próprias palavras, quer dizer que um pouquinho, bem pouquinho, você se importa com essa pessoa. Garanto que quem ler vai pensar assim, na pior das hipóteses: “não disse nada que eu não sabia, mas gastou seu tempo escrevendo para mim!” Pior seria se a pessoa gastasse dois segundos clicando na merda de um site idiota e mandado uma porcaria de mensagem, que por sinal, você já recebeu de um outro idiota preguiçoso. Por favor, imploro-lhes: não à mensagem pronta! Sim à criatividade! Garanto que é muito mais bonito você tentar reproduzir com suas palavras aquilo que você leu em uma mensagem idiota, (e mesmo assim gostou) do que você ficar se passando por um semi-analfabeto sem criatividade. E dessa lista de pessoas – que insistem em me aporrinhar – estão algumas muito importantes; os parentes (mãe, já disse que chega), grandes amigos (não, não é legal você dizer que gosta de mim me jogando esse tanto de lixo pronto), pessoas que eu não conheço pessoalmente (o fato de eu estar nos seus amigos do Orkut ou na sua lista de e-mail não quer dizer que eu quero receber essa merda que você insiste em mandar para todo mundo) e qualquer outro tipo de pessoa ou situação.

O mundo vai ser melhor o dia que eu não receber nenhum coraçãozinho, nenhum bichinho, nenhum coloridinho escroto com frases de grandes personalidades. Não estraguem a literatura, não destruam os pensamentos filosóficos, não assassinem a inteligência humana. Se você não presa por seu cérebro, garanto-lhes: eu preso pelo meu. Quer dizer algo pra mim?, use as suas palavras. Diga o que tiver que dizer com o que tem dentro de você. Se não tem nada dentro de você, então, o melhor é não dizer nada. É simples. Deixe minha vista guardada para o que presta. Quero ler meus livros em paz, quero ver meus vídeos em paz, quero usar minha inteligência para algo maior, algo que não seja ficar clicando com o mouse no “deletar”! E, se você leu esse texto e ainda assim quer me xingar porque eu te incomodei, faça um favor para você e para o mundo: PARE DE PROCURAR MENSAGEM PRONTA E VÁ LER UM LIVRO! Te juro que, assim, não irá lhe faltar coisas a serem ditas.