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sexta-feira, 16 de julho de 2010

O que está no meio do caminho

“No meio do caminho tinha um teclado, tinha um teclado no meio do caminho”, entre tantas coisas que tentam impedir minhas “escrevelâncias”, o teclado se tornou mais uma. Teclas duras como o aço, retiram minha agilidade. Espaço agarrado, teclado manco, a letra “a” afundada, tudo para dificultar minha escrita... primeiro foi o “insert”, no meu desespero de acertar o “back space” com o dedo mínimo da mão direita, errava sempre a maldita tecla e acertava-o, fazendo assim com que eu estragasse a “empurrância” das letras ao corrigir algo no meio das palavras. Em seguida veio o amaldiçoado “F12”, que também ao tentar usar o mesmo “back space” apertava-o causando um salvamento indesejado no meio de uma criação. Bem de fato, agora pensando, talvez devesse ter arrancado o meu mindinho impreciso e não as coitadas das teclas. Bom, estes foram incômodos sanados, com as teclas arrancadas, acertar o “back space” ficou mais fácil. Estou pensando seriamente em retirar também a tecla “]”, além do “enter” esta é a única que ainda me atrapalha. Bom, mas vejam só, o coitadinho do teclado já apanhou tanto. No meio dos meus ataques de fúria, ele tomou tanta pancada e ainda sobreviveu, tinha é que aposentá-lo com menções honrosas. Minha última tristeza com ele, tirando o fato de estar sempre manco por causa da perninha de apoio que, subitamente e misteriosamente, desapareceu depois de um soco, é a coitadinha da letra “a”. Ah, pobrezinha... me faz uma falta! Devem estar se perguntando: como é que ele está digitando o “a”? Simples, desenvolvi uma força adicional em meu mínimo esquerdo, uma força adequada, nem muito forte nem muito fraca, o suficiente para que a letra saia sem dificuldades e não dispare, a ponto de ter que ser levantada com uma alavanca.

Assim fosse só isso... “no meio do caminho tinha um MSN, tinha um MSN no meio do caminho”, o que dizer sobre isso? Gosto de falar com muitas das pessoas que eu converso por lá, mas quando eu sismo de abrir o dito cujo antes de ter já escrito alguma coisa, aí já viu, né? Nossa, é de uma lentidão que dá até medo. Por exemplo: este texto mesmo é a prova concreta de minha ineficiência. Estou a escrevê-lo desde as dezenove horas e olhando agora para o relógio, vejo marcar trinta pra meia noite. Mas a injustiça não seja feita...

“No meio do caminho tinha um telefone, tinha um telefone no meio do caminho”, e assim se vai a lista de coisas no meio do caminho. São tantas e das mais variadas... um celular, um Orkut, alguns cães, alguns gatos, um livro, a campainha, a fome, a preguiça, outro livro, um seriado, um filme, o tédio, a distração, a inconstância, e todos os mais variados eticeteras. Assim sou eu, um ser cheio de coisas no caminho. As coisas vão aparecendo e eu as vou contornando. O glúteo já “aquadradado” pelas horas, o calor a incomodar, as mãos a doer, mas tudo não passa de um equívoco, o engano de achar que as coisas que estão no meu caminho, são intransponíveis. Nada pode me deter, nem o “no meio do caminho tinha um eu, tinha um eu no meio do caminho...”

2 comentários:

  1. Interessante encontrar suas escritas... na verdade as encontrei por um acaso... Bom saber que você cresceu (amadureceu), sou leiga, mas te considero um bom escrevedor, visitarei seu Blog (de quando em vez, para algumas lidas), para apoio moral.
    Ps. Todos temos "coisas no caminho", o nosso egoísmo é que não nos deixa enxergar as "coisas" alheias.
    Um abraço,
    H.

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