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terça-feira, 13 de julho de 2010

Apatia

Fiquei furioso com o tamanho da cena que esta me fazia, não falava nada com nada e nada a detinha de ficar fazendo finta. Cada palavra daquela era um absurdo, uma insanidade que se transferia a mim mediante a intensidade do meu tesão. Estava claro que nós dois padecíamos do mesmo mal, a vontade latente de estarmos um no outro. Talvez fosse a violência na carne, mesmo que representada por socos e pontapés, mas aqui no entanto, o mais provável era que eu a penetrasse fundo em seu âmago. Carne na carne, a minha carne na carne dela, o meu volume na cavidade dela. Gemia junto comigo, incontrolável como eu, ofegante, mas comedida por seus ancestrais dogmas. Refutou-me na primeira investida, ainda vestida de seus trajes. Ponderei-me controlando minha fúria bestificada, inspirei fundo não dando importância a suas estripulias. Queria domá-la, agarrá-la, imobilizá-la, subjugá-la, penetrá-la e cavalgá-la. Meus intentos sempre sendo atrapalhados por seus movimentos de fuga, de dissimulação. Não a perdoava, queria por que queria pô-la em coito. Nada me ajudava, nem a força, nem a insistência, nem a perseverança, o que mais me impedia, no entanto, de concretizar os meus desejos era a minha própria desaprovação. Não tolerava o seu “cu doce”, queria mostrar-lhe os dias felizes de uma vagina satisfeita. “Veja”, pensava eu, “está sentindo o prazer?”, era o que eu imaginava, se, já dentro dela. “Calma”, disse a mim mesmo, “tente mais uma vez”. Iniciei um novo processo já ciente da improbabilidade, não por causa da fêmea em questão, essa já havia sido domada em outras épocas, bastava a mim a tolerância de Jó e persistência que, naquele instante, não dispunha. Sabotei-me a nova investida, antes mesmo de apertar-lhe o botão de iniciar, localizado abaixo do seu clitóris, em sua cavidade que, tenho certeza, já estaria inundada a esperar-me o pênis ereto, não obstante, abandonei a tudo tomado de tamanha cólera e pus-me a praguejar injúrias, primeiro a mim mesmo, em seguida a culpar a dona da tão famigerada “perseguida”. Não dava conta ali, do que estava por vir. Antes tivesse resistido bravamente e inabalavelmente ao trágico frenesi. Devia pois, ter-lhe insistido até que tivesse, por exaustão, me dado o seu fruto, sua tão sagrada feminilidade bíblica. Pensando bem, ia-me exaurir antes que a exaurisse. Calamidade concluída, pusemos-nos a discutir e a digladiar em palavras e berros, estes últimos somente de minha pessoa. A contenda não tinha fim, não que ela não desistisse, se delongava por minha culpa, já havia me cansado de todo aquela verborragia desnecessária anterior ao ato, vinha à forra em descabimento de palavras chulas. O que ela almejava era uma conversa desprovida de sexo. Não estava apto a prosseguir numa discussão sem a necessária irrigação sanguínea do meu cérebro, todo meu sangue se alojava numa única função: “erecer”. Sempre fui adepto da conversa posterior. Quer um diálogo satisfatório? Trate de não botar-me de pronto. Se preparado já o estiver, desista e usufrua da trepada. Estou sendo vulgar? Perdoe-me de tais calúnias, um homem desprovido de sua ejaculação não é um homem sensato. Atente para tal ocasião em que estará a ler-me em muitas linhas e, com seus dedos a bolinar-se magistralmente, desejosa de penetração outrora abandonada por seus muitos chiliques. Masturbe-se, peque, abandone seus preconceitos, liberte-se para um grande dia de orgasmos... e se necessário for, me chame para penetrá-la.

7 comentários:

  1. Dedico este texto a todas as mulheres que gostam de conversar antes de transar!

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  2. Ok. Eu não ia comentar o post, meu orgulho não permitiria, mas levando em conta o horário, o meu orgulho já foi dormir. Muito válido o exercicio da sinceridade, acho que muitos ou todos os homens pensam assim.Legal falar isso, pouco se conhece do ponto de vista dos homens .Se puder passa lá em casa, tenho um post novo e vc vai entender, rsrs, beijo

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  3. E sua boca se fez ninho de meu pervertido âmago, doce e indócil, enquanto seus urros me chamavam de homem-viu, homem-vil, homem-vi[ri]l

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  4. Putz... quem ti viu que ti vê!!!!

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  5. Quem será que me viu e quem será que me vê, não?

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  6. Da proxima vez arrume um cavalo para cavalgar,ou melhor arrume uma égua porque cavalo você,já é.OGRO!!!

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  7. Opa! Mais uma que não foi comida direito...

    Ogro para mim é quem não sabe pontuar um texto! Mas, obrigado por descer o nível do ambiente, estava faltando uma histérica para me atormentar... novamente!!!

    Será que aquele marcardor no fim do texto dizendo: CONTO; não significa nada??? Tenha a Santa paciência...

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