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terça-feira, 6 de julho de 2010

Altos e baixos

Ódio, ódio, ódio, só pensava nisso, nada mais me importava. Estava cansado e amargurado. Viver é sofrer, sofrer é uma escolha, mas mesmo não querendo, você acaba sofrendo por pura incompetência. Eu sei, eu sei, maldição! Eu sei! É tudo culpa minha. Eu é que sou o culpado, eu sei. Eu realmente sei. Mas mudar isso tudo, transformar todos estes pensamentos caóticos em boas atitudes, é um inferno de difícil, pra não dizer impossível... não! Não aceito isso, eu sei que eu posso, sei que é um momento, uma fase, um segundo de uma vida inteira... mas por que é que este segundo se arrasta e se transforma em minutos, horas e até mesmo dias? Calma, calma, calma... eu tenho que me controlar, sei que isso passa, é só mais uma merda de sentimento. O suor me desce da testa, minhas narinas estão dilatadas e estou ofegante. Minha pele coça com o meu nervosismo, minha cabeça também. Não acerto as palavras e até me irrito mais. Para, para, para... eu hei de conseguir... ou não... não! Não vou contradizer tudo o que eu penso, digo e prego. É só respirar, parar de me aborrecer e... Caramba! A porra do telefone toca alto e me assusta, o música que eu ouvia está pausada, dando mais ênfase a devastadora campainha. Atendo e digo que estou numa discussão, o que de fato não deixa de ser verdade. Mas não estou mais, não é mesmo? Estou aqui digitando minha linda história e meu lindo terrível dia. Não, não é verdade. O dia não foi tão ruim assim. Talvez seja por eu ter assistido aquele monte de mortes na televisão, não a de humanos, esta eu já estou acostumado, mas as dos animais e da natureza. Tentei ligar o som novamente, mas a música me incomodou. Começo a me sentir um verdadeiro paciente sem tratamento em fase terminal. Controle-se, digo pra mim mesmo. É foda, respondo. Está fazendo o seu melhor?, pergunto-me. Nem de perto, respondo. Então para de choramingar... vai, vai lá e esmurra aquela parede. Não, não quero, tenho preguiça até pra isso. Agora não é mais raiva? É preguiça? Sei lá o que é, é um desconforto, uma maldição por certo, saber que isso é um sentimento e vê-lo aqui, dentro de mim, descontrolado, a espreita, prestes a me devorar... como sou inútil!, me amaldiçôo. O que é que eu busco para os meus dias? Está neste sentimento de agora? Não! Mas veja por outro lado, é uma excelente oportunidade de botar os ensinamentos em prática. Estou percebendo que já estou ficando mais calmo. Talvez... talvez fique assim até ser perturbado de novo. E quando será isso? Eu sei! Eu sei! Eu sei! Posso responder? Pode, claro! Quando eu deixar acontecer, certo? Certíssimo! Viu, eu sabia. Não diga que sabia, diga que está atento. Se estiver atento não deixará um sentimento idiota te derrubar. Ei!?, não percebeu que eu já estou derrubado? Cale esta boca! Vai assumir uma derrota pra uma coisa tão insignificante? É... acho que eu já assumi... Se for verdade, então levante-se e lute de novo, nem que pra isso seja necessária a morte. O telefone toca interrompendo meu monólogo/diálogo. Mais um teste, penso comigo. Mais um pra me irritar. Até que agora não fiquei mais tão possesso. Isso até eu voltar ao início da discussão anterior, imagino. Tenho mesmo que voltar? Talvez seja melhor deixar pra lá. Vai perder a chance de se sair melhor do que da última vez? Não sei se eu quero tentar isso, justo agora. A hora é agora, ô mané! Se não fizer agora o que tem que fazer, isso vai voltar uma outra hora de um jeito ou de outro. Talvez lá você esteja calmo demais, tem que ser agora que está nervoso. Ah! Mas veja só, eu nem estou me sentindo tão nervoso assim. Droga! Perdeu a chance. Faz assim, da próxima vez que estiver começando a surtar, não deixe chegar a tanto. Vira o jogo, cara. Tenha atitude, você sabe, quem é que manda nessa porra? Eu! Então, pô, vira homem. Honre o que está aprendendo. Quem é que fica dizendo pra praticar as coisas que se aprende? Eu, né? Já tem a resposta pra todas as dificuldades. Vai deixar um momento de dificuldade virar um problema? ...não! Erga essa cabeça, nós estamos nessa juntos. Se você ficar para trás, eu também fico. Olha tudo isso que você escreveu, ta vendo? Estou! Então!? Não demore tanto da próxima vez, certo? Certo, e obrigado, viu? Que isso, foi nada, você sabe... eu sou você...

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