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segunda-feira, 5 de julho de 2010

A atenção

O que é ter atenção? Reflita por alguns instantes e depois tente traduzir em palavras o que você entendeu por “atenção”... agora, responda: o que é ter atenção? Reflita novamente e me descreva, desta vez, em uma única palavra, o que você acha que é...

Só pra escrever este texto, por mais que eu me concentre no que estou escrevendo, percebo que falta em mim, atenção. Estar atento é não perder nenhuma minúcia do presente. É estar ali no exato instante do agora. Lembre-se agora, de alguma circunstância da sua vida em que você julga ter estado atento. Como foi? Realmente se sentiu presente? Estava consciente de seus atos, pensamentos e sentidos, todos focados numa única direção? Faça assim, pense agora no presente. O que está vendo na sua vida de fato. “Quem é você?” já se tornou a sua pergunta de cabeceira? Onde e quando você está?

Perguntas demais, explicações de menos. Isso me faz lembrar de avisar que este não é um texto explicativo, é uma divagação sobre algo que quero compreender. Atuar com ele pra que eu possa melhorar meu caminho. Tenho que ficar atento, em estado de vigília constante. Não posso controlar certas coisas, mas posso doutrinar minha atenção para que trabalhe a meu favor, e não contra mim. Porque é isso o que acontece, eu me julgo atento, no entanto, o que foi que eu vivi de fato naquele nano segundo? Quase que absolutamente nada. Cada tecla que estou apertando aqui, com meus dedos, meus músculos e tendões trabalhando em parceria com meu cérebro. Minha coordenação motora que impele a formar, com cada tecla apertada, uma nova palavra, que minuciosamente vou estruturando no pensamento do jeito que eu queria que fosse dito. Mas mesmo assim não obtenho o resultado desejado. Por mais que eu me disponha a estar aqui digitando, não concluo as frases como o almejado. Percebo que minha mente voa pra trás e pra frente, no passado e no futuro e... minha nossa! Como é difícil segurá-la aqui comigo. Cada linha que escrevo é uma vida que já pensei. Tento acelerar o processo, transformar tudo num fluxo de consciência, meus erros de digitação me impedem, meus pensamentos expansivos vão se dilatando, quase que não me deixando aqui parado, percebo que está tudo sendo em vão.

Quero muito ter a verdadeira atenção, eu a busco de diferentes formas. Como me concentrar o suficiente pra ter a atenção devida? Ledo engano. Nada é o suficiente. É um eterno crescer e evoluir. Palavra bonita que não caracteriza nada de concreto. O que é a evolução senão ela mesma? Se você supostamente evolui, você está indo em direção ao todo crescente. O que é então evoluir quando se está no meio do nada. Se olhar para trás não verá o começo, se olhar para frente não verá o fim. Então tento entender o princípio da atenção. O objetivo não é evoluir, o objetivo é estar presente em todo o processo. Cada passo, cada movimento, cada pensamento. Não vaguear, não pestanejar, não vacilar. Todo o propósito da atenção está nela mesma. Não pense que sabe, não diga que não. Seja atento, tenha atenção. O aqui e agora é o que procuro. Se tivesse aprendido o aqui e o agora, não o procuraria, seria ele, estaria nele. Respiro, espiro, respiro, espiro... a lentidão dos movimentos me dá tempo de refletir. Refletir não, de estar atento. No entanto, sei de uma coisa: com a atenção, terei a clareza de todos os pensamentos. Somente então, poderei redigir um texto que faça jus ao que todos chamam de atenção. Lembre-se, Pedro: esteja atento. Boa prática pra você.

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