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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cadê o tempo?

O que falar, o que dizer quando nada se sabe, nada se entende, tudo se imagina, tudo se supõe? Quem somos nós? (não, não é um plágio) Vejo os dias passando e às vezes vejo o tanto de tempo que perdemos sem ao menos termos notado. Conversava com um amigo hoje pelo telefone e discutia; “percebeu que ontem era domingo?” foi o que eu disse a ele quando não tinha entendido pra onde tinham ido as horas. Estou deslocado (perdido seria uma melhor palavra) no tempo. Tenho mais atenção no presente, no instante, do que antigamente, mas mesmo assim não vejo o tempo passar. Cadê ele? É sério, não é uma loucura da minha cabeça, vai falar que você não percebe o quanto o mundo está mais acelerado? Veja as coisas a sua volta. Tenho memórias frescas do início do ano, do início do meu período letivo da faculdade, do início do carnaval (inferno), do início do ano, mas cadê o início? Já foi! Ontem era o início do ano e agora já estamos no seu fim, não é mesmo? Eu não vi passar, você viu? Meu aniversário é um pouco depois do meio do ano e até ele já passou. Impressionante! Inacreditável! Minha idade está aumentando sem meu consentimento. Estou sendo estuprado pelo tempo. Caramba! Até que dia eu ainda vou poder refletir sobre o tempo? Estou com medo de um dia pensar em escrever algo sobre ele, como agora, e quando eu começar... cair morto em seguida. Será que ele ainda nos deixará um pouco de si? Será que meus filhos (se é que um dia terei tempo de ter um) irão apreciá-lo? Pensando agora, tenho medo de um dia estar andando por aí e algum garoto vier se oferecer para me atravessar para o outro lado da rua. Pior: vai que o garoto é meu próprio filho que já vai ter nascido com dezoito anos.

Sei que não é viagem da minha cabeça e nem loucura. Eu sinto isso, se você não sente eu não tenho culpa. Talvez isso só aconteça com gente da minha geração, pois o tempo passa tão rápido que as pessoas que nascem agora já chegam desprovidas de noção temporal. Não consigo entender o mundo físico e deve ser por isso que eu esteja tão desesperado para fugir para outro plano. Para o mundo espiritual. Taí, desesperado... deve ser uma reação temporal. Não faço coisas com a maior calma ou paciência possível, tudo tem que ser correndo. Meu Deus! Estou me adaptando ao tempo sem ao menos saber que estava. Caracas! Pode ser pior do que isso... eu posso estar sofrendo os efeitos do tempo com maior intensidade por ser assim tão agitado. Socorro!!! É sério... é um pedido de ajuda. O mundo se esvai e eu nem estou tendo tempo para me encontrar. Meditar está mais para um conto de ficção do que para a realidade. Vai chegar o dia em que os meses serão os dias e os dias as horas. Veja, não fico aqui panguando, estou correndo atrás, mas de que? Será possível correr atrás do que já está perdido? Pena ainda não ter evoluído ainda para ser um ser atemporal. Outra descoberta, ser um ser atemporal talvez seja a resposta... ou não, vai saber. Saber também já está perigoso, até você conseguir transformar um conhecimento em sabedoria o mundo terá se acabado. Se é que o mundo já não acabou e eu estou vivendo apenas do seu passado. Hum... interessante. O presente é uma mera ilusão, cada instante já é passado, mas o tempo é tão rápido que daqui a pouco nem o futuro escapa. Talvez daqui uns dias já não se conjugue os verbos no futuro. E nessa onda toda vamos tentando escapar, dando um jeitinho aqui outro ali. Eu fico na minha onda, esta de continuar tentando ver o presente, o instante. É só eu parar de pensar e olhar pra trás... é isso! Eu só percebo o tempo quando olho para trás, resposta para as minhas frustrações temporais: olhar para baixo (presente), porque se eu olhar para trás (passado) eu verei tudo o que se passou de uma só vez, e se olhar para frente (futuro) eu verei o tempo vindo a toda, e na velocidade que ele vem provavelmente vai arrancar um pedaço de mim. Quer dizer, mais um pedaço...

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