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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Stand by

Fragmento de uma vida, simples compasso do tempo. Não sei se foi o desfrute de outras eras, nem tampouco desta mesma. Meu ardor aumentou e engrandeceu, de simples labareda à grande fogaréu. Gosto de gostar do jeito e das frivolidades. Admiro-me muito com os pensamentos, encanto-me com os inocentes gestos... bocejar, abraçar, sorrir, tentar, errar, voltar, se impacientar, reclamar, desistir, retomar, vencer, conquistar e me orgulhar. Simples não pareceu e simples não foi. Veio, ficou, encantou e rudemente me espantou. Olho e não vejo somente. Admiro e contento-me. Lá no fundo encontro o eu que muito me enganou, me confundiu. Eu quis, não pensando em não tentar. Alertou-me o coração que ver e viver não eram o bastante. Ele quis e assim o fez. Tomou para si um desejo e dali retirou o seu preço. Remoeu, remoeu, e se arrastou até entender. Não era pra pensar. Travou a batalha, não tão nobremente disputada. Caiu, levantou, e tornou a cair. Limpou a poeira, aceitou e consolidou. Aceitou e não mais discutiu. Se calou. Entristeceu. Magoou. Mas no fundo permaneceu. Inconformou e pensou, pensou e tentou... mesmo cansado e abalado. Bateu-lhe o não. Junto a firmeza do outro não. Parou. Pensou, pensou, não desistiu, deu trégua. Pediu pra esquecer, rezou, mas não acreditou na benção. Não o quis, não o quer. Carregou o prêmio junto aos outros tantos. Não empacotou, pôs ali, sobre a mesa. Viu partir, viu sorrir, abanou com a mão e no mesmo instante estremeceu o coração. Não era pra continuar a batalha, abaixou o sentimento no chão. Não era pra ser mais usado. Não ficará este, calado. Apenas animado, esperançado. Sorriu, regozijou. Outro dia veria o amor. Certificou o “não”. Reprovou. Novo “não” protestou. Não, não esqueceu, não superou, apenas “standbyeou”¹.

1 – ato ou efeito de deixar em stand by, em espera.

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