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domingo, 19 de setembro de 2010

O silêncio e a voz

Sujos e justos versos,
Venham me acompanhar
Palavras mal escritas
Para um dia realizar

Contas de uma estória sem começo
Contos de um dia sem fim
Sopro, devaneio, apreço
Madrugada a fora, fora de mim

Cada voz, uma bela melodia
No silencio crio o meu som
Estagnado feito rocha, um dia,
Hei de cantar se me valer o dom

Tardo, calo e escuto
Prezo, rezo e glorifico
Boa vida, mas em nada confio
Um tombo, um tropeço, nada disso

Ardo em dia quente,
Suponho no inverno estar
Claramente me contento
Nada há de faltar

Por pior que sejam os dias
Por mais quente que esteja a lua
Nada me faz parar, nada,
Pois aqui a vida ainda continua

Entrego-me tosco, ainda calado
“Enmudado” e enlouquecido
Aos braços de quem sempre me sorriu:
Ao nada, aquele sujeito frio

Convenhamos, não há o que dizer
Nesses meus completos desprazeres.
Surge então uma grande gloria
Um grande amor me foi dado

Vejam só, se não é aquela que sempre amei
Unida agora a um novo aliado
Minhas tão belas e lisas cordas
Tocam suprindo os desafinos cantados
Rio de minha voz, aquela tão embolada
Companheira da cabeça e tradutora do nada

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