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domingo, 26 de setembro de 2010

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Adeus à minha inocência, hoje, finalmente eu não sou mais o que eu era. No que é que eu sou diferente? Creio que na preguiça e no descompromisso com as coisas. É, isso vem aumentando... eu devia lamentar, mas estou passivo diante de minhas frustrações. E o que eu devo ou não fazer? Primeiramente, estou observando. Aprendendo e verificando onde estou errando. Em seguida, pretendo mudar coisas há muito não mudadas. Mas com o tempo. Afinal, o tempo vai passar de qualquer jeito... O tempo não será mais o mesmo daqui por diante. Há anos eu reparo no quanto os dias se aceleram. Acho que é nisso que eu me baseio. São nessas circunstâncias que eu apoio toda minha preguiça. Pra que lutar contra o tempo? Hei de ser, hei de erguer...

Não há chamas,
Não há mais forças.
Os dias vindouros já se foram
E eu sequer os vi
Travado em meu corpo
Destituído de gana
Vazio de combustão
Parado e estagnado
Vejo as sombras tomando formas
Vejo a luz que se esvai
Não vejo o tempo,
Se é que ele um dia veio.
Trabalho contra o torpor
Nem sempre saio vitorioso
Na verdade, nem sempre sou derrotado
Mais um dia que se foi
Mais um ano de minha vida
Nada sou, nada serei
Sustento-me em vãs esperanças
Sorrio diante das adversidades
Só não reajo de imediato
Vejo tudo me acertar
Respondo com frustrações
Não ataco, não luto
Sou atingido por cada desacato
Sou ferido por qualquer palavra
Pouco me importo
Pouco quero me importar
Tampouco digo verdades
Não digo mentiras
Somente as invento
Afinal, qual é o meu sentido de vida?
Mais um “sei lá” me atormenta
Onde encontrar respostas?
Já cavei fundo dentro de mim
Olhei para o dentro e nada vi
Não estava em casa
Onde estou afinal?
Quem sou eu?
Pra que estou aqui?
Nada reconheço
Suponho estar longe do fim
Mas que fim é esse?
O dia acabou
Assim como a oportunidade
Lá se foi mais um compromisso
Lá se vai ele
Vai bem rápido, foi partindo
Trágico, confuso, desgastante
E se pudesse, exatamente neste instante
Mudaria tudo de novo
Reflito e reflito
Só nisso me baseio
Nada de peso
Nada de culpa
Uma jogada, um desafio
Pego-lhe na trapaça
Engano-lhe com astúcia
Recomendo sua retirada
Minha vinda está chegando
Estudo, estudo e estudo
Verei até onde posso afundar
Já até toquei o chão
Tomarei impulso para voltar
Mais uma espiada
Mais uma reflexão
Mais um minuto
Mais um dia
Nada disso importaria
Se não fosse comigo
Assim, destravo
Abro e escuto
Ouve o que eu ouço?
Não, está cego e surdo a me sufocar
Mas de lá do fundo eu voltarei
E atacarei sem perdão
Obrigar-te-ei a devolver-me
Cada segundo que tomou de meus dias
Entristeça então,
pois dois não podem sorrir ao mesmo tempo
E será nessa condição
Que quem rirá por último
Serei eu...

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