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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Princípio da Imprecisão

Nada concreto, nada certo.
O princípio de tudo está na imprecisão.
Incauto e distraído, segui você por instinto
Conhecia a tua e não mais que isso
Nada previsto, nada certo.
Continuei o meu caminho
Vendo-te distante, ao longe.

Nada supus, nada confirmei.
Segui adiante somente naquele instante
Duvidoso de que tudo chegasse a algum lugar.
Saboreei o que não tinha
Imaginei o que um dia viria...
Seria você quem eu gostaria?

Tratei de apagar o desejo,
Controlar o meu ensejo
Audacioso o meu segredo.
Controlei-me e deti-me por completo.
Mesmo irrequieto, ansioso por um contato
Pensei feliz de um dia vê-la do meu lado.

Caprichei em palavras e movimentos
Na incerteza de alguns complementos.
Senti-me tranquilo quanto àquele momento
Sabia que um dia completaria o restante
Do impreciso carinho que obtuso previa
De uma tarde fatigante.

Supus que mais nada havia de fazer,
Senão observar você.
Cálida, quieta e lindamente encantadora
Traquinei outras possibilidades
Outras tentativas por outras vias
Nada disso havia em meio às estripulias

Sentei, observei e me calei.
Como podia tão doce menina
Com ares de mulher,
Saber o que queria?
Não palpitei, nem sequer optei.
Deixei que o tempo lhe dissesse onde ir e pra quem sorrir.

Nas minúcias de teus finos traços
De tuas delicadas formas
Trajes perfeitos de tua bela história.
Ouvir-te simples em mansa voz
Tuas belas notas e teus lindos gracejos.
Perdoe-me se ainda penso em ti

É válido e é tranquilo
Viajar para um mundo desprovido e destituído
Da improbabilidade da certeza.
Mas foi lá que encontrei a tua beleza
Um muro concreto de estórias
Coisas belas de se guardar na memória.

Singelos tempos de menina
Vários desenhos, longos abraços
Tempo que não volta, mas que concorda
Em tua alma pequenina, lá se vai bela menina
A contemplar a todo instante
O brinquedo que outrora doravante, havia deixado de lado

Se por isso me encanta, os teus desejos,
Só posso prever que nada é exatamente certo
Que o impreciso irá assolar os nossos caminhos
Que mesmo de tarde, ainda sozinho
Pretendo um dia estar em frente, ao que penso,
Ser um bom grado de felicidade

E em plena flor da idade,
Não madura e nem infantil.
Navegando em águas sutis
Feliz. Vai ela menina,
Passeando sem direção em busca de emoção,
A lugares indizíveis, improváveis e intangíveis.

Um coração, é um lugar
Onde podemos estar
E podemos contar e confiar.
Saber escolher é difícil
E estamos sempre a beira do precipício
Quedados por solicitudes
Nos amiúdes da imprecisão
Mas com emoção decidimos que
Viver é só mais um risco
E é exatamente isso que eu preciso
Pra ser feliz em algum instante
Numa brecha de solidão, quando a emoção
Por fim se entregar e puder voltar a amar
Sem medo de me machucar.
Aí eu diria numa tarde fria
“Estou pronto para te conhecer”

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