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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Necessidade e Decepção

Quando é que foi promulgada a lei que diz que um ser humano necessita de outro? Pois é justamente disso que eu quero tratar, afinal se não existe uma lei que nos obrigue a tal, porque é que ainda por cima somos obrigados a precisar de alguém, até mesmo aqueles que não o querem são obrigados. Há os que dizem que são independentes e aqueles que se dizem eremitas, mas onde é que você está só e independente de algo? Se não é um homem que o ajuda, é a natureza por este moldada que o faz. Onde está minha liberdade? Não que eu a queira, mas não existe uma regra simples e fácil que o faça ser dependente de alguém, é mais complexo que isso. Além da ordinária necessidade do outro ainda ganhamos de brinde, incluso no pacote, o direito de sermos decepcionados constantemente pelo outro. Não que eu não seja também este outro, estamos todos subjugados a este triste “karma”, é fatídico, uma lei. Ta’í! Que grande obra nos deu o universo: a necessidade e a decepção.

Choramingo meu desconforto, por ser demasiadamente bombardeado por excessos de necessidades e decepções diariamente. No trabalho (haja Cristo pra agüentar os desânimos e desvontades de meus alunos), na família (embora não sejam meu atual desconforto, já me brindaram bastante com amarguras), nos estudos (combine algo com alguém daquela faculdade e terá tatuado em suas testas: “ããããã .....NÃO!”), na música (monte uma banda com alguém e além de cada um não fazer sua própria parte, ainda têm o disparate de reclamar de seus serviços arduamente prestados) na vida amorosa (relacione-se com alguém por cinco anos e espere a solidão) entre tantos outros infortúnios. Não me excluo desta responsabilidade, também sou um tratante. Pensei numa solução um tanto quanto idiota, mas de incrível utilidade, divulgada pelo meu sábio amigo de longa data Guilherme D'Avila Dias de Mello: “o segredo da felicidade é manter a expectativa baixa”. Ponderando sobre o assunto, devo concordar indubitavelmente.

Perdoem-me os mais delicados, minha intenção não foi magoá-los, contrária até, é um desabafo, pois me submeto a constantes frustrações por ver dia a dia meus planos irem por água abaixo. Não é uma questão de culpa, o problema está em mim, pois se soubesse ser obstinado e irredutível em minha jornada, não seria derrotado por meu desânimo nem por minhas desilusões. Resta-me apenas doutrinar-me aos segredos deixados pelos nossos antepassados: “Quer bem feito, faça você mesmo” e “Não espere dos outros o que você mesmo pode fazer”. Agora é pegar no batente e escolher os caminhos mais fáceis de se trilhar a sós.

2 comentários:

  1. Olá Pedro !

    Uma evolução do que eu disse antes:
    Quanto mais sua verdade ( e suas expectativas ) se aproximarem da realidade. Maior sua chance de encontrar a felicidade.

    Difícil num mundo de ilusões e imagens.

    Guilherme D'Avila

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  2. Nós sonhamos alto para esquecer quem realmente somos.
    Já temos muito o que fazer nesse instante, mas sempre nos seduzimos com o futuro e preferimos esperar por algo melhor.

    eu escolho os sonhos pequenos e sinceros, ao invés da fantasias criadas pelo ego.

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