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domingo, 6 de dezembro de 2009

Capítulo primeiro, página 9

- É costume de onde venho amigo. Mas não importas tu com isto, o importante agora é curar-te. Relaxes teus pensamentos e concentra-te em melhorares.

Sem dar importância ao que dizia o homem, meio trôpego e embriagado pela sonolência, Tobias apercebe-se de que a dor de um de seus braços não mais ali estava, confuso e adormecido perguntou:

- Como você fez isso? Digo, como é que você consegue... ããã, me fazer melhorar...?

- Curar-te? És um ser perfeito meu caro amigo. Podes tu mesmo fazerdes isso. Teu corpo, assim como o dos demais de tua espécie foi moldado a ser o mais perfeito e completo por si só. Podem vós mesmos curardes sozinhos, mais precisamente digo que nem mesmo se adoecem. Se o fazem é por desconhecerem os princípios de teus próprios corpos - assim disse o audaz, certo do que já sabia e convincente em palavras - o que faço em ti é acionar teu próprio processo, fazendo com que teu corpo foque na região afetada e acelera em ti a cura.

O menino escutou e verdade sentiu naquela voz. Ouvira estas palavras de maneira semelhante de um outrem. O avô de Tobias, com quem este vivia, pronunciava em outras palavras o mesmo discurso, sempre importando-se em transmitir saberes que, ao que lhe parecia, desconhecido de outros. Entedia então o garoto o que o homem dizia.

- Sabe, meu avô diz a mesma coisa. E reparando nele notei que mesmo velho nunca o vi doente – disse o menino refletindo enquanto observava a cena fazendo caretas pela dor do outro braço.

Sem responder-lhe sobre o mesmo assunto o maior disse:

- Já tratarei-te um braço, meu rapaz. Logo ficaras bom – disse atencioso e condoído pelo seu, notava-lhe a dor e tudo fazia para que esta cessasse de imediato – Senta-te para que possa eu assistir-te de melhor ângulo.

Apoiou-o pela nuca e levantou-o lentamente, o cuidado de um noviço pai que toma no colo, pela primeira vez, seu recém nascido primogênito. Posicionou-o delicadamente sentado, a mão agora a apoiar-lhe as costas. Gemeu Tobias agora, pelo desconforto causado pela movimentação de seu braço esquerdo, que o homem tomou entre ambas as mãos e pressionou firme; mas não reclamou em hipótese alguma.

- Sei que estás a doer-te o braço partido, mas resiste e suporta tu a mais esta provação pois logo não mais haverá sofrimento. És um bravo meu pequeno amigo,

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