Pesquisar este blog

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A Carta...

Há tempos venho planejando e cobiçando trocar impressões, relatos, pensamentos e demais idéias com alguns de meus amigos, aqueles que partilham de algumas perspectivas correlacionadas à minha busca. Seria algo espontâneo, de boa vontade, uma forma de dialogar a longas distâncias e manter aqueles excelentes papos agradáveis, que parecem nunca terminar... o fato é que esses e outros, e por que não dizer até eu, sempre desanimam, ou não dão continuidade neste plano seja lá por qual motivo. Triste? Nem tanto, mas que poderíamos tirar boas conversas, e até quem sabe boas teses disso, poderíamos.

Navegar em assuntos infindáveis é uma das coisas que mais me agradam e despertam-me interesse. Saber que estou começando algo que nunca vai acabar é algo fantástico (este já seria um bom assunto para iniciar uma conversa por carta). Talvez eu esteja preso a um monte de bloqueios acerca da morte, ou talvez seja apenas gosto pela coisa. Não me agradam as coisas simples e nem as fáceis, não me interesso por nada que não envolva um grande desafio. Não que eu vença todos eles, pelo contrário, na maioria das vezes acabo por me desanimar. Mas por que gostar de algo tão contraditório? O que me leva a escolher estes caminhos tortuosos e cheios de obstáculos? Resposta: não faço a menor idéia. Tenho algumas hipóteses; pode ser que eu aja instintivamente, sendo levado pelo caminho mais comprido, por forças que desejam o meu fracasso diante das adversidades do universo; talvez eu ame a complexidade das coisas a tal ponto que o mais importante pra mim seja a dificuldade e não o assunto em si; tenho tanto apego às pequenas coisas o que dirá então das grandes coisas, ponho-me a pensar na volatibilidade destas e mesmo que saiba o que estou fazendo não consigo deixar de me sentir preso aquilo; bati com a cabeça quando criança e perdi a razão.

Independendo disto, não vejo o por quê esperar vossas senhorias (entenda-se: Marcus, Raphael, Rafael e outros), darei então continuidade aos projetos filosóficos, literais e de labuta sozinho. Vamos acompanhar os passos de um solitário homem em busca e transmissão do conhecimento, descobriremos até onde um desgarrado pode chegar com seus próprios passos. Alguns apostam em sua derrota instantânea, outros esperam por seu sofrimento e decadência, alguns prometem até que irão ajudá-lo, mas por forças ocultas somem de suas vistas, outros não esperam nada, pois nada têm a ver com isso. Mesmo cansado de tanta demagogia prosseguirá o homem em seus passos tortuosos e descontínuos até o topo de seu cume. Avistará lá de cima todo o suado e sacrificoso trajeto percorrido. A plenos pulmões gritará, para que mortais e imortais possam ouvir toda a história de uma vida, galgada a passos incertos que trilharam e conquistaram o seu ápice mediante todo o esforço de ter permanecido inabalável à solidão e sumamente motivado por si mesmo. Mostrará em sua humildade de buscador o mais importante: provar a si mesmo o autodomínio e a vitória sobre o seu eu.

P.S. É um saco fazer tudo sozinho, mas se é o jeito...

Nenhum comentário:

Postar um comentário