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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Capítulo primeiro, página 8

não eram nem curtos e nem muito longos. Trazia pendurado por um cordão negro, em torno de seu pescoço, um pingente prateado, uma jóia que Tobias não conseguiu identificar exatamente o que era pois crepuscular já se encontrava a luz do fim daquela tarde. O homem se deteve por um instante e caminhou em sua direção. Sorriu para o menino e este pode ver quão branco e alinhados eram seus dentes. O rosto do homem era de um liso só e nenhum fio de barba ali se apresentava. Ajoelhou-se o homem ao lado de Tobias e junto a ele se pôs, perto suficiente pata alcançar-lhe primeiro o braço direito torcido, falou-lhe pedindo para que fosse ouvido em atenção:

- Escutai, meu jovem. Não aflijas, permita-me aliviar tua dor com um simples movimento meu – disse o homem pegando o braço torcido entre suas mãos.

Tobias não entendeu nada e nenhum esforço fez para que o pudesse. Pensava este que aquele era apenas um comum homem que socorria-lhe, embora mesmo assim, não pudesse afastar a idéia de que algo oculto havia naquele ser. As mãos estavam quentes como fogo e sua pele reagiu incomodada, mas logo que o calor percorreu-lhe o corpo por inteiro, provou de grande alívio. Hesitou dizer algo por tímido que era e por entorpecido que estava, mas despendeu de grade força de vontade e pode por fim dizer:

- Obrigado por me ajudar... mas é que... eu nem conheço você e... me viu brigando? Eu juro que não foi minha culpa, é que... – se embaralhou o jovem com suas vergonhosas palavras. Achava possuir alguma culpa, não discernia os fatos. Encabulou-se por não conseguir expressar-se.

- Acalma-te, jovem. Conheço-te e ajudá-lo hei com teus problemas. Sei também de tua inocência. Não aflijas – formalizou a conversa.

- Como me conhece... digo, como é que sabe o meu nome? – Lembrou-se Tobias de ter sido chamado pelo nome. A mente enganava-lhe.

Muito sei, jovem amigo e muito agora por ti farei – e dizendo fez com que suas mãos apertassem-lhe mais o braço que ficou mais quente e contrário a tudo que se esperava, o braço melhorou gradualmente.

- Obrigado mais uma vez, senhor – falou bocejando, o alívio misterioso proporcionava-lhe paz e dormência – Desculpe perguntar, mas porque você fala assim... sabe... tão formalmente? – custava-lhe falar. Já era-lhe incomum que conversasse com um estranho e a sonolência impedia-lhe as funções motoras e o raciocínio.

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