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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Capítulo primeiro, página 7

O audaz percebeu então toda a dor que passava o irmão e por ele lamentou. Suspirou fundo com seus pulmões nunca utilizados e em direção a este foi, deu-lhe um forte abraço fraterno de longa duração. Findou sua despedida e foi-se em bater veloz de asas, desceu em queda livre em movimento espiralado. O outro em olhar triste ali ficou e como em um ato humano estendeu a destra como a chamar o amigo e irmão de volta. Sem se aperceber de movimentos, recebeu o que ficou, inesperada visita.

- Não preocupas-te meu caro – disse-lhe uma voz de magnífico timbre ao qual somente este podia ouvir, pois mais divina do que todos os anjos a cantar, esta soava. De longínquas moradas esta vinha e de tamanha honra era ouvi-la – o anjo está certo. Ajudar o pobre mortal, enquanto este precisar, ele deve. Louvemos graça e sucesso a Laasrael, o audaz. Sua escolha e seu sacrifício arrastaram as pesadas engrenagens que movem o destino do universo de volta ao eixo. Contenta-te!

E assim o sábio o fez, enaltecido foi por inigualável regozijo, e toda angustia que outrora lhe atormentava, dilacerada foi por insuperável voz. Pacífico ficou seu coração.

“Tinha de sair dali”, pensava Tobias sobre sua desagradável e desesperadora situação. Estava ele preocupado, além de dolorosamente machucado, temeroso por Lucas levantar-se dali e buscar novo confronto, sua vingança. Não conseguia juntar forças para levantar-se e partir. Não era possível nada pensar com todo aquele incômodo. Ao menos o grandalhão estava imóvel, mas por quanto tempo? Não precisou por demasia se preocupar, pois antes que o pudesse, ouviu bela voz chamar-lhe.

- Tobias? Despreocupa-te. Vim para ajudá-lo. Estás agora, seguro – disse-lhe a voz.

Mesmo dolorido, conseguiu virar-se em direção ao falante e pode perceber que ali, parado de pé, junto às frouxas tábuas da cerca, estava grande homem. Alto ele era, forte eram seus músculos que avolumavam seus trajes. Suas medidas eram extremamente proporcionais, muito simétricas. Destacava-lhe os lisos e muito negros cabelos que contrastavam à sua pele branca como gelo polar. Seus olhos não estavam visíveis pois estes estavam cobertos por escuras lentes em seus suportes metálicos. Trajava este, roupas de tamanho certo, nem apertadas e nem relaxadas, caiam-lhe justamente bem. Usava jeans e camisa, as calças da cor de seus cabelos e a camisa branca como sua pele. Se visto ao longe, provavelmente veriam-no sem sua veste superior, por este ser tão claro. Os pés, estes calçados com grossas botas escuras que combinavam com suas calças e cabelo, este último

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