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domingo, 23 de janeiro de 2011

Sábado desinteressante

Um dia. Um dia comum. Cansaço, chatice, preguiça e manha. Enquanto escrevo assisto uma entrevista de Luisa Buarque. Algo sobre literatura nas favelas. Não presto muito atenção. Tenho ela voltada para o que estou escrevendo. Tentando relembrar o que de bom e de ruim me aconteceu hoje. E pensando nisso, acho que a única coisa de bom que me aconteceu foi não ter acontecido muita coisa ruim.

Levantei tarde, o que está me matando agora nas férias. Acordado por Tomás, o amigo de prosas alongadas, com e sem sentido. Muito conversamos. O que de útil foi dito eu não sei. Não prestei muita atenção a isso. Nossas conversas são divertidas. Só isso. A preguiça me mata ainda. Levanto, solto os cães. Os menores dormiram comigo. Enrolo algumas tarefas, tudo muito arrastado, muito vagaroso, penoso. Ministro os remédios aos bichos. Empoleiro-me na cama. Desisto da aula que daria. Desisto da aula que teria. Desisto, desisto. Tomo coragem para tentar iniciar o dia. Resolvo comer. Resto de sopa de ontem. Misturo o resto do queijo ralado e pego um pão velho. Como com prazer. Estava com fome. Depois de comer o que resta é mais preguiça. Tento dormir novamente. Minha garganta e meu nariz não me ajudam. Acordo tossindo. Irrito-me. O gato dormia comigo dessa vez. Levei-o para fora. Liguei o computador, aguardando notícias que não vieram. Nada daquela bela. Seria um dia sem atrativos. Ainda não, ainda tinha uma visita. Assisti a alguns vídeos de bandas no Youtube. Além de vídeos sobre ETs. Cansado, reuni o que me restava de disposição e fui limpar a sujeira canina. Alguns minutos depois voltei para cama. Mais chateado e mais cansado. Minha visita liga. Diz que virá a noite. Não queria encontrá-la à noite. Tão pouco passar todo esse tempo com ela, sem poder escrever, sentir preguiça e fazer o que sei de melhor: nada. A visita queria sair com uma outra pessoa antes de vir aqui. Não gostei. Nem ela. Discutimos, brigamos. Desliguei o telefone impaciente e irritado. Depois pensei que seria melhor, poderia fazer mais de coisa nenhuma. Fui tomar banho. Gelado que estava quente, por causa do sol na caixa d’água. Arrumei e saí. Fui à padaria comprar comida. A minha havia acabado. Comprei as porcarias que eu como e voltei. Já estava com fome quando saí. Voltei e comi. Além da conta. Fiquei pesado. Mais preguiçoso ainda – se é que era possível. Assisti mais televisão. Cochilei, levantei. Tratei os cães de novo. O novato derrubou a ração e espalhou por todos os lados. Irritei-me e deixei pra lá. Voltei para cama. Olhei novamente a internet. Minha barrida doeu. Roncou. Reclamou. Rangeu e voltou a doer. Fui para o banheiro com o Bukowski debaixo do braço. Descarreguei e aliviei-me. Bem não estava, mas mal também não. Voltei para cama e comecei a escrever esse texto.

O que existe de bom em um sábado desinteressante? Seu próprio desinteresse...

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