Pesquisar este blog

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Parêntese

Um mundo surgindo, um outro mundo (quantos não são os mundos?). Deslizo a caneta pelo papel como se direcionasse e comandasse minha própria vida (ao menos desejoso de conseguir). Ledo engano. Não sou mais do que uma partícula de destino (uma das tantas que vagueiam pelo universo). Um sopro dado como último suspiro. Carrego o peso mortal de minhas dúvidas (tantas que arqueiam minhas pernas e empenam meu espírito). Impressionantemente (por vezes como agora) me sinto leve, indolor – mesmo que ainda carregado de meu fardo (eterno e “irrespondível”). Uma de minhas eternas indagações é: por que escrevo? Muitas foram minhas respostas; porque quero, porque gosto, porque me alivia, porque me engrandece, porque quero ser lido, porque preciso me expressar e etc. (as respostas só não superam numericamente as perguntas). Mas a resposta que mais me satisfez até agora foi: por impulso. Sinto-me impelido a isso, agrado-me dos detalhes (das entrelinhas). Fico extasiado em preencher as linhas brancas do papel (delicio-me em digitar velozmente no teclado). Empolgo-me com as letras formadoras de palavras e sentenças. É como se eu produzisse vida (transformando palavras soltas em significantes extensões de minha alma). Gosto demasiadamente quando consigo descrever parcelas de meu pensamento (lacunas espaçadas por grandes indagações). (Findado parte do assunto)

Navego então em outras águas (quase que como uma nau a deriva). Singro agora na casualidade da vida (e de que outro modo poderia ser a vida?), aquela que eu chamo de destino. Se existem coincidências devo então estar me afogando nelas. Cada ínfimo detalhe me impulsiona para uma direção (uma conversão enérgica desse fluxo de poder num só ponto). Deve ser a mesma rota desde o sempre. Embora esteja eu agora perdido, creio que O Amor seja toda a verdade da vida. Se a verdade não o for, então ao menos é, O Amor, um excelente trajeto (um “reto caminho sinuoso” para a felicidade). Até onde devo caminhar? (sim, não podemos parar) Por onde tenho de passar? (sim, devemos embrenhar nos mais ermos recantos da alma) Quem devo conhecer? (até encontrá-Lo todos serão suspeitos de o sê-Lo) Creio que tudo esteja certo (até mesmo o errado nos parece correto), em todas suas imperfeições (finitas), em todo meu decorrer (discorrido). Nada do que não fiz havia de ser feito, mesmo que um dia o tenha de fazer (não era a hora). Tudo que fiz, certo ou errado (mais certo por linhas tortas do que errado por retas linhas), tinha eu de ter passado (mesmo que doído e ferido, alegre ou extasiado). Acredito sim no destino e também no propósito (restam dúvidas?). Se ainda não desisti, nem de longe desistirei. Tenho fé (recebo), tenho esperança (nunca morre) e tenho amor (produzo). Se aqui estou, não haveria outro lugar para eu ter estado. (E isso não é uma coincidência)

2 comentários: