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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Nem o silêncio pode falar por mim...

Nem preciso falar que não estou mais escrevendo... nem preciso dizer o retrato de minha dor... na verdade, não preciso dizer mais nada sobre coisa nenhuma... acho que o silêncio vai falar por mim...

O que eu posso dizer, o que eu quero clamar, será então tudo aquilo que eu não direi aqui. Falo de todas as coisas, discuto todas os assuntos, mas em mim, o que prevalece, é a dor extrema. Digo, sinto, evito, me entorpeço em bebida, mas no fim, tudo volta. Mas como disse, não é esse o assunto. O assunto é: nem o silêncio pode falar por mim...

Se disse o que não disse, então consegui falar até o que não consigo dizer
se não me entenderam, se ficaram confusos, acreditem; não me compreendem
se acham que sabem o que é ou não verdade, se sabem sobre o sentimento
digo: não, vocês nem fazem ideia do que é isso aqui dentro, nem quero que saibam
vejo os sorrisos e as alegrias, vez por outra, sorrio também, mas como disse
não, não estou feliz. Não quero ser perguntado se estou ou não bem
não quero outra vez ter que responder a isso...
não quero olhar nos olhos, não quero sorrir e gargalhar
quero me fechar, quero me trancar, aqui, sozinho comigo
gosto de mim, quer dizer, gostava de mim, quero gostar novamente
vou ver o dia nascer novamente. Hoje? Não sei bem ao certo
perto? Não imagino um dia próximo. Amanhã? Não vejo o amanhã
aqui, aqui é mais seguro. Me deixe só. Alimento-me de música
sinto minhas forças voltando pouco a pouco. As melodias estão aí.
Mantendo-me, elevando-me, sustentando-me...
o renascer está próximo, quero viver, quero sim
nota a nota, letra a letra. Tenho o que preciso ter
dinheiro? Tempo? Vida? Alegria? Amor?
Não, tenho o que preciso ter; notas e letras

Sou e estou vazio? Estaria se não estivesse tão cheio de nada. É do nada que nasce um universo, é do caos que nasce a esperança, é no pântano que nasce a flor de lótus... é, sou eu, em algum lugar de lugar nenhum. Não sou quieto, não sou calado, mas calo o meu coração. Paro ele nesse instante. Não quero que bata mais, não quero que morra mais. Fique quieto aqui comigo, assossegue-se. Vamos caminhar... para onde? Para o mesmo lugar de sempre: adiante, sempre adiante...

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